Sinopse

Nando quer aproveitar o final de ano para dar o ponta-pé inicial em um antigo sonho: escrever um romance. Lúcia Helena só pensa em retomar a paixão em seu casamento. Zezinho quer viver seu primeiro amor. E Anita só quer seguir o seu destino, com a certeza de que nada é por acaso, tudo já está escrito.

Para escapar da rotina louca de São Paulo, Lúcia resolve passar as festas de fim de ano na casa da família, em Florença, no interior do estado. Pensa em aproveitar o clima familiar para reacender a paixão em seu casamento. Nando vê nas férias a oportunidade de escrever seu romance. Em busca de inspiração, encontra Anita, a personagem ideal.

Anita se mudou para um sobrado onde, no passado, aconteceu um crime de amor. Se ela não pode mudar o destino, vive da forma mais intensa. Seduz Nando e desperta a primeira paixão de Zezinho. Com os dois, forma um triângulo que muda para sempre a vida de todos.

Globo – 22h30
de 7 a 31 de agosto de 2001
16 capítulos

minissérie de Manoel Carlos
baseada no romance homônimo de Mário Donato
direção de Edgard Miranda
direção geral de Ricardo Waddington e Alexandre Avancini
núcleo Ricardo Waddington

MEL LISBOA – Anita (Cíntia)
JOSÉ MAYER – Nando
HELENA RANALDI – Lúcia Helena
LEONARDO MIGGIORIN – Zezinho
VERA HOLTZ – Marta
LINNEU DIAS – Venâncio
CAROLINA KASTING – Julieta
ALEXANDRE BARROS – Heitor
JÚLIA ALMEIDA – Luiza
WÁLTER BREDA – Antônio
NOEMI GERBELLI – Susana
RENATA BRIANI – Celeste
TONY MASTALER – Roberto
DAYSE BRAGA – Cláudia
ANDRÉ CURSINO – Anselmo
UMBERTO MAGNANI – Dr. Eugênio
TAIGUARA NAZARETH – André
ANTÔNIO DESTRO – Edgar
CELSO FRATESCHI – Ígor
MARCOS CARUSO – Gonzaga
DÉBORA OLIVIERI – mulher de Gonzaga
VANESSA NUNES – Silvia
JOANNA TRISTÃO – Neuza
NELSON SARGENTO – João
PEDRO PAULO ROSSA – Luizinho
MARIA TEREZA CRUZ LIMA – Amélia
FRANCISCO CARVALHO – Joel
CLARISSE ABUJAMRA – Cecília
SIMONE VIANA
WOLNEY DE ASSIS – delegado
EROM CORDEIRO – pipoqueiro
ADRIANA AMARAL
ALAN ALENCAR
ANDRÉ GILSON
DANIEL DE CASTRO
IVAN GRADIM
JORGE BARROS
KÁTIA ERBITES
LARISSA PRADO
MARIANO MAROVATO
PEDRO KOSOVSKI
RICARDO LYRA JR.
TON REIS
YARA MANTIANA

e
SELMA REIS – Cigana
PAULO CÉSAR PEREIO – Armando

– núcleo de ANITA (Mel Lisboa), bela, sensual e misteriosa jovem que chega à Florença, instalando-se em um antigo casarão onde ocorreu um crime passional no passado. Mexe com a rotina dos moderadores da pacata cidade:
a mãe CECÍLIA (Clarice Albujamra), que a expulsou de casa aos doze anos em razão de seu comportamento precocemente liberal
o amante do passado ARMANDO (Paulo Cesar Pereio), um pintor muito mais velho que a acolheu quando foi expulsa de casa.

– núcleo de PEDRO (José Mayer), arquiteto com aspirações literárias que não consegue concluir o primeiro livro. Ao viajar para a casa da família da esposa, em Florença, vive um tórrido romance às escondidas com Anita:
a mulher LÚCIA HELENA (Helena Ranaldi), insegura, sofre com a crise do seu casamento, acentuada com a chegada de Anita
a filha adolescente LUIZA (Júlia Almeida), fruto do primeiro casamento, rebelde e contestadora. Desperta o interesse de ANSELMO (André Cursino), rapaz morador da cidade
o filho mais novo, LUIZINHO (Pedro Paulo Rossa)
o sogro VENÂNCIO (Linneu Dias), velho ranzinza, falso moralista e preconceituoso. Odeiam-se mutuamente
o amigo ROBERTO (Tony Mastaler), um tipo vulgar e cafajeste, e sua namorada CLÁUDIA (Dayse Braga)
a empregada CELESTE (Renata Briani).

– núcleo de ZEZINHO (Leonardo Miggiorin), jovem tímido e virgem que se apaixona secretamente por Anita. Percebendo o seu interesse, ela inicia um jogo de sedução com o rapaz, despertando ciúmes em Nando:
o chefe ANTÔNIO (Walter Breda), proprietário da mercearia em que trabalha
a esposa de Antônio, SUSANA, (Noemi Gerbelli), mulher fofoqueira.

– núcleo de MARTA (Vera Holtz), irmã mais velha de Lúcia Helena, uma viúva amargurada e preconceituosa, mas que esconde o desejo por homens negros:
o funcionário ANDRÉ (Taiguara Nazaré), rapaz negro muito bonito, desperta o seu desejo
a empregada NEUSA (Joana Tristão), que mantém um romance escondido com André. Quando descobertos, Marta os persegue e tenta a todo custo separá-los.

– núcleo de JULIETA (Carolina Kasting), a desinibida e bem resolvida irmã mais nova de Lúcia Helena:
o marido HEITOR (Alexandre Barros), médico.

Livro polêmico

Presença de Anita foi baseada no livro homônimo lançado em 1948 por Mário Donato (1915-1992). Na época, Donato viveu dias de glória e polêmica. Aclamado como inovador, foi descrito como “o mais excitante romancista brasileiro depois de um longo período” pelo crítico S. Putnam. Por outro lado, provocou a ira da Igreja Católica, que ameaçou o excomungar. Em Campinas, sua cidade natal, foi alvo de um abaixo-assinado divulgado por um grupo de senhoras.

Mário Donato foi diretor artístico da TV Paulista na década de 1950 e chegou a adaptar seu romance para a televisão.
O livro também originou um filme, de Ruggero Jacobbi, em 1951, com Antonieta Morineau como Anita.

Impossível não associar o romance de Mário Donato ao livro “Lolita”, do escritor russo Vladimir Nabocov, publicado na Inglaterra em 1955 – depois de “Presença de Anita” – também a história de um homem maduro apaixonado por uma adolescente. “Lolita” ganhou as telas duas vezes, sendo a versão cinematográfica mais famosa a do diretor Stanley Kubrick, de 1962, com Sue Lyon.

Ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia” (do Projeto Memória Globo), o adaptador Manoel Carlos afirmou que leu o livro de Donato quando tinha 17 ou 18 anos: “Fiquei muito impressionado.”
Segundo ele, a trama para a TV só teve em comum a inspiração e alguns personagens.

Projeto engavetado

Manoel Carlos apresentou o projeto de Presença de Anita à Globo no início da década de 1990, mas foi engavetado: “Na época, a direção da Globo considerou a história forte demais”, disse o novelista ao livro “Autores”. Mais ou menos dez anos depois, o projeto foi finalmente liberado.
“No meio desse caminho, Mário Donato morreu [em 1992]. Mas ele era muito entusiasmado para que se fizesse Presença de Anita na TV”, completou Maneco.

Além das cenas de sexo e nudez, a minissérie também ficou marcada pela presença do cigarro. Para o autor, o excesso de cigarros ajudou a compor o perfil destrutivo dos personagens. Mesmo assim, ele foi criticado pelo então diretor geral do Instituto Nacional do Câncer, Jacob Kligerman.

Elenco

A escolha para a protagonista foi concorrida. Manoel Carlos e Ricardo Waddington queriam uma atriz desconhecida para Anita. A estudante Mel Lisboa foi escolhida entre mais de 100 jovens, e não decepcionou. Viveu uma adolescente, mas tinha quase 20 anos quando gravou a minissérie. A atriz mostrou segurança ao interpretar uma Anita sensual e ao mesmo tempo terna. Acabou para sempre marcada pela personagem.

A minissérie também revelou o ator iniciante Leonardo Miggiorin, que viveu Zezinho, o adolescente apaixonado por Anita envolvido em seu jogo de sedução. As espinhas no rosto de Miggiorin ajudaram na caracterização do personagem e não passaram despercebidas.

Locações, produção de arte e figurinos

As gravações externas da minissérie foram feitas em Vassouras (RJ), que serviu como cenário da fictícia cidade de Florença. (*)

O destaque da produção de arte foi a boneca Conchita, reprodução de uma bailarina espanhola de cerca de 20 centímetros, feita em gesso e criada nas oficinas de artesanato do Projac. A boneca funcionava como um símbolo na história, pois, segundo Anita, ela guardava a alma da ex-moradora do sobrado (onde a personagem foi morar), Cíntia, que morrera assassinada pelo amante. (*)

A figurinista Helena Gastal revelou que, assim que a minissérie entrou no ar, as lojas do Saara, popular centro de compras no Rio de Janeiro, começaram a vender o “kit Anita”, que vinha com uma calcinha, uma camiseta e uma gargantilha com pingente de estrela, visual da personagem. (*)

Trilha sonora

A trilha sonora contou com músicas em francês, escolhidas pelo autor. O tema de Anita era “Pigalle”, na voz de Georges Ulmer; e o de Lúcia Helena, “Que c’est triste Venise”, gravada por Charles Aznavour.

A música de abertura, “Ne me quitte pas”, cantada por Maysa, ganhou três variações – alegre, melancólica e romântica -, idealizadas pelo produtor musical Alberto Rosenblit.

A “Bachiana Brasileira Nº 4” de Villa-Lobos pontuava as cenas mais sensuais e de sofrimento. (*)

Repetecos

Com o sucesso de audiência e a repercussão da minissérie, a direção da TV Globo chegou a pensar na ampliação de Presença de Anita. No entanto, como grande parte da minissérie já estava gravada, e como a exibição estava praticamente na metade, não foi possível prolongar a trama. (*)

Presença de Anita foi reapresentada um ano depois de sua apresentação original, entre 17/09 e 11/10/2002. O capítulo 4 dessa reprise exibiu uma cena inédita não mostrada no ano anterior: um ângulo diferente da nudez frontal de Anita. Talvez não tenha sido mostrado anteriormente por causa do horário da reprise, mais tarde do que na primeira exibição.

Reprisada também de 10 a 31/03/2005, no Multishow (canal de TV paga pertencente à Rede Globo), em comemoração aos 40 anos da emissora.

Ainda exibida no canal Viva (outro canal de TV a cabo da Globo), em três ocasiões: de 22/11 a 14/12/2012; de 08 a 29/09/2015; e de 15/03 a 05/04/2022.

E em formato de telefilme, em janeiro de 2015, dentro do Luz, Câmera, 50 Anos, em homenagem ao cinquentenário da TV Globo.

Em agosto de 2001, foi lançado em livro o roteiro de Presença de Anita, escrito por Manoel Carlos. O livro trazia praticamente o mesmo script que o elenco recebia para as gravações, com exceção de alguns detalhes técnicos. (*)

Em 2002, a minissérie foi lançada em DVD.

(*) Site Memória Globo.

A trilha sonora não foi lançada comercialmente. No entanto, o tema de abertura – “Ne Me Quitte Pas”, gravada por Maysa – consta no CD Sucessos das Minisséries, lançado pela Som Livre em 2003.

NE ME QUITTE PAS – Maysa (tema de Anita, tema de abertura)
NE ME QUITTE PAS – Jacques Brel
QUE C’EST TRISTE VENISE – Charles Aznavour (tema de Lúcia Helena)
J’AVAIS 20 ANS – Charles Aznavour (tema de Lúcia Helena)
FOR ME FORMIDABLE – Charles Aznavour
HIER ENCORE – Charles Aznavour
SONATA 23 OPUS 57 APASSIONATA – Beethoven
BOLERO DE RAVEL – Beethoven
LA TRAVIATA – Verdi
PRELÚDIO DAS BACHIANAS Nº 4 (violino) – Villa Lobos
PRELÚDIO DAS BACHIANAS Nº 4 (piano) – Georges Ulmer
PIGALLE – Georges Ulmer (tema de Anita)
CARRERA RÁPIDA – Apollo 440
SAUDADE DA ROSEIRA – Alberto Rosemblit
INGÊNUO – Pinxinguinha
QUE NEM JILÓ (instrumenal) – Luiz Gonzaga
É ISSO QUE O HOMEM GOSTA – Chitãozinho & Xororó
WE ARE ALIVE – Paul Van Dyke
SUMMER JAM – The Underdog Project
SEXUAL HEALING – Max-A-Millon
ROUND THE CORNER – London Electricity

Tema de abertura: NE ME QUITTE PAS – Maysa

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s’oublier
Qui s’enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus et le temps perdu
À savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois à coups de pourquoi
Le cœur du bonheur
Ne me quitte pas…

Moi je t’offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays où il ne pleut pas
Je creuserai la terre jusqu’après ma mort
Pour couvrir ton corps d’or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l’amour sera roi, où l’amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas…

Je t’inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-la
Qui ont vu deux fois leurs cœurs s’embraser
Je te raconterai l’histoire de ce roi mort
De n’avoir pas pu te rencontrer
Ne me quitte pas…

On a vu souvent
Rejaillir le feu
D’un ancien volcan
Qu’on croyait trop vieux
Il est, paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu’un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu’un ciel flamboie
Le rouge et le noir ne s’épousent-ils pas?
Ne me quitte pas…

Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
À te regarder danser et sourire et
À t’écouter chanter et puis rire
Laisse-moi devenir l’ombre de ton ombre
L’ombre de ta main
L’ombre de ton chien
Ne me quitte pas…

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