Sinopse

No Haiti, Vivian Chevalier herda enorme fortuna cobiçada por um grupo de inescrupulosos. André Cristophe, um nobre falido, lhe propõe segurança em troca de casamento. A partir de então, a moça passa a viver atormentada pela memória da falecida esposa do marido, Rosana, e pelo ódio que André sente por seu pai, Jerome Chevalier.

No início da história, Vivian está retornando ao Haiti a convite do Capitão Gervilén, antigo sócio de seu pai. Ao encontrar-se com o capitão, descobre suas intenções. Gervilén pretende refazer a sociedade outrora formada por ele, Jerome e Nathaniel Cristophe. Porém, para isso, ela precisa casar-se com André, filho do Capitão Cristophe, que trabalha em sua companhia de navegação.

A princípio, Vivian e André se recusam a aceitar a proposta. Mas, quando Gervilén sofre um atentado que o deixa à beira da morte, eles se sentem na obrigação de atender este último desejo. Lien, esposa de Gervilén, Bárbara, mãe de André, e Hanna, sua irmã, tentam impedir o casamento, uma vez que aquela união vai contra seus interesses, mas a cerimônia acontece mesmo assim.

Mesmo casados, André e Vivian se mantêm distantes um do outro. Ele não esconde sua adoração pela falecida esposa, Rosana. Além disso, o rancor que guarda em relação a Jerome – responsável pela morte de seu pai – dificulta ainda mais a relação. As mulheres da família Cristophe também fazem da vida de Vivian um inferno, evocando, sempre que possível, a figura de Rosana.

Vivian se ofende com tamanha devoção do marido por outra mulher, mas se sente incapaz de lutar contra aquilo. A veneração exagerada de André e sua família à falecida aos poucos leva Vivian à loucura. Rosana, no entanto, não está morta. Ela simulou seu suicídio e fugiu com o pintor René Antoine. Com ajuda de um cúmplice, o marinheiro Dubois, o casal se mudou para Porto da Paz.

René, no entanto, acabou abandonando Rosana. Ela então passou a ganhar a vida como dançarina de cabaré, se apresentando com o nome de Carmencita. Lien fica sabendo da verdade sobre Rosana por meio de Dubois, antigo funcionário da empresa de seu marido. Ela usa essa informação para chantagear Vivian, que teme perder André caso ele descubra que a esposa ainda está viva.

Quando Rosana passa a representar uma ameaça aos planos de Lien, a dançarina é assassinada por Dubois. Em seguida, para continuar a exercer seu domínio sobre Vivian, Lien ordena ao marinheiro que traga Simone – a irmã de Rosana – para Porto Príncipe, e convence a moça a assumir o lugar da “falecida” esposa de André.

Globo – 21h
de 26 de junho de 1968 a 1º de janeiro de 1969 (Rio)
de 16 de setembro de 1968 a 8 de março de 1969 (SP)
177 capítulos

novela de Janete Clair
direção de Régis Cardoso
supervisão de Daniel Filho

Novela anterior
Sangue e Areia

Novela posterior
Rosa Rebelde

GLÓRIA MENEZES – Vivian Chevalier
CARLOS ALBERTO – André Cristophe
ISABELLA CAMPOS – Rosana Cristophe (Carmencita) / Simone
ARY FONTOURA – Nathaniel Cristophe
GLAUCE ROCHA – Bárbara Cristophe
ÁLVARO AGUIAR – Jerome Chevalier
ANA ARIEL – Claudete Ledoux
HENRIQUE CÉSAR – Capitão Frederic Gervilén
THERESA AMAYO – Lien Gervilén
RÚBENS DE FALCO – René Antoine
MÁRIO LAGO – Jean Dubois
DJENANE MACHADO – Hannah
JORGE COUTINHO – Bienaire
RUTH DE SOUZA – Mãe Tuiá
PAULO ARAÚJO – Marcel
ÊNIO SANTOS – Padre François
ROGÉRIO FRÓES – Piérre
JAIR DELLAMARE – Gérard
AIZITA NASCIMENTO – Constance

Troca-troca de casais

A Globo continuava investindo em tramas de época extravagantes com produção onerosa, seguindo a cartilha de Glória Magadan, a toda-poderosa da dramaturgia da emissora na época.

Passo dos Ventos se promovia com o fato de ter cenas feitas no Haiti e com a troca de casais: enquanto Glória Menezes e Carlos Alberto atuavam nesta novela, Tarcísio Meira e Yoná Magalhães, seus pares recorrentes, estrelavam, simultaneamente, A Gata de Vison, a trama das 20 horas.

O troca-troca não deu certo. O público rejeitou as duas novelas, mais por causa do excesso de fantasia das tramas do que pela troca dos casais. E os pares voltaram a atuar juntos nas produções seguintes: Tarcísio e Glória em Rosa Rebelde, e Carlos Alberto e Yoná em A Ponte dos Suspiros.

Elenco

Durante a novela, o ator Mário Lago foi preso por motivos políticos. Como a sua liberdade demorou para sair, e seu personagem precisava aparecer para dar continuidade na trama, o próprio diretor Régis Cardoso assumiu o personagem em uma cena, aparecendo de costas. (“No Princípio Era o Som”, Régis Cardoso)

Em Passo dos Ventos, a então jovem atriz Maria do Rosário Nascimento e Silva, vinda de papeis de destaque no cinema, estreava em novelas. Porém, ela não adequou-se ao ritmo da televisão. Em seu livro “No Princípio Era o Som”, o diretor Régis Cardoso narrou sua recomendação à atriz que pedisse demissão. Maria do Rosário nunca mais fez TV, mas deu continuidade à carreira no cinema, como atriz e diretora.

Para substituir a atriz Maria do Rosário Nascimento e Silva, Régis chamou a estreante em TV Djenane Machado (filha do famoso produtor musical Carlos Machado), que iniciava em Passo dos Ventos sua trajetória na televisão.

Também a primeira novela dos atores Ary Fontoura, Rogério Fróes e Jorge Coutinho. E o primeiro trabalho na Globo da atriz Ruth de Souza e do ator Henrique César.

Amor absurdo

Passo dos Ventos provocou polêmica ao exibir cenas de namoro inter-racial entre os personagens interpretados por Djenane Machado e Jorge Coutinho. Janete Clair sentiu nas ruas e nas cartas que o público lhe enviava o repúdio ao envolvimento entre os personagens Hannah e Bienaire. Nas cartas, os telespectadores protestavam contra o que classificavam de um “amor absurdo”.

Djenane acabou substituída na função de par de Jorge pela atriz negra Aizita Nascimento.

Título

O título da novela foi dado por Borjalo (Mauro Borja Lopes, executivo da Globo na época), ao examinar um antigo mapa da América Central.

Na trama, Passo dos Ventos é o nome do rochedo, próximo à casa da família Gervilén, onde André (Carlos Alberto) costumava levar Rosana (Isabella Campos) para ver o mar. O local foi nomeado pela própria Rosana em homenagem ao canal do Passa-Vento que a personagem, vindo de Cuba, precisou atravessar para chegar ao Haiti. (Site Memória Globo)

E mais

A personagem Rosana acaba assassinada e uma irmã, de nome Simone (a própria atriz Isabella Campos), assume o seu lugar.
A autora Janete Clair usou uma situação semelhante, com os mesmos nomes, em sua novela Selva de Pedra (1972), na qual Simone (Regina Duarte), dada como morta, assume a identidade de uma irmã, chamada Rosana.

Lamentavelmente não existem mais registros dessa novela, apagados porque as fitas foram reutilizadas (prática comum na época) ou porque perderam-se em um dos incêndios na TV Globo (1969, 1971 e 1976).

LP Panicali e as Novelas (temas de várias novelas)

panicalit
01. PONTE DOS SUSPIROS – Lyrio Panicali
02. A ÚLTIMA VALSA – Lyrio Panicali
03. A GRANDE MENTIRA – Lyrio Panicali
04. A GATA DE VISON – Lyrio Panicali
05. O HOMEM PROIBIDO – Lyrio Panicali (tema de Demian)
06. TEMA DE AMOR EM FORMA DE PRELÚDIUO – Manuel Marques (da novela Antônio Maria)
07. A RAINHA LOUCA – Lyrio Panicali
08. O PASSO DOS VENTOS – Lyrio Panicali
09. CABANA DO PAI TOMÁS – Lyrio Panicali
10. A ROSA REBELDE – Lyrio Panicali
11. A SOMBRA DE REBECA – Lyrio Panicali
12. UM DIA SABERÁS (SOMEDAY YOU´LL KNOW) – Erlon Chaves (da novela O Sheik de Agadir)
13. SANGUE E AREIA – Lyrio Panicali
14. MAGIA – Lyrio Panicali e Raymundo Lopes

Temas das novelas Assim na Terra Como no Céu, Irmãos Coragem e Passo dos Ventos

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01. TEMA DE ABERTURA – Waltel Blanco (Assim na Terra Como no Céu)
02. BANDINHA – Waltel Blanco (Irmãos Coragem)
03. DIANA – Waltel Blanco (Irmãos Coragem)
04. TEMA DE RICARDINHO – Waltel Blanco (Assim na Terra Como no Céu)
05. TEMA DE AMOR – Waltel Blanco (Assim na Terra Como no Céu)
06. 200MPH – Waltel Blanco (Assim na Terra Como no Céu)
07. I GIORNI DELL’IRA – Riz Ortolani (Irmãos Coragem)
08. FRUSTRAÇÃO – Arlete Salles (Assim na Terra Como no Céu)
09. BACK GROUND – Waltel Blanco (Assim na Terra Como no Céu)
10. ZORRA – Waltel Blanco (Assim na Terra Como no Céu)
11. TEMA DE SUSPENSE – Waltel Blanco (Assim na Terra Como no Céu)
12. BENAMIE – Waltel Blanco (Passo dos Ventos)

Veja também

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A Gata de Vison