Sinopse

A trama desenvolve-se no ambiente da Editora Mayo, uma empresa em fase de prosperidade, com a engrenagem publicitária que cria e destrói ídolos, a concorrência egoísta pela fama envolvendo artistas, redatores, fotógrafos, repórteres e modelos, desonestidades com as rendas da editora entre os sócios, intrigas, fofocas, chantagens, exploração e utilização de pessoas que querem projetar-se como artistas.

Ainda muitos mistérios, principalmente envolvendo o copeiro Chicão e sua filha Jô. O suspense é alastrado quando Ray também consegue emprego de copeiro, apesar de sua larga cultura.

Record – 19h
de 12 de abril a 7 de agosto de 1971

novela de Walther Negrão
direção de Carlos Manga

Novela anterior no horário
As Pupilas do Senhor Reitor

Novela posterior
Sol Amarelo

LUIS GUSTAVO – Ray
DÉBORA DUARTE – Jô
FERNANDO BALERONI – Chicão
NATHÁLIA TIMBERG – Maria do Carmo
RODOLFO MAYER – Américo Mayo
GERALDO DEL REY – Rúbem
MAURO MENDONÇA – Mateus
ADRIANO STUART – Aranha
KARIN RODRIGUES – Ítala
LÍDIA COSTA – Carolina
ADEMIR ROCHA – André
PEPITA RODRIGUES – Bia
CÉLIA HELENA – Alice
MÍRIAN MEHLER – Cláudia
FLORA GENY – Helena
RÚBENS MORAL
CÉLIA COUTINHO – Mimi
WILMA DE AGUIAR – Marta
WLADIMIR NIKOLAIEFF
EDMUNDO LOPES
PERRY SALLES
HERALDO GALVÃO
SEBASTIÃO CAMPOS
SILVIO DE ABREU – Subdelegado Damasceno Righi Salomão

Forte concorrência

Produção paulista da TV Record, Editora Mayo, Bom Dia estreou no Rio de Janeiro pela TV Rio, às 21 horas, em 10/05/1971, quase um mês após a exibição do primeiro capítulo em São Paulo (14/04), juntamente com outra estreia da Record paulista, Os Deuses Estão Mortos (às 18h30).

Apresentou-se uma nova proposta conduzida alegremente. A TV Record fazia um investimento tentacular: trazia Walther Negrão da Globo e reunia a dupla Luis Gustavo e Débora Duarte, de Beto Rockfeller, grande sucesso recente da Tupi.

Entretanto, a concorrência às 19 horas era grande em 1971: Minha Doce Namorada na Globo e A Fábrica na Tupi. Tanto que a Record não deu continuidade de imediato ao horário: Editora Mayo, Bom Dia terminou em agosto e a produção seguinte (Sol Amarelo) só estreou em dezembro.

Crítica à Editora Abril

Sobre a novela, o autor Walther Negrão declarou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia” (do Projeto Memória Globo):

“Marcos Rey (novelista na TV Record no início dos anos 1970) tinha proposto uma novela que fazia críticas à Editora Abril – por isso a novela se chamava Editora Maio, Bom Dia. Quando os Machado de Carvalho, donos da Record, perceberam, não quiseram mais a novela. Mas já tinham chamadas no ar e um grande elenco escalado. Então eles me convidaram para resolver essa questão.

O Marcos Rey não queria mudar a novela. Ele tinha um problema pessoal com a Editora Abril, e isso ficava óbvio na trama. A história mostrava o dono de uma grande editora que tinha uma mulher chamada Sultana. E a esposa do Sr. Victor Civita (da Abril) se chamava Silvana. O editor da novela tinha dois filhos, com nomes que começavam com a letra R, semelhantes aos filhos de Civita. Não havia nenhuma sutileza.

Só havia um jeito de mudar tudo. Sugeri rebatizar a editora para Mayo, com Y, como se fosse um sobrenome, tirando a conotação de mês. O público não percebeu a mudança nas chamadas. E fiz outra história. Até porque, nem conhecia a história do Marcos Rey. Eu tinha recém-saído da Abril, onde era muito bem tratado, e não tinha nenhum motivo para criticá-la”.

Personagem recorrente

O futuro autor de novelas Silvio de Abreu (que começou a carreira artística como ator) participou do elenco de Editora Mayo, Bom Dia. O seu personagem, Damasceno Righi Salomão, já havia estado na trama anterior de Walther Negrão, A Próxima Atração, na Globo. Era o primeiro caso de um personagem que reaparece em uma novela posterior do mesmo autor. O próprio Silvio de Abreu, anos mais tarde, como roteirista, usou esse recurso em suas tramas.

De acordo com depoimento de Walther Negrão ao programa Persona em Foco, da TV Cultura, Damasceno Righi Salomão era o nome de um amigo de sua família, um fotógrafo em Avaré (SP), sua cidade natal. Negrão voltou com Damasceno Righi Salomão (um investigador com esse nome) em duas outras novelas, interpretado por atores diferentes: Milton Gonçalves em Fera Radical (1988) e Emílio Orciollo Netto em Sol Nascente (2016-2017).

Censura a Clodovil

A Censura do Regime Militar não viu com bons olhos a participação do costureiro Clodovil Hernandes em Editora Mayo, Bom Dia. De acordo com o pesquisador Cláudio Ferreira no livro “Beijo Amordaçado – A Censura às Telenovelas Durante a Ditadura Militar”:

“O censor Dalmo Paixão justificou a supressão de uma cena: ‘O personagem Clodovil faz com uma das mãos gestos irreverentes e obscenos.’ A censora Lenir de Azevedo Souza não foi menos enfática, mas não acertou o nome do estilista e indicou o corte na cena ’em que aparece o costureiro Cordovil (sic) com jeitinho afeminado’.”

De qualquer forma, os censores logo se acostumaram com a presença de Clodovil em novelas, com sua participação em Marron Glacé (1979-1980), Plumas e Paetês (1980-1981), Sabor de Mel (1983) e outras.

Compacto de O Grupo com o tema de abertura da novela

editoramayot

01. EDITORA MAYO, BOM DIA
02. VERA VERINHA

Tema de Abertura: EDITORA MAYO, BOM DIA – O Grupo

Honestidade vai embora daqui
Nós não falamos com você nem a pau
Criamos fatos da imaginação
Onde a verdade não existe em geral

Mas agora roda que eu quero ver
A manchete da capa vai ser pra valer
Se alguém vai sofrer não queremos saber
O que interessa é a mentira que o povo vai ler

Esse é o nosso mundo cão
Festival de opinião

E a tiragem vai aumentando…

A vida amansa com problemas totais
E a conseqüência é a imensa falta do céu
No fim do dia, no balanço geral
Não sobrou nada que não fosse papel

Mas agora roda que eu quero ver
A manchete da capa vai ser pra valer
Se alguém vai sofrer não queremos saber
O que interessa é a mentira que o povo vai ler

Esse é o nosso mundo cão
Festival de opinião

E a tiragem vai aumentando…

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