Sinopse

A ação tem início com o sequestro por Lampião do geólogo inglês Steve Chandler, no qual o cangaceiro usa Joana Bezerra como intermediária para negociar o resgate com o governo da Bahia: 40 contos de réis pela vida do refém. Em Salvador, o jornalista Lindolfo Macedo descobre que o governo pretende mandar prender Argemiro, o irmão honesto e trabalhador de Lampião, para forçar o cangaceiro a soltar o inglês. O jornalista parte então para o sertão na esperança de encontrar Argemiro primeiro. Porém, o governador decide enviar tropas comandadas pelo Tenente Zé Rufino, tradicional perseguidor de Lampião, para capturar o bandido.

A partir daí tem início uma série de negociações, perseguições e fugas, durante as quais o bando de Lampião vive momentos de grande tensão, tanto pela presença de Chandler quanto pelo desaparecimento de Maria Bonita. O governo e a embaixada inglesa oferecem recompensas a quem fornecer pistas sobre o paradeiro do cangaceiro. O cerco se aperta. A volante de Zé Rufino descobre o bando na fazenda de Manoel Severo, onde Lampião e Maria Bonita haviam ido visitar Expedita, a filha do casal. Por fim, em 28 de julho de 1938, Lampião e Maria Bonita são metralhados na fazenda Angicos, sertão de Sergipe.

Globo – 22h
de 26 de abril a 7 de maio de 1982
8 capítulos

minissérie de Aguinaldo Silva e Doc Comparato
direção de Paulo Afonso Grisolli e Luís Antônio Piá

NELSON XAVIER – Lampião (Virgulino Ferreira da Silva)
TÂNIA ALVES – Maria Bonita (Maria Gomes de Oliveira)
ROBERTO BONFIM – Sargento Libório
REGINA DOURADO – Joana Bezerra
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Secretário do Interior da Bahia
JOSÉ DUMONT – Tenente Zé Rufino
GILSON MOURA – Tenente Zé Batista
JOFRE SOARES – Coronel Pedrosa
HELBER RANGEL – Linfolfo Macedo
MICHAEL MENAUGH – Steve Chandler
JOHN PROCTER – Mr. Fry
ARNAULD RODRIGUES – Genésio
ANTÔNIO POMPEO – Sabonete
MARCUS VINÍCIUS – Gavião
B. DE PAIVA – Caçador
SILVIO CORREIA LIMA – Corisco
LU MENDONÇA – Dadá
JOSÉ FERNANDES – Argemiro
MARCO ANTÔNIO SOARES – telegrafista
JUREMA PENA – Mariinha
SÔNIA BORGES – Eufrásia
SÉRGIO SAMPAIO – Feliciano
JOMBA – Manoel Severo
ADRIANA BARBOSA – Expedita
HILEANA MENEZES – Alice
MARIA ALVES – Mabel
ILVA NIÑO – Odete
JOSÉ MARINHO – Seu Casé
TERESA CRISTINA – Cila
VANDA KATIUSCIA – Cipriana
HENRIQUE COSTA – Caixa de Fósforo
EVANDRO SILVA – Novo Tempo
NESTOR CAPOEIRA – Amarelo
FERNANDO PALITOT – soldado Sandes
RUBENS ARAÚJO – Dr. Eustáquio
JURANDIR OLIVEIRA – Antônio de Engracia
LEÔNIDAS AGUIAR – Rastejador
ANILDA LEÃO – agregada
BETO LEÃO – sertanejo
ARMANDO NASCIMENTO – Getúlio Vargas

Momento brilhante

Primeira experiência da Globo no formato minissérie.

Brilhante momento da televisão: dois grandes atores – Nelson Xavier e Tânia Alves – à frente do elenco e um roteiro perfeito garantiram esse sucesso.

O texto de Lampião e Maria Bonita é uma obra de ficção. Assim, o compromisso histórico foi apenas relativo, embora se tenha realizado uma pesquisa minuciosa, em que autores, diretores e produtores percorreram a região do cangaço, visitaram o Museu Antropológico do Ceará e realizaram inúmeras entrevistas.

Premiações

Lampião e Maria Bonita foi premiada com a medalha de ouro do Festival de Filmes e Televisão de Nova York.

Por seu trabalho como Maria Bonita, Tânia Alves foi eleita pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) a melhor atriz de 1982 (juntamente com Irene Ravache, pela novela Sol de Verão, Cleyde Yáconis, pela novela Ninho da Serpente e Marília Pêra, pela minissérie Quem Ama Não Mata). E os roteiristas Aguinaldo Silva e Doc Comparato foram eleitos pela APCA as revelações masculinas na televisão neste ano.

Locações e caracterizações

A escolha do elenco buscou selecionar atores cujas características físicas tivessem relação com a população nordestina do sertão.

Durante um mês, mais de cem pessoas, entre artistas, técnicos, figurantes, produtores e diretores, viveram em locais com pouquíssima estrutura e foram obrigados a encontrar solução para muitos problemas que naturalmente surgiam no decorrer das gravações. Um deles era resfriar os equipamentos expostos às altas temperaturas da região, o que exigia criatividade e profissionais para manutenção 24 horas a postos.

O trabalho nas locações começava bem cedo, ainda na madrugada, pois tudo precisava estar pronto para que se aproveitasse ao máximo a parte da manhã, quando o calor era menor. Geralmente havia um intervalo ao meio-dia porque era quase impossível aguentar o sol.
“Eu acordava às 4 horas para começar a montar a Maria Bonita junto com o maquiador Jack Monteiro, que diariamente precisava encontrar um tom de pele mais bronzeado”, disse a atriz Tânia Alves a Flávio Ricco e José Armando Vannucci para o livro “Biografia da Televisão Brasileira”.

A caracterização era bem demorada e realizada em várias frentes, pois todas as cenas exigiam muitos figurantes e contavam com praticamente todo o elenco principal.

Ficou tão marcante a caracterização de Nelson Xavier como Lampião que o ator contava que uma das figurantes, uma senhora bem idosa, conversou com ele o tratando como o próprio Lampião vivo!

Repetecos

No ano seguinte ao da exibição da minissérie (1983), chegou aos cinemas o filme O Cangaceiro Trapalhão, de Renato Aragão, dirigido por Daniel Filho, baseado no argumento da minissérie Lampião e Maria Bonita, tendo no elenco, além da trupe dos Trapalhões, os atores Nelson Xavier, Tânia Alves e José Dumont – repetindo os personagens que viveram na minissérie, mas em um contexto cômico.

A minissérie foi reapresentada pelo menos em três ocasiões: em março de 1984; em 1990, em 5 capítulos, no Festival 25 Anos da TV Globo; e entre 24 e 28/06/1991, em 5 capítulos, como parte do Vale a Pena Ver de Novo (após a exibição da novela de então, Top Model).

Reprisada também em 1988, apenas para o Distrito Federal, após o Jornal Nacional, no horário em que no resto do país era exibido o Horário Eleitoral Gratuito.

Ainda: reapresentada em formato de telefilme, em janeiro de 2015, na faixa Luz, Câmera, 50 Anos, em comemoração ao cinquentenário da TV Globo.

Tema de abertura: MULHER NOVA, BONITA E CARINHOSA FAZ O HOMEM GEMER SEM SENTIR DOR – Amelinha

Numa luta de gregos e troianos,
Por Helena, a mulher de Menelau,
Conta a história de um cavalo de pau,
Terminava uma guerra de dez anos.
Menelau, o maior dos espartanos
Venceu Páris, o grande sedutor,
Humilhando a família de Heitor
Em defesa da honra caprichosa.
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor.

Alexandre, figura desumana,
Fundador da famosa Alexandria,
Conquistava na Grécia e destruía
Quase toda a população Tebana.
A beleza atrativa de Roxana
Dominava o maior conquistador
E depois de vencê-la, o vencedor
Entregou-se à pagã mais que formosa.
Mulher nova bonita e carinhosa
Faz um homem gemer sem sentir dor.

A mulher tem na face dois brilhantes
Condutores fiéis do seu destino.
Quem não ama o sorriso feminino
Desconhece a poesia de Cervantes.
A bravura dos grandes navegantes
Enfrentando a procela em seu furor,
Se não fosse a mulher, mimosa flor,
A história seria mentirosa.
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor.

Virgulino Ferreira, o Lampião,
Bandoleiro das selvas nordestinas,
Sem temer a perigo nem ruínas
Foi o rei do cangaço no sertão,
Mas um dia sentiu no coração
O feitiço atrativo do amor.
A mulata da terra do condor
Dominava uma fera perigosa.
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor.

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