Dias Gomes

Baiano de Salvador, Alfredo de Freitas Dias Gomes nasceu em 19 de outubro de 1922. Antes de enveredar para o universo da telenovela (onde já atuava sua mulher Janete Clair), Dias tinha notoriedade como autor teatral e projeção internacional graças à sua peça “O Pagador de Promessas”, transformada em filme em 1962, vencedor da Palma de Ouro de melhor filme no Festival de Cannes.

Sua primeira experiência com telenovela se deu por influência de Janete Clair. Também por não conseguir trabalho por causa do Regime Militar: Dias, comunista assumido, não era bem visto pelos militares de então. Por isso, sua primeira novela – A Ponte dos Suspiros, em 1969 – foi assinada com um pseudônimo: Stela Calderón.

Após seus primeiros sucessos na TV (Verão Vermelho e Assim na Terra como no Céu, no início dos anos 1970), Dias tornou-se um dos maiores autores da telenovela brasileira. Com linha polêmica, criativa, conseguiu subverter a forma folhetinesca, desenvolvendo o drama sem os chavões tradicionais. São exemplos: Bandeira Dois (1971-1972), O Bem-Amado (1973) e O Espigão (1974). Com Saramandaia, em 1976, criou o realismo fantástico na telenovela.

Muito perseguido pela censura dos anos de arbítrio, conheceu um duro golpe ao ver sua novela Roque Santeiro impedida de ir ao ar em 1975. Por fim, ela chegou aos lares brasileiros dez anos depois, com a permissão da Nova República, tornando-se um dos maiores sucessos do gênero.

Imortal da Academia Brasileira de Letras, Dias Gomes morreu em um acidente automobilístico em São Paulo, em 18 de maio de 1999, aos 76 anos. De seu casamento com Janete Clair – que durou mais de 30 anos – teve quatro filhos. Desde 1985, era casado com a atriz Bernadeth Lyzio, com quem teve duas filhas.

Para ler: “Apenas um Subversivo“, Dias Gomes.