Sinopse

O rude e determinado Julião Petruchio, na iminência de perder suas terras em uma dívida, recebeu uma missão aparentemente impossível: domar a megera Catarina, uma moça temperamental que tem aversão a homens e casamento. Feminista convicta na rígida moral da década de 1920, a moça faz de tudo para espantar todos os seus pretendentes, que são vários, pois é filha de Batista, um rico fazendeiro do café que pagará uma fortuna a quem desposá-la.

A ardilosa Dinorá, sabendo da situação de Petruchio, sobrinho de seu submisso marido Cornélio, lhe propõe conquistar Catarina em troca do pagamento de suas dívidas. É essa também a maneira que Dinorá encontrou para casar seu irmão mais novo, Heitor, com a caçula dos Batista, Bianca. A jovem moça está apaixonada, mas o pai só permite o namoro entre ela e Heitor depois que Catarina se casar. Porém, não será fácil para o machão Petruchio dobrar a indomável Catarina, mesmo depois que se descobrem apaixonados um pelo outro.

Tupi – 20h30
de 5 de fevereiro de 1974
a 15 de abril de 1975
371 capítulos

novela de Sérgio Jockyman
argumento de Ivani Ribeiro
escrita por Sérgio Jockyman e Dárcio Ferreira
direção de Luiz Gallon e Edison Braga

Novela anterior no horário
O Conde Zebra

Novela posterior
O Sheik de Ipanema

ANTÔNIO FAGUNDES – Julião Petruchio
MARIA ISABEL DE LIZANDRA – Catarina Batista
ROGÉRIO MÁRCICO – Batista
IRENE RAVACHE – Dinorá
JOÃO JOSÉ POMPEO – Cornélio Valente
JACQUES LAGOA – Heitor
LIZA VIEIRA – Bianca
FLÁVIO GALVÃO – Edmundo
CLARISSE ABUJAMRA – Santuza
ELIAS GLEIZER – Comendador Stromboli
LIANA DUVAL – Lulu Abrantes
ETTY FRASER – Mimosa
ABRAHÃO FARC – Calixto
JOHN HERBERT – Mário Maluco
EDGARD FRANCO – Celso
ROBERTO BOLANT – Inácio
CAZARRÉ – Basílio Cizânio
MARCOS PLONKA – Fritz Von Schnapps
CLEYDE RUTH – Candinha
RIVA NIMITZ – Rosa
WALDEREZ DE BARROS – Serafina
YARA LINS – Dona Josefa
RUTHINÉIA DE MORAES – Leonor
CHICO MARTINS – Armando
TEREZINHA SODRÉ – Jandira
HENRIQUE CÉSAR – Rachid
CLENIRA MICHEL – Zozó (Zoraida)
PAULO HESSE – Dr. Valcourt
FELIPE LEVY – Dr. Osvaldo
JACK MILITELLO – Delegado
INDIANARA GOMES – Lúcia
ODAIR TOLEDO – Buscapé
MEIRE DE CARVALHO – empregada
RICARDO PETRÁGLIA
VERA PAXIE
ÍRIS BRUZZI
SEBASTIÃO CAMPOS
EUGÊNIA DI DOMÊNICO
KLEBER AFONSO
NICOLE PUZZI
MICHELE MOREN
DIRCE MILITELLO
TYHANA PERCKLE
KARIN RODRIGUES
GILBERT

e
SUZY CAMACHO – neta de Catarina e Petruchio no último capítulo
MARCO ANTÔNIO APUD – neto de Catarina e Petruchio no último capítulo

Mudança de autoria

Enquanto concluía Mulheres de Areia, Ivani Ribeiro deu início aos trabalhos de duas novelas simultâneas: a substituta no horário das 20h, Os Inocentes, e a nova atração das 20h30, O Machão. Para isso, contou com a ajuda do marido, Dárcio Ferreira, que ficou responsável pela roteirização de Os Inocentes sob a sua supervisão, enquanto assumia sozinha O Machão. Ambas estrearam no mesmo dia: 5 de fevereiro de 1974.

A proposta era reeditar a novela A Indomável (inspirada na peça “A Megera Domada”, de Shakespeare), que Ivani Ribeiro escrevera para a TV Excelsior em 1965, com Edson França e Aracy Cardoso nos papeis de Petruchio e Catarina. E aproveitar a dupla Antônio Fagundes e Maria Isabel de Lizandra, que fizera sucesso em Mulheres de Areia, em personagens semelhantes: Malu e Alaor, casal que passou a trama inteira às turras, mas apaixonado.

De acordo com Carolline Rodrigues no livro “Ivani Ribeiro, a Dama das Emoções”, atendendo aos interesses da emissora em reestruturar os seus horários de novelas, o escritor Sérgio Jockyman deu continuidade a O Machão a partir do capítulo 43, enquanto Ivani foi preparar a próxima novela do horário das sete da noite, A Barba Azul.

Comédia

Sérgio Jockyman pisou fundo na comédia e transformou O Machão em seu maior sucesso na TV. Porém, a princípio, não agradou o diretor Luiz Gallon, que sentiu a mudança do texto quando houve a substituição de autores. Em depoimento ao Departamento de Informação e Documentação Artística (IDART), ele comentou:
“Neste momento aparece o Sérgio Jockyman. Ele criticou Ivani Ribeiro (…) Ele perdeu uns dez capítulos para descasar (os protagonistas) e continuar a história. Ficou um negócio sem pé nem cabeça. Ele continuou e mudou completamente o estilo dela. Não era novela. Era um seriado com a mesma estrutura.”

O Machão foi uma das primeiras novelas-comédia a conseguir repercussão. E, anterior a Dias Gomes com sua Saramandaia (Globo, 1976), utilizou o absurdo em seus entrechos. Nesta, a personagem de Yara Lins explodiu antes que Wilza Carla em Saramandaia.

Assim como as tramas anteriores no horário das 20h30 (A Volta de Beto Rockfeller e O Conde Zebra), O Machão apresentava uma opção diferenciada na programação: capítulos de apenas vinte minutos e sem intervalos comerciais. Além disso, outra inovação na novela foi o seguimento da ação: a cada nove capítulos, mudava-se o rumo do enredo, fazendo com que qualquer personagem passasse ao centro da ação, de uma hora para outra. (*)

Antônio Fagundes comentou sobre anovela ao projeto Memória Globo: “Era uma comédia rasgada, quase uma chanchada. Não tinha intervalo e era curta, de 20 minutos. A Tupi colocava a novela no meio da programação da Globo.”

Elenco

Maria Isabel de Lizandra tornou-se uma das estrelas da Tupi e Antônio Fagundes foi, em seguida, contratado pela Globo.

Já na reta final da novela, Antônio Fagundes desentendeu-se com a direção da Tupi em relação à questão salarial.
“Eu não concordei com o valor que eles estavam pagando e saí da novela e da emissora”, revelou o ator a Flávio Ricco e José Armando Vannucci para o livro “Biografia da Televisão Brasileira”

Pelos seus trabalhos na novela, Antônio Fagundes e João José Pompeo foram premiados pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) os melhores atores da televisão em 1974 (juntamente com Cláudio Corrêa e Castro, por Os Inocentes).
E Paulo Hesse – em seu primeiro trabalho na televisão – recebeu o prêmio de revelação.

Cores

Na época, a Tupi ainda fazia experimentações com gravações em cores. O Machão estreou em preto e branco, apesar de suas antecessoras no horário das 20h30 (A Volta de Beto Rockfeller e O Conde Zebra) terem sido exibidas em cores. Durante sua exibição, O Machão ficou colorida, unindo-se às produções das demais faixas da emissora: A Barba Azul, às 19h, e Os Inocentes, às 20h.

Locações

As gravações externas eram feitas, às quintas-feiras, na praça que continha a caixa d´água do bairro do Sumaré, em São Paulo, próximo da sede da TV Tupi. (*)

Exibição

Os capítulos de O Machão eram iniciados e encerrados com o personagem de Antônio Fagundes dando um urro de leão. Mais tarde, os urros do encerramento foram substituídos por uma declaração cômica de algum personagem da novela.

Com 371 capítulos exibidos por mais de um ano, O Machão foi a mais longa novela da TV Tupi e ocupa a oitava posição na Teledramaturgia nacional.
A primeira é Redenção (Excelsior, 1966-1968: 596 capítulos), a segunda é As Aventuras de Poliana (SBT, 2018-2020: 564), a terceira é Chiquititas (SBT, 2013-2015: 545), a quarta é Os Mutantes (Record, 2007-2009: 483), a quinta é Os Imigrantes (Band, 1981-1982: 459), a sexta é Rebelde (Record, 2011-2012: 411) e a sétima é Carinha de Anjo (SBT, 2016-2018: 404).

E mais

O Machão foi o ponto de partida para Walcyr Carrasco escrever a novela O Cravo e a Rosa, para a Globo, em 2000-2001. Eduardo Moscovis e Adriana Esteves viveram Petruchio e Catarina. O ator Paulo Hesse foi o único do elenco de O Machão a participar de O Cravo e a Rosa.

(*) “De Noite Tem… Um Show de Teledramaturgia na TV Pioneira”, de Mauro Gianfrancesco e Eurico Neiva.

01. LITTLE DARLING – Ray Oliver (tema de abertura)
02. SOMEDAY YOU’LL BE SORRY – Louis Armstrong
03. YES SIR, THAT’S MY BABY – Victor Silvester
04. ANDRÉ DE SAPATO NOVO – Orquestra Chantecler
05. LA CUMPARSITA – Pedro Garcia & His Orchestra Versalles (tema de Cornélio e Dinorá)
06. POOR BUTTERFLY – Sidney Bowman
07. FIVE FOOT TWO – Brazilian Jazz Stompers
08. BONECA – Rosario de Caria
09. I’M GONNA SIT RIGHT DOWN & WRITE MYLSELF A LETTER – Brazilian Jazz Stompers
10. VALSA DA MEIA-NOITE – Banda Chantecler
11. SOLACE – Chris Simon
12. WHEN THE SAINTS GO MARCHIN’IN – Brazilian Jazz Stompers

Sonoplastia: Otávio Jr.
Direção da produção: Cayon Gadia

Ainda
DREAM – The Mills Brothers

Trilha sonora somplementar: 4 HITS FROM DAWN

01. WHO´S IN THE STRAWBERRY PATCH WITH SALLY
02. SAY, HAS ANYBODY SEEN MY SWEET GYPSY ROSE?
03. TIE A YELLOW RIBBON ROUND THE OLD OAK TREE
04. YOU´RE A LADY

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