Sinopse

Uma tragédia marcou para sempre Ben Silver. Na fatídica noite, todos dançavam em volta da fogueira na fazenda dos McGold e esperavam para comer o javali que assava. Em meio a esse clima de festa, Joe Wayne e seus capangas mascarados chegaram na surdina e começaram a atirar. Assustado, Ben, que tinha apenas oito anos na ocasião, escondeu-se atrás de um carro de boi. Com o barulho, o animal fugiu salvando a vida do menino.

O tempo passou e o único sobrevivente da família Silver construiu um herói reservado, pouco falante e, acima de tudo, muito misterioso. Sua vida é movida por um forte desejo de vingança. Da cena na fazenda dos McGold restou um nome, Paul Bullock, o mandante da chacina, que o acompanharia em todos os dias de sua vida durante vinte anos, assim como a promessa de vingar os seus.

Na cidadezinha de Santa Fé, uma moça é a única capaz de tirar Ben de sua inércia de durão. Diana usa roupas de cowboy e age como tal. É forte, determinada, boa no gatilho e de uma beleza estonteante. Ela entra em uma diligência com destino a Albuquerque e está acompanhada de Jeff Wall Street, que impede que Ben pegue uma carona. Mas o rapaz dá seu jeito e sobe na parte de trás da carroça.

Durante a viagem, os passageiros são surpreendidos por quatro assaltantes. Diana e Ben mostram que têm química na luta. Um complementa o outro, lutam com maestria. A dupla está dando conta do recado até que um dos bandidos os surpreende. Ben se joga na frente daquela bela mulher e se fere no ombro.

Com fortes argumentos, Diana convence Jeff a conduzir a diligência e deixá-la cuidando do forasteiro. O momento é mágico: vendo aquele homem ferido e indefeso em seus braços, ela não se contém e deixa de lado o fardo de durona. É nesta ocasião que Ben, inconsciente, sussurra o nome de Paul Bullock, o homem que matou sua família. Também o pai da mulher por quem vai se apaixonar.

Globo – 19h
de 3 de outubro de 2005
a 22 de abril de 2006
173 capítulos

novela de Mário Prata
escrita por Mário Prata, Carlos Lombardi, Antônio Prata, Ana Ferreira, Chico Mattoso, Filipe Miguez, Márcia Prates e Reinaldo Moraes
direção de Paulo Silvestrini, Cláudio Boeckel, Ary Coslov e Carlo Milani
direção geral de José Luiz Villamarim
núcleo Ricardo Waddington

Novela anterior no horário
A Lua Me Disse

Novela posterior
Cobras e Lagartos

BRUNO GARCIA – Ben Silver
FERNANDA LIMA – Diana Bullock
MAURO MENDONÇA – Paul Bullock
JOANA FOMM – Miriam Viridiana McGold
GIULIA GAM – Vegas Locomotiv
NEY LATORRACA – Aquarius Lane
MARISA ORTH – Úrsula
CAROL CASTRO – Mercedita
GUILHERME FONTES – Jeff Wall Street / Pedro
EVANDRO MESQUITA – Henaide / Billy The Kid / Simon / Edilson
KADU MOLITERNO – Denaide / Jesse James / Garfunkel / Denilson
ALINNE MORAES – Penny Lane
GUILHERME BERENGUER – Neon
SIDNEY MAGAL – Zorroh (Clayton)
ELIEZER MOTTA – Tonto
MARCO RICCA – Patrick Gógol / Edgard Stewart
ERNANI MORAES – Frank Black Night / Prima Dolores
BETTY LAGO – Calamity Jane / Mike
FERNANDA DE FREITAS – Catty
RICARDO TOZZI – Dr. Harold / Lobo
DANIELLE SUZUKI – Yoko Bell
BABI XAVIER – Marylin Corroe
TATIANA MONTEIRO – Helga Andersen
RODRIGO LOMBARDI – Zoltar
NAIR BELLO – Dona Zorra (Leona Lake)
THALMA DE FREITAS – Baiana
COSME DOS SANTOS – Rush
RENATO CONSORTE – Padre Jeremy Hacker
RENATO BORGHI – Ernest
GENÉZIO DE BARROS – Javier Bolívar
ANGELINA MUNIZ – Violeta
MARIA HELENA VELASCO – Mãe Bezerra
ANDERSON LAU – Sheng Leng Jr.
RUY REZENDE – Jack Label
PAULO MIKLOS – Kid Cadilac
ROUMER CANHÃES – Absurd Boy
HUMBERTO CARRÃO – Pablito
RAPHAEL RODRIGUES – Bike Boy
ARIELA MASSOTTI – Brenda Lee
MAUREN MCGEE – Tabatha
JÚLIA SABUGOSA – Carmencita
JAIRO MATTOS – Dong-Dong
CRIS BONNA – Dorothy
ANDRÉ BANKOFF – Pete (Peter Johnson)
IRAN MALFITANO – MacMac
LUÍS MELODIA – Sam
SÔNIA SIQUEIRA – Zulma
CÁSSIO NASCIMENTO – Charles Müller
RONEY FACCHINI – Nicola Fellini
MIGUEL NADER – Dragon
ANDRÉA BUSATO – Ingrid Gógol

e
ALEXANDRE SCHUMACHER – policial que prende Diana
ALEXANDRE ZACCHIA – Fidel
ALICE BORGES – Irmã Socorro
ANA ROBERTA GUALDA – Polly
ANDRÉA LEAL – Anastácia
BIANCA BYINGTON – Viúva Jones
CARLA MARINS – Alba
CARLOS BONOW – Hector
CARL SCHUMACHER – Coppola
CASTRO GONZAGA – Dr. Freud
CLÁUDIA BORIONI – madre
CLÁUDIA LIRA – Diva
DARY REIS – bandido
EDUARDO DUSEK – Príncipe Von Kristoff
ELIAS GLEIZER – Bispo
EUCIR DE SOUZA – Fox
FÁBIO HERFORD – Washington
FELIPE CARDOSO – Don
FERNANDA RODRIGUES – Daisy
FLÁVIA MONTEIRO – Samanta
GRACE GIANOUKAS – Esmeralda
GUILHERME PIVA – empregado do hotel onde Henaide e Denaide ficam hospedadas em Santa Fé / Ricky (mordomo inglês que participa do leilão de Veridiana) /
Smith (cozinheiro atrapalhado contratado por Vegas)
IDA GOMES – Irmã Encarnación
JECE VALADÃO – Joe Wayne (pistoleiro que mata John McGold, no início)
JOANA LIMAVERDE – Lana
JULIANA GUIMARÃES – Fiona
JÚLIO ROCHA – Baby Face
LARISSA BRACHER – Jéssica
LEONA CAVALLI – pistoleira no último capítulo
LEONARDO NETTO – Jack Seca Cangote (Vampiro do Alabama)
LICURGO SPÍNOLA – Xerife Jordan
LIONEL FISCHER – Philip
LUCA DE CASTRO – juiz
LUCIANA BRAGA – Viúva Clark
MARCOS PASQUIM – Crazy Jake
MÁRIO GOMES – Xerife Greg Taylor
MIGUELITO ACOSTA – Puro Osso
MURILO ROSA – Josh Lucas
NICA BONFIM – Mamma Jack
PAULO VESPÚCIO – Hunter
RICARDO DUQUE – Bob
RICARDO PAVÃO – falso D. Pedro II
SILVIA NOBRE – Pena Levinha
TARCÍSIO MEIRA – John McGold (xerife de Albuquerque, marido de Viridiana, inimigo de Paul Bullock, morre no início)
TED BOY MARINO – bandido
WILLIAN VITA – Johnny Carniceiro
ZÉ CARLOS MACHADO – Sr. Armstrong
ZELI OLIVEIRA – Nalda

– núcleo de BEN SILVER (Bruno Garcia), rapaz que volta à terra natal, Albuquerque, para se vingar do homem que chacinou sua família inteira quando ele era criança:
o padrinho JAVIER (Genézio de Barros), que morre no decorrer da novela
a madrinha VIOLETA (Angelina Muniz)
os filhos de Javier e Violeta, a jovem MERCEDITA (Carol Castro), que se apaixona por Ben, e PABLITO (Humberto Carrão)
a irmã CARMENCITA (Júlia Sabugosa), que Ben reencontra anos depois morando num convento e meio sem juízo.

– núcleo de PAUL BULLOCK (Mauro Mendonça), fazendeiro poderoso que manda e desmanda em Albuquerque e é o homem de quem Ben quer se vingar:
a filha DIANA (Fernanda Lima), bela e corajosa, se apaixona por Ben
o filho mais novo NEON (Guilherme Berenguer), que enganou a família dizendo que estudava veterinária na capital quando, na verdade, estudava teatro e música
o contador JEFF WALL STREET (Guilherme Fontes), mau-caráter que almeja casar-se com Diana para tomar posse da fortuna de Bullock
a empregada MÃE BEZERRA (Maria Helena Velasco), descendente de índios, ajudou a criar Diana e Neon
o agregado SHENG LENG JR. (Anderson Lau), que depois descobre ser também filho de Bullock
o bandido FRANK BLACK NIGHT (Ernani Moraes), que seqüestra Diana a mando de Jeff e depois faz alguns serviços para o fazendeiro.

– núcleo da família McGold, inimiga dos Bullock:
o patriarca JOHN McGOLD (Tarcísio Meira, numa participação nos dois primeiros capítulos), xerife de Albuquerque, que morre num duelo com um perigoso bandido
a mulher de John, MIRIAM VIRIDIANA (Joana Fomm), paixão de Bullock no passado. Ao final, os dois se casam e termina a rixa entre as famílias
a filha URSULA (Marisa Orth), uma beata carola, e o marido AQUARIUS LANE (Ney Latorraca), um cientista
a neta PENNY LANE (Aline Moraes), filha de Ursula e Aquarius, que se apaixona por Neon
a filha DOROTHY (Cris Bonna), que está dormindo há 20 anos, e o marido DONG-DONG (Jairo Mattos), um beberrão
a neta CATHY (Fernanda de Freitas), filha de Dorothy e Dong-Dong, que a princípio é uma cópia mais jovem da tia beata mas que depois disputa Neon com a prima
o sobrinho distante MACMAC (Iran Malfitano), que surge na metade da história para disputar Penny com Neon, mas depois sai de cena
o surfista PETE (André Bankoff), com quem Dorothy traiu Dong-Dong no passado.

– núcleo da pensão das Naides:
os amigos bandidos BILLY THE KID (Evandro Mesquita) e JESSE JAMES (Kadu Moliterno), que, fugindo da justiça, se instalam em Albuquerque, onde abrem uma pensão, sob a identidade de duas irmãs solteironas, HENAIDE e DENAIDE, vivendo travestidos de mulher e cheios de trejeitos
a cozinheira brasileira BAIANA (Thalma de Freitas)
a pistoleira CALAMITY JANE (Betty Lago), que chega à cidade na reta final da novela à procura dos dois bandidos refugiados.

– núcleo de VEGAS LOCOMOTIV (Giulia Gam), cafetina que chega à Albuquerque com suas “meninas”. A princípio é inofensiva, mas depois mostra-se uma vilã, casando-se com Bullock por interesse:
as prostitutas MARYLIN CORROE (Babi Xavier), que abandonou o marido e a filha e sumiu no mundo,
HELGA ANDERSEN (Tatiana Monteiro), de sangue alemão,
e YOKO BELL (Daniele Suzuki), de ascendência oriental
a jovem sobrinha BRENDA LEE (Ariela Massotti).

– núcleo do trapaceiro EDGARD STEWART (Marco Ricca), que assume a identidade e as atribuições do xerife designado para substituir McGold, de nome PATRICK GÓGOL. Conhece Vegas do passado. No meio da novela, Edgard/Gógol é encontrado morto, enforcado, e então o novo xerife sai em busca do criminoso:
o comparsa RUSH (Cosme dos Santos), que depois se arrepende e passa a querer de fato defender a cidade dos bandidos
os bandidos KID CADILLAC (Paulo Miklos) e ABSURD BOY (Roumer Canhães), que são postos em liberdade por Gógol e passam a prestar serviços à polícia
a viúva do verdadeiro Gógol, INGRID (Andréa Busato), que vem a Albuquerque em busca do marido.

– núcleo de ZORROH (Sidney Magal), que tem um salão de cabeleireiro e se torna xerife após a morte de Gógol. Homossexual, Zorroh “se converte” e engata um romance com Violeta após a viuvez desta:
o índio TONTO (Eliezer Motta), seu fiel companheiro
a mãe LEONA LAKE, ou DONA ZORRA (Nair Bello), uma trambiqueira que aparece do meio para o fim da novela.

– núcleo do Gran Circo Fellini, que se estabelece em Albuquerque:
o dono do circo, NICOLA FELLINI (Roney Facchini)
o mágico ZOLTAR (Rodrigo Lombardi), o tal marido de Marylin abandonara
a filha de Zoltar e Marylin, TABATHA (Mauren McGee)
o lutador DRAGON (Miguel Nader).

– núcleo do saloon:
o proprietário JACK LABEL (Ruy Rezende)
o pianista SAM (Luiz Melodia)
a mulher de Sam, ZULMA (Sônia Siqueira), empregada dos McGold
o filho dos dois, BIKE BOY (Raphael Rodrigues), espécie de office-boy da cidade, amigo de Pablito.

– demais personagens:
o padre JEREMY HACKER (Renato Consorte), pároco de Albuquerque
o sacristão e dono do armazém ERNEST (Renato Borghi), apaixonado por Viridiana. Depois se descobre que ele matou Gógol, já que este sabia um segredo de seu passado
o médico de Albuquerque, DR. HAROLD (Ricardo Tozzi), que se envolve com várias mulheres da cidade, já que quando bebe torna-se o “Lobo” – no entanto, é por Yoko que se apaixona
o jornalista CHARLES MÜLLER (Cássio Nascimento), editor da “Gazeta de Albuquerque”
a VIÚVA CLARK (Luciana Braga), que aparece na reta final – a ponto de ser despejada de seu rancho pelo vilão, é ajudada por Ben
o amigo de Ben Silver, CRAZY JACK (Marcos Pasquim), que aparece na reta final da novela. Xerife de El Perro, é casado com a filha do mandachuva da cidade, FIONA. Infeliz no casamento, aproveita e vai embora para Albuquerque com Ben, Diana e Mercedita, tornando-se, no último capítulo, o novo xerife da cidade
o veterinário JOSH LUCAS (Murilo Rosa), que surge na reta final para disputar Diana com Ben Silver – revela-se um mau-caráter
o bandido JOE WAYNE (Jece Valadão, numa participação nos dois primeiros capítulos), que trava um duelo com o xerife McGold. Também morre.

Violência amenizada

A história de Bang Bang, baseada nos clássicos do western norte-americano, foi apresentada pelo novelista Mário Prata à TV Manchete em 1986 e seria dirigida por Luiz Fernando Carvalho.
“A ideia não chegou nem a virar sinopse, apenas um esboço de poucas páginas”, explicou Prata, que teve a novela cancelada. Só em 2005 a história saiu da gaveta, produzida pela Globo.

No primeiro capítulo, a emissora optou por usar desenhos animados para reduzir o impacto de cenas violentas. A animação, que serviu como um prólogo, retratando o que aconteceu no passado do protagonista Ben Silver (Bruno Garcia), teve como objetivo adequar o faroeste ao horário livre e se isentar de acusações de influência no Referendo do Desarmamento, em voga na época.

Afastamento do autor

Bang Bang sofreu um baque já em sua segunda semana de exibição: Mário Prata – que retornava à emissora após vinte anos – tirou licença por tempo indeterminado, afastando-se da roteirização dos capítulos. O motivo oficial do seu afastamento era um problema na articulação do ombro, mais tarde diagnosticado como uma osteoporose.

Por conta deste quadro, Prata se afastou por completo da novela, deixando 30 capítulos escritos e 20 projetados. Márcia Prates, da equipe de colaboradores, a princípio, assumiu a coordenação do texto. Pouco tempo depois, Carlos Lombardi foi convocado para dar um rumo e orientar a equipe de roteiristas da novela.

Foi então que Bang Bang tornou-se outra novela, diferente da inicial, já que Mário Prata e Carlos Lombardi têm estilos diferentes, especialmente no tocante à forma de fazer humor. (“Novela, a Obra Aberta e Seus Problemas”, Fábio Costa)

Projeto ousado

Carlos Lombardi teve 15 dias para tentar botar ordem na novela. Diante do caos, cogitou uma tragédia. “Sugeri um terremoto”, contou à revista Isto É Gente (13/02/2006).

Ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, do Projeto Memória Globo, Lombardi comentou sua participação:
Bang Bang era uma novela altamente experimental (…) era uma paródia. Todo mundo sabia que era um projeto ousado. E tinha virado um projeto ousado sem dono. Quer dizer, quando o Prata saiu, a novela perdeu a personalidade. (…) Eu achava que a novela tinha muitos problemas técnicos. (…) a história de Bang Bang foi empacotada de forma errada. Bang Bang deveria ter sido um seriado semanal, e não uma novela. (…) Eu disse: ‘Se é remendo, vamos remendar!’ E foi o que eu fiz. Deu certo. Fiz a minha parte. Mas foi um dos trabalhos mais difíceis da minha vida.”

Audiência baixa

Com uma proposta “diferente e inovadora”, Bang Bang não conseguiu cativar o público, fato refletido nos números de Ibope, considerados baixos para o horário.

Na festa de lançamento da novela, Mário Prata comentou: “Dizem que nesse horário 35 de Ibope é a média. Bang Bang não vai dar isso”, previu. “Ou dá 40 ou mais, ou 30 ou menos. Nem eu, nem a Globo sabemos no que vai dar, mas estamos nos divertindo.”

A diversão terminou rápido. A novela fechou com uma média de menos de 28 pontos no Ibope da Grande São Paulo, sete a menos da esperada para o horário. (revista Isto É Gente, 13/02/2006)

Também de acordo com matéria da revista Isto É Gente (de 13/02/2006), o tropeço de Bang Bang rendeu um corte no número de capítulos. Dos 200 inicialmente previstos, terminou com 173.

Outra estratégia da emissora para tentar conter o impacto dos problemas da novela foi a diminuição na duração dos capítulos, que, dos habituais 45 minutos, passaram para 35. A defasagem de dez minutos foi ajustada na atração das seis, Alma Gêmea, novela que fazia muito sucesso. Ao herdar os dez minutos que Bang Bang perdeu, Alma Gêmea ganhou mais um bloco nos capítulos diários.

Enredo confuso

Vários foram os problemas apontados pela trama não ter emplacado. O principal deles: a obra não era um folhetim dos mais tradicionais, com vilãs muito más, mocinhas muito boas e romances melados. Com uma história que misturou trama cult, passada no faroeste, com homenagem aos Beatles e animações japonesas, a novela testou uma nova linguagem, com enredo confuso para parte do público.

Em uma pesquisa encomendada pela emissora, as piadas com referências aos anos 1960, os nomes difíceis dos personagens (em inglês) e o ritmo lento da narrativa foram apontados como problemas pelos telespectadores.

Em contrapartida, a TV Record festejou os números de sua novela Prova de Amor, concorrente no horário – uma trama contemporânea com todos os ingredientes básicos do folhetim. Ficando sempre em segundo lugar na audiência, a novela da Record roubou vários espectadores de Bang Bang, que encontraram na concorrente o que faltava na novela das sete da Globo.

Elenco

Sem nenhuma experiência anterior como atriz em novelas, a modelo e apresentadora Fernanda Lima estreou em Bang Bang como a protagonista, Diana Bullock. Mas não convenceu e recebeu uma enxurrada de críticas. Fernanda atuou em apenas mais uma novela, Pé na Jaca, no ano seguinte (2006-2007).

Também a primeira novela dos atores Ricardo Tozzi, André Bankoff e Humberto Carrão. E a estreia de Rodrigo Lombardi nas novelas da Globo.

Quatro músicos fizeram parte do elenco: Evandro Mesquita, Sidney Magal, Paulo Miklos e Luiz Melodia. Com as mudanças na novela, Paulo Miklos e Luís Melodia passaram a fazer apenas participações esporádicas, quando absolutamente necessárias.

O personagem do ator Jairo Mattos – Dong Dong – foi eliminado da trama. Já Marco Ricca pediu para sair da novela, e seu personagem, o falso xerife Gógol, acabou assassinado.

O ator Guilherme Piva, em participação especial, viveu, em três momentos, três personagens completamente diferentes um do outro, um fato raro que só havia acontecido anteriormente em Vira-lata (1996), com Matheus Carrieri, e em Kubanacan (2003), com Marcos Breda.

Para entrarem no universo faroeste, os atores participaram de um workshop em que tiveram aulas de montaria, malabarismo, lutas e esgrima.

Falso gancho

Inspirado por Glória Perez, e referenciando-a, Carlos Lombardi repetiu em Bang Bang a cena dos tiros à queima-roupa que não atingem a pessoa alvo, que a autora criou para sua novela Carmem (1987-1988).

No final de um determinado capítulo de Carmem, uma personagem disparou seis tiros contra o marido. A cena terminou no auge da ação, como gancho. No capítulo seguinte, porém, o telespectador percebeu que nenhum tiro havia atingido seu alvo, recurso conhecido no jargão novelístico como “falso gancho”, já que os tiros não tiveram consequência alguma na trama. “Os seis tiros de Carmem” tornou-se o mais notável falso gancho de nossas novelas.

Carlos Lombardi homenageou o falso gancho de Glória Perez em tom de comédia, repetindo a cena dos tiros que não acertaram o alvo em Bebê a Bordo (1988-1989), Perigosas Peruas (1992), Kubanacan (2003-2004) e Bang Bang (2005-2006).

Em Bang Bang, Viridiana (Joana Fomm) descarregou um rifle contra Paul Bullock (Mauro Mendonça) e não acertou nenhuma bala.

Cenografia e locações

A fictícia cidade da trama, Albuquerque, era o mesmo nome da cidadezinha de Estúpido Cupido, novela que Mário Prata escreveu com sucesso em 1976. A única diferença é que aquela era no interior de São Paulo, enquanto a de Bang Bang localizava-se no estado americano do Novo México.

O nome Albuquerque é uma referência à cidade onde Mário Prata cresceu, Lins (no interior paulista), antigamente chamada de Albuquerque Lins. Prata é mineiro de Uberaba, mas cresceu em Lins.

A cidade cenográfica, projetada pelos cenógrafos Mário Monteiro e Alexandre Gomes, era constituída por uma rua principal e casas de madeira com tons esmaecidos. Foram erguidas no Projac, em forma de T, as duas cidades do Velho Oeste: Albuquerque e Santa Fé. Na primeira, com 3.600m2, estavam o saloon, igreja, delegacia, hotel e armazém. Nas redondezas estava a vizinha Santa Fé, com 1.200m2, que recebeu um tratamento mais sofisticado, que abrigou o banco, cassino, butique e ambientes mais chiques.

Uma equipe de 27 profissionais brasileiros aterrissou no Chile para gravar as primeiras cenas da novela. Três locações distintas foram utilizadas pela equipe ao longo de duas semanas. Os pontos escolhidos foram o Vale da Lua, uma trilha próxima à entrada de São Pedro do Atacama, e uma estrada que liga esta cidade à Calama. Os atores chilenos Francisco Javier Lambert Rodrigues, Luiz Wigdorsky e Geraldo del Lago, participaram das gravações realizadas no país.

Abertura

A abertura da novela foi produzida em stop motion, técnica de animação em que bonecos são movimentados e fotografados quadro a quadro para, posteriormente, as imagens serem unidas para dar a impressão de movimento.

Ao contrário do que se pensou, não era uma reedição dos famosos bonequinhos Playmobil. Os bonecos da novela era originais, criados pela equipe de Hans Donner, e caracterizavam os personagens da trama. Foram usados como referência bonecos de chumbo até chegar ao formato adotado.

01. LAST RIDE – The Bambi Molesters
02. DE PERTO – Os Paralamas do Sucesso (tema de Ben Silver e Diana)
03. NÓS DOIS – Luís Melodia
04. CANÇÃO AGALOPADA – Zé Ramalho (tema de Ben Silver)
05. BALADA DO CÉU NEGRO – Zeca Baleiro (tema de Mercedita)
06. TEMPOS DE COWBOY – Blitz (tema de Henaide e Denaide)
07. CORAÇÃO DO MEU MUNDO – Black Alien (tema de Diana)
08. OS DOIS NO AR – Paulo Miklos (tema de Penny Lane e Neon)
09. NÃO RESISTO A NÓS DOIS – Wanessa Camargo (tema de Ben Silver e Diana)
10. BIG BLUE SEA – Bob Schneider (tema de Harold e Yoko)
11. LOVE ME TENDER / TROUBLES – The Originals (tema de Paul Bullock)
12. QUEM, ALÉM DE VOCÊ? – Leoni
13. I’VE BEEN THINKING – Supla
14. MALAGUEÑA – The Bambi Molesters (tema de abertura)

Sonoplastia: Octávio Lacerda e Raphael Salles
Produção musical: João Paulo Mendonça
Direção musical: Mariozinho Rocha
Projeto e seleção de repertório: Mariozinho Rocha e Ricardo Waddington

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