Sinopse

Autor de livros que se tornaram best-sellers, Plínio Pompeu vive recluso em sua ilha particular, quando recebe a visita de seres alienígenas provenientes de Gama Y-12, um planeta fora do sistema solar onde reina a paz absoluta.

Ao descerem à Terra, a intenção dos estranhos extraterrestres é ajudar os humanos a disseminar o amor e a resolver problemas como a raiva, o ciúme e outros sentimentos pouco nobres.

Excelsior – 19h30
de março a julho de 1969

novela de Ivani Ribeiro
direção de Gonzaga Blota e Gianfrancesco Guarnieri

Novela anterior no horário
A Muralha

Novela posterior
Dez Vidas

EDSON ARANTES DO NASCIMENTO, o PELÉ – Plínio Pompeu
REGINA DUARTE – Melissa
ROSAMARIA MURTINHO – Dionéia
CARLOS ZARA – Horácio Galvão
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Radamés
GIANFRANCESCO GUARNIERI – Bernardo
STÊNIO GARCIA – Daniel
MÁRCIA DE WINSOR – Walkíria
ÁTILA IÓRIO – Caleb
SERAFIM GONZALEZ – Mendonça
MÁRCIA REAL – Ofélia
VIDA ALVES – Irene
CLEYDE BLOTA – Marta
JOÃO JOSÉ POMPEO – Tibério
ROBERTO MAYA – Emanoel
OSMAR PRADO – Tony
SILVIO DE ABREU – Dr. Valentim
VERA NUNES – Mimi
CLEYDE BLOTA – Marta
LUCY MEIRELLES – Judite
LÍDIA COSTA – Madalena
OSMANO CARDOSO – Plautus
MARCUS TOLEDO – Décio
MÁRIO GUIMARÃES – Jonas
ALEXANDRE ARAÚJO – Alexandre
JOSMAR MARTINS – Baltazar
ANA MARIA NEUMANN

Discos voadores

Mais uma vez Ivani Ribeiro exibia seu estilo inquietante ao buscar temas para suas novelas. Na ocasião, o assunto espacial estava em voga com as viagens do projeto Apolo rumo à Lua (o homem finalmente pisou na Lua em julho daquele ano, 1969), e com o sucesso do livro “Eram os Deuses Astronautas?”, de Erich von Däniken, lançado em 1968; dos filmes 2001, uma Odisseia no Espaço (1968), de Stanley Kubrick, e Barbarella (1968), de Roger Vadim; e das séries Perdidos no Espaço (1965-1968) e Jornada nas Estrelas (1966-1969).

Explicou a autora: “Uma fantasia, que projetava o interesse em torno do controvertido fenômeno dos discos voadores, tese de cientistas e ficcionistas.” (“Ivani Ribeiro, a Dama das Emoções”, Carolline Rodrigues)

Pelé

O maior chamariz para a novela foi a presença no elenco, como ator, do craque do futebol Pelé (Edson Arantes do Nascimento), que participou da produção de maneira a conciliar as gravações com os treinos e jogos. Para não se comprometer muito, o jogador tinha pouco texto e seu personagem não se apaixonou por ninguém. Dessa forma, se precisasse se ausentar, seria mais fácil resolver possíveis contratempos.

A ideia de convidar para o elenco o maior jogador de futebol de todos os tempos partiu do executivo da TV Excelsior e locutor esportivo Edson Leite. Em 1967, o craque havia feito um tremendo sucesso com uma participação especial na série humorística Família Trapo, na TV Record.

Pelé estava no auge de sua carreira e popularidade: brilhava no Santos Futebol Clube, havia sido campeão do mundo pelo Brasil duas vezes – em 1958, na Copa da Suécia, e em 1962, na Copa do Chile – e estava às vésperas de marcar seu milésimo gol. Em 1969, o Santos foi tricampeão paulista e Pelé foi o artilheiro do campeonato, com 26 gols. A novela terminou em agosto e em novembro aconteceu a festa pelo gol número 1.000.

“Pelé tinha uma força midiática muito grande. A Excelsior quis explorar esse carisma junto à imprensa. Ele sempre soube dialogar, se comunicar bem com a mídia – algo que era raro entre os jogadores da época. Isso reforçava o craque como um grande mito, que se dedicava bastante em todas as áreas”, narrou Elmo Francfort, pesquisador e diretor do Museu da TV.

Pelé foi bem recebido pelo elenco nos estúdios da TV Excelsior. O novelista Silvio de Abreu, que era ator na época e atuava na novela, comentou sobre sua participação: “Havia muita tietagem. Apesar de Pelé sempre se colocar como um de nós, era inegável a admiração à sua volta. (…) Tinha muitas cenas de ação, o que para ele, que foi um atleta maravilhoso, era um presente.”

Segundo matérias em revistas, o ator Stênio Garcia, que contracenava com Pelé, era seu “professor de arte dramática”, ajudando-o a memorizar os roteiros: “Ele se esforçava muito para decorar todas as falas e chegar ao estúdio pronto.”

Em entrevista à revista Intervalo, Pelé pareceu empolgado em atuar em uma telenovela. “Acho que vai ser divertido, sabem, eu sempre quis me meter nesse ambiente de televisão. Aqui pra nós, quando o futebol acabar, já tenho outra carreira!”

No ano seguinte, 1970, Pelé tornou-se tricampeão mundial na Copa do México. Posteriormente, chegou a participar de alguns filmes, mas nunca mais voltou a atuar em telenovelas (a não ser pequenas participações como ele mesmo).

Elenco

Sobre Os Estranhos, comentou o ator e diretor da novela Gianfrancesco Guarnieri, para o livro “Glória in Excelsior”, de Álvaro de Moya:
“A novela queria ser de ficção científica e não conseguia e era muito engraçado porque o Cláudio Corrêa e Castro, a Rosamaria Murtinho, a Regina Duarte eram amarelos, com uns brilhos no rosto, porque eram de outro planeta… tinha um disco voador… e o Pelé… era um escritor que vivia de seus direitos autorais e tinha uma ilha, comprada com a renda dos livros… Total absurdo… Para ter uma ilha ele deveria ter no mínimo 20 empregos e nem teria tempo para escrever… Mas tecnicamente era bem feita.”

Próximo do final da novela, Rosamaria Murtinho, ao notar que sua personagem não tinha mais importância na trama, pediu a Ivani Ribeiro que a matasse. A autora escreveu então uma cena em que sua personagem, Dionéia, era morta pelo Dr. Valentim (Silvio de Abreu). (“Ivani Ribeiro, a Dama das Emoções”, Carolline Rodrigues)

Seres de outros planetas também apareceram nas novelas O Amor Está no Ar (1997) e Começar de Novo (2004), e na série Tarcísio e Glória (1988) – todos na Globo.

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