Sinopse

Principado de Kanshipur, Índia, final do século 19 e início do século 20. Filho do antigo rajá, Demian retorna ao principado disposto a recuperar o trono usurpado por Tamil. Para que ninguém reconheça sua identidade, adota o pseudônimo de Kim, o Bengalês. Por ironia do destino, ele se encanta justamente por Surama, filha de seu inimigo. Não demora muito para que ela também se deixe envolver por aquele homem misterioso. Quando descobre que Demian está de volta, Tamil, temendo por sua vida, decide abdicar em nome do verdadeiro herdeiro.

A decisão de Tamil, porém, desagrada o poderoso vizir Ali Yabor, até então seu aliado, que enriqueceu ilicitamente, explorando todos no principado. Na primeira oportunidade, o rajá confessa a Demian o que tem passado desde que assumira o trono, o remorso que o mata aos poucos e as noites mal dormidas. Revela ainda que Ali Yabor lidera um grupo de conjurados que pretende assassiná-lo. Demian acredita em suas palavras e pede a Tamil que vá para as montanhas como havia planejado, deixando que ele próprio resolva o problema com o vizir.

Ao se despedir da filha, Tamil conta que Demian é o verdadeiro rajá de Kanshipur. Surama se surpreende com a revelação, sem desconfiar que Kim, o homem por quem está apaixonada, e Demian são a mesma pessoa. Ali Yabor e seus homens vão atrás de Tamil e o executam. Quando Surama recebe a notícia da morte, jura vingança. Para ela, não há dúvidas de que Demian é o responsável pelo assassinato. Decidida a fazer justiça, promete casar-se com aquele que lhe entregar o homem que matou seu pai, sem saber que assim condena à morte seu grande amor.

Demian passa a ser procurado por todos, mas poucos são aqueles que conhecem sua identidade. Por onde passa, deixa sua marca: “Demian esteve aqui”. Obrigado a fugir de Kanshipur, decide se vingar dos que o separaram de Surama. Porém, diversos obstáculos impedem que o casal fique junto, até mesmo a revelação de que os dois seriam irmãos – o que é desmentido nos momentos finais. No desfecho da história, Demian, com a ajuda de seus aliados, retoma o trono e declara-se o novo rajá. Ele e Surama finalmente se casam e ela dá à luz o pequeno Naiki.

Globo – 21h30
de 18 de dezembro de 1967 a a 25 de junho 1968 (Rio)
5 de fevereiro a maio de 1968 (SP)
135 capítulos

novela de Glória Magadan
direção de Daniel Filho

Novela anterior no horário
A Rainha Louca

Novela posterior
A Gata de Vison

CARLOS ALBERTO – Demian (Kim)
YONÁ MAGALHÃES – Surama
MÁRIO LAGO – Ali Yabor
DIANA MOREL – Amal
KARIN RODRIGUES – Ingrid Wilson
EMILIANO QUEIROZ – Chandrom
MARIETA SEVERO – Thana
PAULO GRACINDO – Durbar / Dakcha
CELSO MARQUES – Tagore
CLÁUDIO CAVALCANTI – Daçarata
JOSÉ AUGUSTO BRANCO – Teddy Wilson
RUBENS DE FALCO – Capitão Anderson
ROSITA TOMAZ LOPES – Ágata
NORMA BLUM – Pámela Abbott
VANDA LACERDA – Sumitra
DELORGES CAMINHA – Tamil
SUZY ARRUDA – Débora
PAULO ARAÚJO – Sundari
ÁLVARO AGUIAR – Coronel Drummond
LEINA KRESPI – Ana
MONGOL – Gian
JOÃO DAS NEVES – Shaffi
WALDEMAR ROCHA – Basu
WÁLTER MATTESCO

Novela extravagante

Outra incursão extravagante da autora Glória Magadan.

O ator Carlos Alberto era transformado em um herói justiceiro, uma espécie de Zorro. Por onde passava, deixava escrito: “Demian esteve aqui.” Por causa da novela, misteriosas pichações com essa frase apareceram pelo Rio de Janeiro na época. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

A música de abertura contava um pouco sobre a trama: “Do exílio ele voltou a Kanshipur/ Surama irá casar com quem o encontrar / mas quem encontrará Demian? / Deusa foi jurar que o matará”. (site Memória Globo).

Título

A trama de Magadan teria sido baseada em um conto infanto-juvenil intitulado Soliman, o Justiceiro. A novela tinha como referências séries e filmes de aventura ambientados na Índia, como Gunga Din (1939), Lanceiros de Bengala (1956) e Maya (1966). (site Memória Globo)

Curiosamente, essa novela chamou-se O Homem Proibido no Rio de Janeiro, mas ficou conhecida como Demian, o Justiceiro em São Paulo. Sobre este fato, o site Memória Globo explica:

“O título da novela foi alterado para Demian, o Justiceiro para exibição em outras cidades brasileiras, em horários mais voltados para o público jovem. No Rio de Janeiro, como a novela já estava no ar, foi mantido O Homem Proibido e o horário das 21h30.

Essas informações constam no ofício de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (o Boni) enviado à Censura Federal com solicitações de troca de título e certificado de censura livre. Boni explica que, como a novela estava programada para as 21h30, a Globo solicitou a liberação para esse horário, embora fosse uma trama leve, de aventura, que certamente não sofreria restrições de exibição em horários mais cedo. No documento, ele pede um reexame dos scripts e das fitas, com as justificativas acima.”

Diretora enciumada

No mesmo dia da estreia de O Homem Proibido (de Glória Magadan, às 21h30), a Globo lançou às 20 horas a novela Sangue e Areia, de Janete Clair. Daniel Filho ficou responsável pela direção das duas produções.

No entanto, a novela de Janete fazia mais sucesso que a de Magadan, o que deixou a diretora de dramaturgia da emissora enciumada. Magadan exigiu que Daniel se dedicasse exclusivamente à sua novela. O diretor de Sangue e Areia foi então substituído por Régis Cardoso.

E mais

Primeira novela da atriz Vanda Lacerda.

As cenas externas foram gravadas no terraço da emissora, onde foi construído o cenário, com ruas típicas da Índia, camelos, etc.

A Índia e sua cultura foi apresentada novamente na novela Caminho das Índias, de Glória Perez, em 2009.

Não confundir esta novela com O Homem Proibido, produção homônima exibida em 1982, adaptada por Teixeira Filho do romance de Nelson Rodrigues. Uma novela nada tem a ver com a outra.

Lamentavelmente não existem mais registros dessa novela, apagados porque as fitas foram reutilizadas (prática comum na época) ou porque perderam-se em um dos incêndios na TV Globo (1969, 1971 e 1976).

LP Panicali e as Novelas
panicalit
01. PONTE DOS SUSPIROS – Lyrio Panicali
02. A ÚLTIMA VALSA – Lyrio Panicali
03. A GRANDE MENTIRA – Lyrio Panicali
04. A GATA DE VISON – Lyrio Panicali
05. O HOMEM PROIBIDO – Lyrio Panicali (tema de Demian)
06. TEMA DE AMOR EM FORMA DE PRELÚDIUO – Manuel Marques (da novela Antônio Maria)
07. A RAINHA LOUCA – Lyrio Panicali
08. O PASSO DOS VENTOS – Lyrio Panicali
09. CABANA DO PAI TOMÁS – Lyrio Panicali
10. A ROSA REBELDE – Lyrio Panicali
11. A SOMBRA DE REBECA – Lyrio Panicali
12. UM DIA SABERÁS (SOMEDAY YOU´LL KNOW) – Erlon Chaves (da novela O Sheik de Agadir)
13. SANGUE E AREIA – Lyrio Panicali
14. MAGIA – Lyrio Panicali e Raymundo Lopes

Tema de abertura: O HOMEM PROIBIDO – Jairo Aguiar (conforme site Memória Globo)

Do exilio ele voltou a Kanshipur
Vingança no seu peito é o clamor
Castigo é o amanhã
De quem ontem errou
Voltou para justiçar, é Demian
Na Índia está, ninguém o vê
Mistérios tem seu próprio ser
Surama em seu ódio a Demian
A deusa foi jurar que o matará
E aquele que o encontrar
Promete desposar
E juntos governar em Kanshipur
Aqui, ali na Índia está
É Demian o seu rajá
A ele todos buscam sem achar
Seu rosto querem saber como será
Surama irá casar
Com quem o encontrar
Mas quem encontrará
A Demian?

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