Sinopse

México, século 19, período em que Napoleão III intervem no país. Por causa de uma tempestade, o imperador Maximiliano e sua mulher Carlota são obrigados a interromper sua viagem ao Castelo de Chapultepec, na Cidade do México, pernoitando na fazenda de Fernando Moreno, pai do comandante Eduardo Moreno, que conduz a escolta imperial. Também faz parte da comitiva Xavier de Montenegro, oficial de campo do imperador, com quem Carlota mantém uma relação.

Na fazenda, Maximiliano e sua esposa são apresentados ao conde Demétrio, conhecido por suas predições. A imperatriz insiste para que ele revele uma de suas profecias. Carlota fica aterrorizada quando o feiticeiro prevê o fuzilamento do imperador. Temendo pela vida do marido, ela exige que o conde seja detido. Sem motivos que justifiquem sua prisão, Maximiliano promete à mulher mantê-lo sob vigilância até que cometa um erro.

Lorenza, mulher do conde Demétrio, acaba denunciando-o como membro da Confraria dos Punhais de Fogo, uma perigosa quadrilha de malfeitores. No decorrer da história, Carlota pede a Maximiliano que renuncie à coroa, temendo a profecia, mas ele se recusa. A imperatriz acaba enlouquecendo ao perceber que não consegue intervir nas atitudes e decisões do marido.

Globo – 21h30
de 20 de fevereiro a 16 de dezembro de 1967
215 capítulos

novela de Glória Magadan
baseada no romance “Memórias de um Médico”, de Alexandre Dumas
direção de Ziembinski e Daniel Filho

Novela anterior no horário
O Sheik de Agadir

Novela posterior
O Homem Proibido

NATHÁLIA TIMBERG – Carlota / Aurora
RUBENS DE FALCO – Maximiliano
AMILTON FERNANDES – Xavier Montenegro
CLÁUDIO MARZO – Robledo
THERESA AMAYO – Maria de Las Mercês
PAULO GRACINDO – Conde Demétrius
LEILA DINIZ – Lorenza
ZILKA SALABERRY – Marquesa
JAIME BARCELOS – Fernando Moreno
PAULO ARAÚJO – Eduardo Moreno / Barão de St. Geneviève
ZIEMBINSKI – Coronel Pablo Gianico
GRACINDO JÚNIOR – Bordon
CARLOS EDUARDO DOLABELLA – Don Juan
JOSÉ AUGUSTO BRANCO – General Cury
NILDO PARENTE – Duque de Versailles
KARIN RODRIGUES – Duquesa de Versailles
IDA GOMES – Astrid
ADRIANA PRIETO – Joana
CELSO MARQUES – Hector
DIANA MOREL – Rosário
LEINA KRESPI – Madaleine
PAULO PADILHA – mordomo do rei
CLÉA SIMÕES – Ximena
WÁLTER MATTESCO – Urbano
ANA ARIEL – Joaquina
ARMANDO COUTO
ÍTALO ROSSI
SEBASTIÃO VASCONCELOS
SUZY ARRUDA

Título

Outro dramalhão importado do México com produção mastodôntica. (“Memória da Telenovela Brasileira”, Ismael Fernandes)

O título da novela é atribuído a Borjalo (Mauro Borja Lopes, diretor da Globo à época). Questionado sobre qual nome dar a essa novela sobre uma rainha louca, ele não teve dúvida: “A Rainha Louca!”, respondeu. (“No Princípio Era o Som”, Régis Cardoso)

Primeira no exterior

Primeira novela brasileira com cenas gravadas no exterior. O diretor Ziembinski seguiu para o México com um grupo de atores com o objetivo de obter imagens que dessem maior veracidade à trama. Teve cenas no Castelo de Chapultepec, na Cidade do México. As imagens externas foram complementadas no Parque Lage, no Rio de Janeiro. (Site Memória Globo)

Por sugestão de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (o Boni, superintendente da TV Globo), a história, originalmente ambientada no século 18, foi transposta para o século 19, o que obrigou a autora a fazer algumas alterações na trama. Na versão original, o imperador Maximiliano era o Rei Luís XVI da França, e Carlota era Maria Antonieta. Glória Magadan levou a história para o México no período da intervenção francesa no país. No fim, A Rainha Louca pouco teve a ver com a obra na qual a novela foi inicialmente baseada, “Memórias de um Médico”, de Alexandre Dumas.

Diretor substituído

Em seu “Livro do Boni”, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho relatou que a novela não ia bem de audiência e resolveu substituir o diretor Ziembinski contratando Daniel Filho, em sua estreia na Globo e primeiro trabalho como diretor de novelas:
“Assisti a alguns capítulos. Eram terrivelmente chatos e arrastados. O Ziembinski dava à novela um ritmo lento e pesado. Em alguns momentos, chegava a ser dark. (…) Precisava substituí-lo. (…) Era o momento de recorrer ao Daniel Filho.”
Com a contratação de Daniel, o cenário logo mudou: “O ritmo da novela passou a ser ágil e a audiência cresceu muito, o que nos obrigou a esticar os 160 capítulos previstos para 215.”

Daniel Filho mencionou em seu livro “O Circo Eletrônico” sobre a sua primeira direção de novela:

“(…) Boni me chamou e perguntou:
– Daniel, você está assistindo a essa nova novela, A Rainha Louca?
– Claro que não Boni.
– Por que?
– Acho essa coisa de novela chata, inverossímil, absurda. Não entendo como alguém pode ficar sentado, assistindo diariamente àquela porcaria…
– Eu quero que você a dirija.
– Que coisa, Boni, logo eu!
– Você gosta tanto de cinema, fala tanto, conhece tanto. Então… Você bota essas coisas todas de cinema aí na novela, dá uma mexida…’.
E lá fui eu dirigir A Rainha Louca, a primeira das inúmeras novelas que viria a dirigir na TV Globo.”

Com a mudança na direção, as cenas também ganharam mais ritmo, além de uma estética cinematográfica. Daniel contou que passou a marcar com mais verossimilhança as lutas de espada, além de introduzir alguns elementos característicos dos filmes “B”. (Site Memória Globo)

Elenco

Quando Daniel Filho assumiu a direção da novela, fez com que a atriz Nathalia Timberg interpretasse um segundo papel, o de uma criada perversa, e as duas personagens dialogavam entre si.

Segundo Rubens de Falco, no livro “Rubens de Falco – Um Internacional Ator Brasileiro”, o romance entre Carlota (Nathalia Timberg) e o oficial Xavier de Montenegro (Amilton Fernandes) deveria conduzir a trama. Porém, a falta de química entre os atores – que interpretaram mãe e filho no sucesso O Direito de Nascer, da TV Tupi (entre 1965 e 1966), – fez com que a relação da imperatriz com seu marido Maximiliano ganhasse mais destaque. (Site Memória Globo)

Paulo Gracindo (em sua estreia na Globo) destacou-se como o Conde Demétrios, uma espécie de Drácula, com todo o seu mistério e fascínio. O ator conseguiu permanecer na trama apesar de alguns problemas com a autora Glória Magadan.
Gracindo relembrou em 1973, em entrevista à revista Cartaz Especial Nº8:
“Demetrios, no começo, tinha uma enorme importância na novela inventada pela senhora Magadan. Ele era um vilão terrível porque possuía poderes sobrenaturais. Subjugava as pessoas com seus olhos hipnóticos. Mas, infelizmente, a autora cismou que eu estava dando uma linha errada. Ela queria que eu fizesse caretas hediondas e retorcesse bigodes. Eu me recusei a esse papel ridículo e insisti na linha que achava certa.”

Além de Daniel Filho (como diretor) e Paulo Gracindo (ator), essa foi também a primeira novela na TV Globo das atrizes Ida Gomes, Ana Ariel, Karin Rodrigues e Diana Morel, e dos atores Carlos Eduardo Dolabella, José Augusto Branco e Nildo Parente.

Gravações na madrugada

A atriz Theresa Amayo revelou que, durante um período, as gravações de A Rainha Louca aconteciam de madrugada por causa do racionamento de energia vigente no estado do Rio de Janeiro na época. Para evitar que os telespectadores perdessem a novela – já que alguns bairros da cidade ficavam sem luz justamente à noite –, a TV Globo reprisava o capítulo durante a madrugada.

E mais

Lamentavelmente não existem mais registros dessa novela, a não ser algumas poucas imagens filmadas de bastidores. As fitas da novela foram apagados para serem reutilizadas (prática comum na época) ou perderam-se em um dos incêndios na TV Globo (1969, 1971 e 1976).

Lyrio Panicali e Orquestra (também com o tema de A Sombra de Rebeca)

A RAINHA LOUCA
A SOMBRA DE REBECA

Panicali e as Novelas (com temas musicais de várias novelas)

panicalit
01. PONTE DOS SUSPIROS – Lyrio Panicali
02. A ÚLTIMA VALSA – Lyrio Panicali
03. A GRANDE MENTIRA – Lyrio Panicali
04. A GATA DE VISON – Lyrio Panicali
05. O HOMEM PROIBIDO – Lyrio Panicali (tema de Demian)
06. TEMA DE AMOR EM FORMA DE PRELÚDIUO – Manuel Marques (da novela Antônio Maria)
07. A RAINHA LOUCA – Lyrio Panicali
08. O PASSO DOS VENTOS – Lyrio Panicali
09. CABANA DO PAI TOMÁS – Lyrio Panicali
10. A ROSA REBELDE – Lyrio Panicali
11. A SOMBRA DE REBECA – Lyrio Panicali
12. UM DIA SABERÁS (SOMEDAY YOU´LL KNOW) – Erlon Chaves (da novela O Sheik de Agadir)
13. SANGUE E AREIA – Lyrio Panicali
14. MAGIA – Lyrio Panicali e Raymundo Lopes

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