Sinopse

Nice é uma moça pobre com cara de anjo, mas de atitudes nada corretas, inconformada com o destino previsível: casar-se com um namorado suburbano e ter muitos filhos. Ela emprega-se como babá na mansão dos Medeiros, onde já trabalha seu pai, o motorista Augusto, e se apaixona por Rodrigo, irmão de sua patroa, Stela. A babá usa de todas as armas para conquistar o rapaz visando o dia em que se tornará dona daquele casarão.

Nice aproveita as descobertas que faz na mansão para fomentar intrigas e tentar se aproximar de Rodrigo. Ele está prestes a se casar com Paula quando descobre – por meio de uma armação da babá – que a noiva o trai com seu próprio irmão, o playboy Ricardo. Desiludido com os dois e disposto a desafiar a família e a soberba da sociedade que o rodeia, Rodrigo começa a aparecer na noite em companhia de Nice.

Porém, o caminho ainda não está totalmente aberto para a babá. Rodrigo se encanta com a doce Lígia, apaixonada por ele, e Nice usa seu próprio irmão, Luís Carlos, para separar os dois. Enquanto luta para conquistar Rodrigo na mansão dos Medeiros, Nice vive um inferno em sua casa. Ela é a filha adotiva de Augusto e Alzira. O pai a trata com carinho, mas Alzira nutre um estranho desprezo por ela e esconde um segredo do passado.

Outras tramas unem pobres e ricos. O preconceito racial afasta a simplória Cida da filha Tereza e dos netos. Tereza, hoje mulher da sociedade, é casada com o milionário Rui Novaes e o casal possui dois filhos: Paula e Bruno. Para a família, Tereza disse que sua mãe já morreu, temendo que descubram que ela é negra. Porém, Bruno começa a namorar Vívian, filha de criação de Cida, obrigando Tereza a desenterrar seu passado.

A decadência da tradicional família paulista quatrocentona também é enfocada, por meio das irmãs Clotilde e Elisinha Jordão Ferraz, que tentam esconder a ruína mantendo a pose e dando calotes. Elas se unem à costureira Goretti, que luta para educar a filha Simone. No passado, Goretti foi abandonada pelo homem que a engravidou. Ele é Tadeu, hoje marido de Stela Medeiros, que, corroído de remorso, tenta se aproximar da filha.

Globo – 18h
de 8 de setembro de 1997
a 28 de março de 1998
173 capítulos

novela de Maria Adelaide Amaral
baseada no original de Cassiano Gabus Mendes
escrita por Maria Adelaide Amaral e Bosco Brasil
supervisão de texto de Silvio de Abreu
colaboração de Vincent Villari e Djair Cardoso
direção de Denise Saraceni, Emílio Di Biase, José Luís Villamarin e Carlos Araújo
direção geral de Denise Saraceni
núcleo Carlos Manga

Novela anterior no horário
O Amor Está no Ar

Novela posterior
Era uma Vez…

GLÓRIA PIRES – Nice
KADU MOLITERNO – Rodrigo
ALESSANDRA NEGRINI – Paula
LEONARDO BRÍCIO – Ricardo
MARIA PADILHA – Stela
DANIEL DANTAS – Tadeu
REGINA DOURADO – Alzira
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Augusto
MAURO MENDONÇA – Rui Novaes
BEATRIZ SEGALL – Clô Jordão
JOSÉ LEWGOY – Eduardo Medeiros
JACKSON ANTUNES – Fred Jordão
LÍLIA CABRAL – Goretti
MÁRCIO GARCIA – Luís Carlos (Luca)
LAVÍNIA VLASAK – Lígia
LUCIANO SZAFIR – Júlio
BEL KUTNER – Helena
TAÍS ARAÚJO – Vivian
EMÍLIO ORCIOLLO – Bruno
RAUL GAZOLA – Ciro Furtado
MILA MOREIRA – Marilu
ARICLÊ PEREZ – Elisinha Jordão Ferraz
LUÍS SALÉM – Benny
SAMARA FELIPPO – Simone
GABRIEL BRAGA NUNES – Olavinho
SÉRGIO MAMBERTI – Otávio Ferraz
ANA BEATRIZ NOGUEIRA – Duda
SÉRGIO VIOTTI – Américo
LUIZA BRUNET – Tereza
LÉA GARCIA – Cida
ÁTILA IÓRIO – Josias
OTÁVIO MÜLLER – Caio
LICURGO SPÍNDOLA – Celso
NELSON XAVIER – Manoel
MARCELA RAFFEA – Socorro
THELMA RESTON – Tiana
IVONE HOFFMANN – Geralda
ADA CHASELIOV – Dora
JÚLIO BRAGA – Aragão
MÔNICA MATTOS – Fátima
NORIS BARTH – Marcy
CARLOS KROEBER – Conrado
KLARA HOMSANI – Mileide
MAURÍCIO GONÇALVES – Ivan
BRUNO PADILHA – Guilherme

os bebês gêmeos BRUNO e THIAGO SÁ DE LAROQUE GUIMARÃES como Téo

e
ADRIANA LESSA – vendedora de loja de grife esnobada por Tereza por ser negra
ALEXANDRA RICHTER – Shirley (presa que tenta matar Nice na cadeia)
ALICE BORGES – Marivalda (prostituta)
ANTÔNIA MORAIS – uma das crianças órfãs adotadas por Alzira, no último capítulo
BIA MONTEZ – presa, colega de cela de Nice
CARLOS GREGÓRIO – Dr. Cabral (advogado de Nice)
CAROLINA KASTING – Ucha Vidigal (socialite, amiga dos irmãos Medeiros)
CASSIANO RICARDO – Gastão
CIDA MOREIRA – colega de Nice na fábrica
CLÁUDIO MAMBERTI – político amigo de Rui
CLEMENTE VISCAÍNO – juiz
CRISTINA PROCHASKA – perua emergente
FÁBIO PILLAR – Valdecir (segurança na mansão dos Medeiros que se envolve com Socorro)
FRANCISCO MILANI – político amigo de Rui
ILANA CRUZ – noiva
IVENS GODINHO – supervisor da fábrica onde Nice trabalhava
JAQUELINE FERNANDES – candidata a babá de Téo
JOSÉ MAURÍCIO MACHLINE – Oscar Decrissê
LETÍCIA HEES – babá despedida
LUIZ FERNANDO NOGUEIRA – Dani (manicure, colega de Benny)
MARCOS OLIVEIRA – Agenor (contador de Rui)
MIWA YANAGISAWA – colega de Nice na fábrica
NICA BONFIM – Sueli (vizinha de Goretti)
ORLANDO MORAES como ele mesmo
PAULO REIS – advogado
RAFAEL MOLINA – Amore (dá um golpe em Marilu, no final)
RICARDO PAVÃO – testemunha de defesa de Nice na morte de Josias
SERAFIM GONZALEZ – Dr. Montaulio
SUSANA VIEIRA – nova babá de Téo, no último capítulo
TADEU DI PIETRO
TADEU MELLO – Goy

– núcleo da babá NICE (Glória Pires), moça ambiciosa, inconformada com sua condição humilde. Por trás de um semblante angelical, esconde um caráter dúbio. Não consegue ficar muito tempo em nenhum emprego. Quando surge a oportunidade de trabalhar em uma casa rica, não pensa duas vezes, acreditando ser este o trampolim para mudar de vida. Muito esperta, consegue facilmente envolver as pessoas, manipulá-las e influenciá-las. Para alcançar seus objetivos, não tem pudores em fomentar intrigas quando acha necessário:
os pais adotivos: AUGUSTO (Cláudio Corrêa e Castro), homem simples, otimista e bondoso, tenta compreender a filha e apoiá-la sempre que possível. Motorista de uma rica família, arruma para Nice o emprego de babá na mansão onde trabalha,
e ALZIRA (Regina Dourado), abnegada dona de casa, sofrida e amargurada. Acha que a filha não presta e tenta inutilmente advertir os que se aproximam dela sobre sua má índole. Esconde um segredo do passado envolvendo Nice
o irmão LUÍS CARLOS (Márcio Garcia), que a apoia sempre, apesar de não compreender muito seus objetivos. Rapaz sem muitas ambições
o vizinho JÚLIO (Luciano Szafir), mecânico de automóveis, amigo de Luís Carlos, rapaz simplório. Apaixonado por Nice, sonha em casar-se, mas ela o vê apenas como amigo
o pai biológico JOSIAS (Átila Iório), ex-presidiário que ela desconhecia. Aparece no decorrer da trama para chantagear Alzira. Emprega-se como jardineiro na mesma mansão onde trabalham Augusto e Nice. Acaba assassinado e, ao final, é revelado que Nice nasceu de Alzira, vítima do estupro praticado por Josias
o advogado CAIO (Otávio Müller), a defende da acusação de ter matado Josias.

– núcleo da família Medeiros, para quem trabalham Augusto e Nice, comandada pelo rico empresário EDUARDO MEDEIROS (José Lewgoy), o patriarca, viúvo. Homem rígido e austero, sabe que não tem muito tempo de vida e se preocupa com o futuro dos negócios, pois não considera os filhos em condições de assumir o seu lugar. Morre no início da trama:
os filhos: RODRIGO (Kadu Moliterno), tenta ajudar o pai nos negócios, mas não consegue conquistar sua confiança total, pois ele o considera um fraco, manipulável. De casamento marcado, é o alvo do amor de Nice, que consegue separá-lo de sua noiva,
RICARDO (Leonardo Brício), playboy inconsequente, sempre foge do escritório para se divertir. Tem um caso velado com a noiva do irmão,
e STELA (Maria Padilha), patroa de Nice, aos poucos se afeiçoa a ela. Dondoca impaciente e de personalidade forte, domina o marido e tem crises de ciúmes por motivos bobos
o genro TADEU (Daniel Dantas), marido de Stela. Casou para dar o golpe do baú, mas acabou se apaixonando pela mulher, por quem é dominado e faz todas as vontades. Considerado sem personalidade pelo sogro, trabalha em seu escritório
o neto TÉO (Bruno e Thiago Sá de Laroque Guimarães), bebê de Stela e Tadeu, de quem Nice toma conta
a filha bastarda DUDA (Ana Beatriz Nogueira), fruto de uma relação fora do casamento
a copeira SOCORRO (Marcela Raffea), fofoqueira, tem ciúmes e inveja de Nice
a cozinheira TIANA (Thelma Reston), tinha um caso com Josias. Ao final, é revelado que ela é a assassina de Josias.

– núcleo de PAULA (Alessandra Negrini), moça rica, interesseira, sagaz e vingativa. No início, noiva de Rodrigo, mas de caso com o irmão dele, Ricardo. Os dois são desmascarados por meio de uma armação de Nice. Luta para reconquistar Rodrigo e separá-lo da babá, a quem declara guerra:
os pais: RUI NOVAES (Mauro Mendonça), homem ardiloso que usa de meios ilícitos para se apoderar de bens dos Medeiros. Está muito interessado na união da filha com um herdeiro, Rodrigo ou Ricardo
e TEREZA (Luiza Brunet), mulher bela e elegante, amiga de futilidades de Stela. Esconde de todos a sua origem humilde
o irmão BRUNO (Emílio Orciollo), de caráter bem diferente do pai e da irmã, desaprova os métodos deles
as secretárias de Rui, DORA (Ada Chaseliov) e MARCY (Nóris Barth)
a massagista no escritório de Rui, FÁTIMA (Mônica Mattos)
o chefe de cozinha no escritório de Rui, ARAGÃO (Júlio Braga).

– núcleo de LÍGIA (Lavínia Vlasak), moça doce e romântica, sempre amou Rodrigo em silêncio. É alvo da paixão de Luís Carlos, que, convencido por Nice, se une a ela para separar Lígia de Rodrigo quando os dois se envolvem:
os pais: CIRO FURTADO (Raul Gazola), executivo na empresa dos Medeiros. No início da trama, perdeu uma vultosa soma em jogo para Rui Novaes, que se aproveita disso para usá-lo em suas artimanhas contra os Medeiros,
e MARILU, (Mila Moreira), amiga de Stela e Tereza. Preocupada com o futuro do marido na empresa dos Medeiros. Seu maior desejo é ver o casamento da filha com Rodrigo, o que lhe traria estabilidade financeira
o avô AMÉRICO (Sérgio Viotti), velho pai de Marilu, de origem portuguesa. Homem bondoso por quem Lígia tem grande carinho.

– núcleo de ELISINHA JORDÃO FERRAZ (Ariclê Perez), socialite falida que não se conforma com a desgraça financeira que abalou sua família. Altiva, ainda mantem a pose e faz tudo para esconder a sua real situação. Ardilosa e caloteira, alia-se a Rui para aplicar golpes:
os irmãos: CLÔ JORDÃO (Beatriz Segall), mais velha, com quem mora no mesmo casarão. Antiga paixão de Eduardo Medeiros, amiga de longa data de Américo,
e FRED (Jackson Antunes), mais novo. Não dá importância para o dinheiro, por isso não se abalou com a falência e tratou de trabalhar. Teve um caso com Tereza no passado
os filhos: HELENA (Bel Kutner), faz faculdade de Arquitetura. Apaixona-se pelo mecânico Júlio, para o desespero da mãe, que sonha com um casamento rico para a filha,
e OLAVINHO (Gabriel Braga Nunes), rapaz preguiçoso, indolente, de caráter dúbio. Seguindo a cartilha da mãe, Rui o toma como aliado e o lança na carreira política
o ex-marido OTÁVIO FERRAZ (Sérgio Mamberti), que passou anos longe e retorna. Inimigo declarado de Rui Novaes
a empregada GERALDA (Ivone Hoffmann), há décadas com a família, apesar de não receber mais salário.

– núcleo de GORETTI (Lília Cabral), costureira, mulher trabalhadeira e honesta, sempre deu duro para criar sozinha a filha depois que Tadeu a abandonou grávida e sumiu para se casar com Stela. Com o sucesso de seu ateliê, compra o casarão de Elisinha. Cortejada por Américo, casa-se com ele, apesar de apaixonada por Fred:
a filha rebelde SIMONE (Samara Felippo), com quem tem uma relação difícil. O pai Tadeu tenta se aproximar dela, o que desperta o ciúme de Stela, que não imagina que ele tinha uma filha. Envolve-se com Olavinho
o irmão BENNY (Luís Salém), maquiador e cabeleireiro. Amigo, confidente e parceiro nos momentos difíceis.

– núcleo de VIVIAN (Taís Araújo), jovem negra, batalhadora e idealista. Ex-menina de rua, hoje luta pelos seus direitos. Desperta a paixão de Bruno e Ricardo:
a mãe de criação CIDA (Léa Garcia), mulher boa e simplória. É mãe de Tereza, que a esconde de sua família pois não quer que ninguém descubra que ela é negra e pobre.

Sinal

Nova versão da novela de Cassiano Gabus Mendes 21 anos depois, agora atualizada por Maria Adelaide Amaral, estreando como novelista solo – ela havia sido colaboradora de Cassiano e de Silvio de Abreu em produções anteriores.

Também o primeiro trabalho de Vincent Villari na TV, como um dos colaboradores de Maria Adelaide, e a estreia do diretor Carlos Manga em novelas, depois de quase 50 anos de carreira no cinema, televisão e publicidade.

Ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia” (do Projeto Memória Globo), Maria Adelaide Amaral comentou que o convite para fazer Anjo Mau surgiu de forma inusitada. Por causa de sucessivas tentativas frustradas de emplacar uma sinopse na Globo, a autora mandou rezar uma missa à memória de Cassiano Gabus Mendes, como se estivesse pedindo um sinal:

“Naquele mesmo dia, o Boni me ligou e me chamou para conversar: ‘Queremos fazer um remake de Anjo Mau, de Cassiano Gabus Mendes. Não pensamos em convidar você porque achávamos que você não ia topar fazer remake’. Eu respondi: ‘O que? Do Cassiano? Lógico que quero!’ E pensei: ‘É o Cassiano quem está me dando esse presente’.”

Atualizações

Da novela original, produzida em 1976, a autora tomou apenas a ideia central. Novos personagens em novas histórias foram criados para adequar a trama ao ritmo e à linguagem das telenovelas do final da década de 1990.

“Quando começamos a ler os capítulos originais, percebemos que era uma novela datada. Tinha sido exibida numa época em que o controle remoto não existia. Havia cenas intermináveis sobre o preço do chuchu e da abobrinha na feira, e páginas e páginas nas quais os personagens só jogavam baralho (…) Em 1997, a realidade era outra. Então o remake precisava ser mais ágil”, disse Maria Adelaide ao livro “Autores”.

Os nomes de alguns personagens foram trocados.
O bebê da novela original chamava-se Edinho, e seu avô, Edmundo Medeiros. Na nova versão, o bebê passou a chamar-se Téo, e o patriarca dos Medeiros, Eduardo.
Na versão original, o marido e a filha de Marilu eram Téo e Léa. Na nova novela, os nomes foram alterados para Ciro e Lígia.
O marido de Stela em 1976 chamou-se Getúlio e, na nova versão, Tadeu.

Elenco

Os destaques no elenco foram Glória Pires, como a babá protagonista; Regina Dourado, como Alzira, a amargurada mãe de Nice; Alessandra Negrini, como a malvada Paula, em um de seus melhores momentos na televisão; e Mauro Mendonça, como Rui Novaes, pai de Paula, formando com ela uma dupla de vilões ardilosos.

Por sua atuação na novela, Mauro Mendonça foi eleito pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) o melhor ator coadjuvante na televisão em 1997.

Tal qual na novela original, o casal Stela e Tadeu fez sucesso – interpretado aqui por Maria Padilha e Daniel Dantas.

Susana Vieira, a Nice da primeira versão, apesar de estar no ar na novela das oito contemporânea, Por Amor, fez uma participação especial afetiva no último capítulo de Anjo Mau, como a nova babá contratada pelos Medeiros.

O ator Átila Iório retornava neste remake vivendo o mesmo personagem que interpretou em 1976: Josias, o pai biológico de Nice (na primeira versão o personagem chamava-se Onias).
Também José Lewgoy esteve nas duas versões: como Augusto em 1976 e como Eduardo Medeiros em 1997-1998.

Maria Adelaide Amaral deu um final feliz para Nice no remake: ela finalmente viveu feliz com Rodrigo (Kadu Moliterno). Na versão original, Nice teve um fim trágico: morreu no parto de seu filho.

Estafada, Glória Pires saiu da novela por uma semana e voltou capítulos depois. Na trama, Nice foi passar uns dias em Paris.

O ator Humberto Martins já havia gravado algumas cenas para Anjo Mau, como o personagem Fred. Porém, acabou escalado para a próxima novela das 19 horas, Corpo Dourado, e as sequências tiveram de ser refeitas com o ator substituto, Jackson Antunes.

Primeira novela de Samara Felippo, Luciano Szafir e Bruno Padilha. Estreia na Globo de Gabriel Braga Nunes e Taís Araújo (vinda do sucesso de Xica da Silva, na TV Manchete).

Abordagens

Entre os temas abordados, estava o preconceito racial e a valorização da etnia negra. Na trama, Vívian (Taís Araújo) era uma ex-menina de rua que combatia o racismo e defendia os direitos dos negros, atuando como porta-voz de questões como a participação no mercado de trabalho e o acesso às universidades. (*)

Anjo Mau também abordou a violência sexual, por meio da tentativa de estupro de Vívian por Ricardo (Leonardo Brício). Após a agressão, ela se dirigiu ao Instituto Médico Legal e submeteu-se a exame de corpo de delito. A novela informou todos os passos que a mulher deve tomar em um caso como esse. (*)

A reinserção social de um menor abandonado foi outra questão importante inserida na novela. Atendendo a um pedido de Ricardo, que passou a dedicar-se às causas sociais, Alzira (Regina Dourado) adotou um menino de rua, dando-lhe a oportunidade de conviver em família. Em seguida, criou um orfanato em sua própria casa. (*)

Anjo Mau teve um “Quem matou?” que culminou com a prisão de Nice, suspeita do assassinato. Ela havia recebido um chamado de Josias (Átila Iório), seu pai biológico com quem havia se desentendido, para encontrar-se com ele em um local distante e dar-lhe vultosa quantia em dinheiro. Entrando no local, uma construção inacabada, encontrou Josias morrendo. Ele, que acabara de ser esfaqueado, mal conseguia falar. Disse apenas “a faca” e morreu em seguida. Nice pegou a faca, deixando lá suas impressões digitais, quando a polícia chegou e a prendeu em flagrante. Tiana (Thelma Reston), cozinheira da família Medeiros, era a assassina de Josias, com quem estava de namoro. Ela demorou, mas confessou o crime: teve que matá-lo porque estava com medo de ser a próxima vítima dele, um criminoso. Depois de ter agido em legítima defesa, Tiana limpou a faca, com medo de ser presa. Por uma fresta, escondida, viu Nice, mas esperou até que todos fossem embora para sair, temendo ser desmascarada.
Na versão original da novela, não houve “Quem matou?”. Onias (o Josias de 1997) simplesmente passou mal e morreu, e Nice ficou sabendo que ele era o seu pai biológico.

Citações

A autora Maria Adelaide Amaral fez em Anjo Mau citações a outras novelas:

– O personagem de Mauro Mendonça revelou ser primo de Filomena Ferreto, de A Próxima Vítima (novela na qual Maria Adelaide foi colaboradora), ao anunciar seu nome completo: Rui Ferreto Novaes;
História de Amor foi lembrada em um comentário de Goretti (Lília Cabral) sobre suas discussões com a filha Simone (Samara Felippo), comparando com as brigas entre Helena e Joyce, personagens de Regina Duarte e Carla Marins naquela novela. A própria Lília Cabral atuou em História de Amor;
Meu Bem Meu Mal (outra novela na qual Maria Adelaide foi colaboradora) foi citada algumas vezes, por ocasião do derrame sofrido por Américo (Sérgio Viotti, que atuou em Meu Bem Meu Mal);
Cambalacho, citada quando Clô e Elisinha (Beatriz Segall e Ariclê Perez) dão o calote em Goretti;
Vale Tudo, no primeiro encontro de Clô (Beatriz Segall) e Nice (Glória Pires), quando Clô pergunta se não conhece Nice de algum lugar, alusão a Odete Roitman e Maria de Fátima, personagens das atrizes em Vale Tudo. A fala foi um “caco” de Beatriz Segall.

Melhor cena de Glória

Uma das cenas principais da novela – e a preferida de Glória Pires – foi o sequestro de Nice, gravada à noite, em um local lúgubre da Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Em 2010, a atriz declarou ao livro “40 Anos de Glória” (de Eduardo Nassife e Fábio Fabrício Fabretti):

“Essa cena foi muito marcante. Considero como uma das melhores de minha carreira. O lugar era horroroso. Ensaiamos e gravamos de primeira, possuídos por uma emoção fortíssima e adrenalina à for da pele. Talvez tenha sido a minha melhor cena na novela.”

Locações

Em sua primeira versão, Anjo Mau foi ambientada na cidade do Rio de Janeiro. No remake, a ação foi transferida para São Paulo.

A novela foi gravada no Projac (Central Globo de Produção), no Rio, e em diversas locações da capital paulista, como o clube Hebraica e a Fundação Maria Luísa e Oscar Americano. O hall e o bar da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo, serviram de cenário para o núcleo jovem de estudantes ligados à moda e à arte. Muitos dos encontros de Ricardo (Leonardo Brício) e Paula (Alessandra Negrini) foram gravados no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) e no Parque do Ibirapuera. (*)

Abertura

Na abertura da novela, uma noiva acinzentada ganhava cor conforme se vestia e se maquiava. Em uma ação de merchandising, a modelo usava produtos da indústria de cosméticos Avon. A moça em questão era a atriz Graziela di Laurentis, que já fora dublê de Glória Pires nas cenas em que as gêmeas Ruth e Raquel contracenavam em Mulheres de Areia, em 1993.

O tema de abertura, a música “Cruzando Raios”, gravada por Orlando Morais, marido de Glória Pires, já havia estado na trilha da novela Mico Preto, de 1990, também estrelada por Glória.

Exibição

Reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo em duas ocasiões: de 04/08/2003 a 09/01/2004, e de 28/03 a 23/09/2016. A primeira reprise (de 2003) foi um sucesso notável, registrando a mais alta audiência da faixa vespertina na década de 2000: média final de 25,8 pontos no Ibope da Grande São Paulo.

Reprisada também no Viva (canal de TV por assinatura pertencente ao Grupo Globo), entre 08/07/2013 e 07/03/2014, às 15h30.

Anjo Mau foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming do Grupo Globo) em 16/05/2022 – apesar de já constar na plataforma a versão editada do Vale a Pena Ver de Novo.

Em seu último capítulo, Anjo Mau anunciou de forma inusitada a novela substituta no horário, Era Uma Vez…: o próprio elenco apresentou aos telespectadores os personagens da nova atração.

Homenagem

A autora fez uma homenagem ao final do último capítulo:
“A Susana Vieira, a nossa primeira Nice.
A Cassiano Gabus Mendes, autor de Anjo Mau e mestre de todos nós.
Em nome de toda a equipe e elenco, o nosso respeito.”

(*) Site Memória Globo.

Trilha sonora nacional

01. SER IGUAL É LEGAL – Vânia Abreu (tema de Vívian)
02. CRUZANDO RAIOS – Orlando Morais (tema de abertura)
03. SONHOS NÃO SÃO IMPOSSÍVEIS – Adriana (tema de Paula)
04. HIPER CONECTIVIDADE – Lulu Santos (tema de Luís Carlos e tema das vinhetas de intervalo)
05. AI MOURARIA – Roberto Leal (tema de Américo)
06. MEU MUNDO E NADA MAIS – Guilherme Arantes (tema de Rodrigo)
07. MENINA MOÇA – Miltinho e Luiz Melodia (tema de Simone)
08. UM AMOR, UM LUGAR – Fernanda Abreu e Herbert Vianna (tema de Helena)
09. O SONHO ACABOU – Roupa Nova (tema de Fred e Goretti)
10. ESTRELA DO MEU CÉU – Cláudio Goldman (tema de Júlio)
11. UN JOUR TU VERRAS – Maysa (tema de Clô)
12. A HISTÓRIA DE LILI BROWN – Leila Pinheiro (tema de Ricardo)
13. EU SEI QUE VOU TE AMAR – Anna Lengruber (tema de Nice)
14. MOON RIVER – Roger Henri (tema de Lígia)

Sonoplastia: Raphael Salles
Produção musical: Roger Henri
Direção musical: Mariozinho Rocha

Trilha sonora internacional

01. CANTARE E’D’AMORE – Amedeo Minghi (tema de Fred e Goretti)
02. SO BEAUTIFUL – Chris de Bourgh (tema de Nice)
03. SANTERIA – Sublime (tema de Bruno)
04. BESAME MUCHO – Luis Miguel (tema de Stela e Tadeu)
05. TRULY MADLY DEEPLY – Savage Garden (tema de Luís Carlos)
06. VIRTUAL INSANITY – Jamiroquai (tema de Duda)
07. LET’S STAY TOGETHER – Big Montain (tema de Vívian)
08. SOLO EN TI – Enrique Iglesias (tema de Lígia)
09. WHO WILL SAVE YOUR SOUL – Jewel (tema de Paula)
10. MOUTH – Joan Evans
11. HOW COME, HOW LONG – Babyface & Stevie Wonder (tema de Rodrigo)
12. LOVE 4 TWO – Lulu Joppert (tema de Simone)
13. I’D LOVE YOU TO WANT ME – Lord Magoo (tema de Júlio e Helena)
14. WHAT DO YOU WANT FROM ME – Monaco (tema de Ricardo)

Seleção de repertório: Sérgio Motta e André Werneck

Tema de abertura: CRUZANDO RAIOS – Orlando Morais

Estrelas vão fugindo
Entre os faróis e o mar
Neste azul, que azul!
Nosso amor sumindo
Entre partir, ficar
Entre o norte e o sul

Cruzando sobre os raios
Antenas de TV
Por que você me olha
Se você não me vê!
Sobre os oceanos
Em doces guerras frias
Não deixe anoitecer
Não deixe escurecer
O nosso dia…

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