Sinopse

Manoela trabalha como empregada doméstica na casa de Donato. Após a morte do patrão, o resto da família – formada pela viúva Carolina, as filhas Silvia e Regina, e o pai de Donato, Seu Nicolau – passa a enfrentar dificuldades financeiras. Donato tinha passado um longo período no hospital, fazendo tratamentos caríssimos.

Carolina, com a casa hipotecada e uma dívida alta para pagar, decide demitir a empregada. Manoela, no entanto, solidária, não aceita a demissão e se oferece para trabalhar de graça. Para ajudar os patrões, costura para fora e dá uma ideia a Carolina: que ela alugue dois quartos da grande casa em que vivem.

A sugestão é aceita e os novos moradores são quatros rapazes de diferentes estados que chegam à capital para prestar vestibular: Ribamar, do Maranhão; Chicão, de Minas Gerais; Gabriel, de Santa Catarina; e Solano, de Pernambuco. No Rio, os jovens sentem-se deslocados e não conseguem fazer amizade com os cariocas, cuja mentalidade e valores são muito diferentes.

Os amigos conhecem, no cursinho pré-vestibular, Marcelo, homem de quase 40 anos que tenta inutilmente passar no concurso. Conhecido como Marcelo, o Belo, já havia prestado vestibular 9 vezes para diversas faculdades, mas acabava sempre desistindo da opção e trocando de curso. No decorrer da trama, Marcelo se envolve com Manoela.

Globo – 19h
de 21 de janeiro a 29 de junho de 1974 (Rio)
de 23 de janeiro a 2 de julho de 1974 (SP)
138 capítulos

novela de Walther Negrão
direção de Gonzaga Blota e Reynaldo Boury

Novela anterior no horário
Carinhoso

Novela posterior
Corrida do Ouro

MARÍLIA PÊRA – Manoela
PAULO JOSÉ – Marcelo, o Belo (Marcelo Dias Batista)
CARLOS VEREZA – Solano
ANTÔNIO PEDRO – Chicão
FAUSTO ROCHA JR. – Gabriel
CARLOS ALBERTO RICCELLI – Ribamar
ZILKA SALABERRY – Carolina
SUZANA GONÇALVES – Regina
CARMEM MONEGAL – Sílvia
MANFREDO COLASSANTI – Seu Nicolau
IRENE STEFÂNIA – Laurita
LÚCIA ALVES – Raquel
ROBERTO PIRILO – Paulo
GRACINDO JÚNIOR – Mário
RUBENS DE FALCO – Diógenes
DAISY LÚCIDI – Maria Elvira
SÉRGIO BRITTO – Jorge Dias Batista
DIANA MOREL – Tereza
JOÃO SIGNORELLI – Nando
ODILON WAGNER – Renato
ROSITA TOMAZ LOPES
RITA DE CÁSSIA – Kate
ZEZÉ MOTTA – Doralice
APOLO CORRÊA – Felipe
ADA CHASELIOV – Tetê
ELEONORA SOLEDADE – Aninha
KÁTIA D’ANGELO – Roseli
ANA MARIA JENSEN – Marlene
RUY FIUZZA – Manoel

o menino ROGÉRIO PITANGA – Quiquinho

e
ARNALDO WEISS – Nabuco
ARY FONTENELLE – Max
AUGUSTO CÉSAR – amigo de Solano
ENÉAS RICARDO – da turma de Nando
FABIO SABAG – síndico do edificio de Marcelo
FAUSTO FAMMA – construtor
FRANCISCO DANTAS – Donato (patrão de Manoela, marido de Carolina, morre no início)
FRANCISCO SILVA – motorista de Diógenes
FRANK MELLO – da turma de Nando
GINA TEIXEIRA
GONZAGA VASCONCELLOS – Alcides
ÍSIO FUKS – da turma de Nando
JORGE BOTELHO – Lula (amigo de Laurita a quem ela pede que finja ser médico para Solano)
JOSÉ STEINBERG – Dr. Isaac (médico que cuida de Solano quando ele sofre o acidente)
JUNIA SARITA – Dona Maria
LEONEL LINHARES – da turma de Nando
LUIZ PAULO – da turma de Nando
MARCUS ANTÔNIO – da turma de Nando
MARGARETH BOURY – da turma de Nando
MARIA LIGIA – Lígia
MARLENE COSTA – Matilde
MOACYR BASTOS – zelador do prédio do qual Marcelo é despejado, no início
MOISÉS WAISSMAN – da turma de Nando
NICOLE KLEIN – Márcia
PEDRO VERAS – da turma de Nando
TERESA CRISTINA – Lúcia
TONY FERREIRA – empregado de Jorge
VINÍCIUS SALVATORE – Reinaldo (irmão de Manoela)
WILMA COELHO – Jô
ZILAMAR ROSA

– núcleo de MANOELA (Marília Pêra), moça simpática, generosa, sempre disposta a ajudar a todos. Empregada doméstica, costura nas horas vagas a fim de obter mais algum dinheiro, podendo assim ajudar os parentes que moram no interior e os patrões, que entraram em crise financeira:
os patrões: CAROLINA (Zilka Salaberry), mulher um tanto alheia ao lado prático das coisas, e que, por isso mesmo, sofre muito com a morte do marido DONATO (Francisco Dantas, participação) depois de ele passar um longo período no hospital
as filhas de Carolina e Donato: REGINA (Suzana Gonçalves), falsa, invejosa e ambiciosa, detesta Manoela,
e SILVIA (Carmem Monegal), o seu oposto: doce, gentil e humilde, gosta da empregada
o sogro de Carolina, pai de Donato: SEU NICOLAU (Manfredo Colasanti), na intenção de ajudar nas finanças da família, é dado a inventos
o viúvo MÁRIO (Gracindo Júnior), que entra na fase final da trama e se interessa por Manoela
o filho de Mário, QUIQUINHO (Rogério Pitanga), que gosta muito de Manoela e faz amizade com ela
o amigo FELIPE (Apolo Correia), alfaiate em Itaperuna, no interior fluminense, sua terra natal
o irmão REINALDO (Vinícius Salvatore), com quem não se dá muito bem. Cobra de Manoela que ela progrida no Rio.

– núcleo de DIÓGENES (Rubens de Falco), irmão de Donato, filho de Seu Nicolau. É dono de uma fábrica. Arrogante e preconceituoso, não se dá bem com os parentes:
a mulher MARIA ELVIRA (Daisy Lúcidi), que vive apenas para os problemas da casa e da família
os filhos: LAURITA (Irene Stefânia), moça romântica cujo namorado o pai desaprova,
e NANDO (João Signorelli), playboy da Zona Sul que não faz muita força para trabalhar nos negócios do pai
a empregada DORALICE (Zezé Motta)
o funcionário RENATO (Odilon Wagner), que ele manda infiltrar-se na fábrica do maior fornecedor de matéria-prima de sua empresa
a secretária MARLENE (Ana Maria Jansen).

– núcleo dos universitários, oriundos de outros estados, que alugam quartos do casarão de Carolina, sugestão de Manoela para ajudar no orçamento doméstico, já que a família passa por uma crise financeira com a morte de Donato:
o mineiro CHICÃO (Antônio Pedro), que estuda Direito e se apaixona por Regina, que não lhe dá a mínima. Bem-humorado, é fã de Celly Campello
o pernambucano SOLANO (Carlos Vereza), que estuda Medicina e trabalha como taxista. Envolve-se com Laurita no decorrer da história, depois de sofrer um acidente e correr o risco de perder os movimentos das pernas
o maranhense RIBAMAR (Carlos Alberto Riccelli), que estuda Sociologia, mas deseja mesmo é vencer na vida como escritor. Consegue algum dinheiro cuidando do texto de coisas sem maiores consequências, o que o frustra. Casa-se com Silvia e os dois se mudam para São Luís
o catarinense GABRIEL (Fausto Rocha), que estuda Arquitetura. Dos quatro, o único que tem boa situação financeira, inicialmente sustentado pelo pai
a jovem KATE (Rita de Cássia), namorada deixada por Gabriel em Santa Catarina, de quem o pai tentou afastá-lo. Parte para o Rio de Janeiro a certa altura da trama.

– núcleo de MARCELO, conhecido como MARCELO, O BELO (Paulo José). Chegando aos 40 anos, ainda não se acertou nos estudos, nem na vida profissional. Já prestou vestibular 9 vezes para diversas faculdades, mas acabava sempre desistindo da opção e trocando de curso. Namorado de Laurita no início. Vai morar no casarão de Carolina e conhece Manoela, de quem fica amigo:
o pai JORGE DIAS BATISTA (Sérgio Britto), industrial responsável pelo principal fornecimento de matéria-prima para a firma de Diógenes. Renato infiltra-se em sua empresa a mando do chefe Diógenes. Muito rico, não vê o filho há quatro anos, depois de uma briga séria
a madrasta TEREZA (Diana Morel), pivô da briga de pai e filho, já que Marcelo não aprova a união dos dois
a irmã RAQUEL (Lúcia Alves), de quem Renato se aproxima para descobrir mais sobre o irmão dela
o namorado de Raquel, PAULO (Roberto Pirilo), que vai morar no casarão de Carolina.

– demais personagens:
TETÊ (Ada Chaseliov) e ANINHA (Eleonora Soledade), amigas de Marcelo e Laurita
DR. ISAAC (José Steinberg), médico que cuida de Solano quando ele sofre o acidente
LULA (Jorge Botelho), amigo de Laurita a quem ela pede que finja ser médico e dê a Solano notícias mais brandas e esperançosas sobre suas condições de saúde
MANOEL (Ruy Fiuza), dono do bar frequentado pelos personagens.

Nada de super

Uma das mais problemáticas novelas da TV Globo na primeira metade da década de 1970.

O título Supermanoela era uma referência à protagonista Manoela, uma espécie de super-heroína, capaz de tudo para cumprir missões quase impossíveis. Porém, de “super” a novela não tinha nada, como reconheceu o autor Walther Negrão mais tarde. Foi uma produção de muitos conflitos, entre Negrão, elenco e direção, que afetaram o processo criativo.

Atores insatisfeitos

O ponto de partida para Walther Negrão foi a sua peça “O Sobrado”. A ideia inicial era emular o sucesso da novela O Primeiro Amor, que o ator escrevera dois anos antes. Apostou-se em Marília Pêra, estrela da casa, e Paulo José – o Shazan de O Primeiro Amor -, inicialmente com um foco maior no romantismo. Não funcionou.

Marília Pêra aborreceu-se com Supermanoela a tal ponto que só voltou a atuar em novelas treze anos depois (Brega e Chique, em 1987). Era a sua quarta novela consecutiva na Globo (depois de O Cafona, Bandeira Dois e Uma Rosa com Amor). A atriz ainda comandou um programa mensal na faixa de shows, o Viva Marília.
“Depois de estar fazendo a quarta novela eu estava cansada. Avisei ao Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho) e ao Daniel (Filho) que eu estava estressada. Chegou um momento em que eu não conseguia mais decorar o texto”, disse Marília em entrevista. Apesar do excesso de trabalho, a atriz cumpriu seu dever até o final.

No decorrer da novela, os quatro jovens vestibulandos da história – Solano (Carlos Vereza), Chico (Antônio Pedro), Ribamar (Carlos Alberto Riccelli) e Gabriel (Fausto Rocha Jr.) – ganharam o foco narrativo na trama, diminuindo assim o número de cenas de Marília Pêra.

Ainda outro dissabor: Carlos Alberto Riccelli e Carmem Monegal (na época casados) pediram rescisão de contrato por não concordarem com o texto. (“Memória da Telenovela Brasileira”, Ismael Fernandes)

Autor demitido

Após tanto desgaste com Supermanoela, Walther Negrão foi dispensado pela Globo, indo escrever novelas para a TV Tupi.

Outro fator que pesou na demissão de Negrão foi o veredito final (que saiu na época) do processo de plágio movido contra a Globo em 1970 pelo dramaturgo Hélio Bloch, que viu na novela A Próxima Atração (escrita por Negrão na ocasião) tramas de sua peça “A Úlcera de Ouro”. A Globo foi obrigada a pagar uma polpuda indenização a Bloch e demitiu Negrão. O novelista só retornou à emissora em 1980. (“Biografia da Televisão Brasileira”, Flávio Ricco e José Armando Vannucci)

Censura

A Censura do Regime Militar não viu com bons olhos o protagonista masculino da novela, Marcelo, vivido por Paulo José. De acordo com o pesquisador Cláudio Ferreira no livro “Beijo Amordaçado – A Censura às Telenovelas Durante a Ditadura Militar”:

“(…) foi pedida uma modificação rigorosa em relação ao personagem Marcelo: ‘Solicitamos a imediata SUPRESSÃO (assim mesmo, em maiúsculas) do referido personagem do contexto da novela, pois não é da competência da Censura Federal sugerir modificações de comportamento de personagem. Simpatia típica do carioca, não vive com a família e os motivos não são revelados. Sua idade mental é de criança, bastante distante da cronológica, não trabalha, não estuda, não tem ideias e deixa claro ser alheio, desligado de qualquer responsabilidade social. Audacioso, irreverente e bon vivant, é cativante. O personagem integra as tendências negativas da juventude urbana hodierna’.”

Elenco

A atriz Elizângela, depois de gravar dez capítulos como a personagem Regina, descobriu-se grávida (de sua única filha, Marcelle) e foi substituída na novela por Suzana Gonçalves.

Primeira novela dos atores Odilon Wagner, João Signorelli, Ada Chaseliov, Katia D´Angelo e Margareth Boury.
Primeira novela na Globo da atriz Daisy Lúcidi. Também a estreia na Globo dos atores Carlos Alberto Riccelli, Carmem Monegal e Fausto Rocha Jr., egressos das novelas da TV Tupi.

Trilha sonora

A trilha sonora nacional foi feita, sob encomenda, pela dupla de músicos baianos Antônio Carlos e Jocafi, que já havia assinado a trilha de O Primeiro Amor, em 1972.

Walther Negrão mudou o nome de uma personagem por causa de sua música-tema. Antônio Carlos e Jocafi compuseram a bela canção “Laura” para uma personagem que, inicialmente, se chamaria Camilinha, vivida por Irene Stefânia. Como fazia parte do núcleo jovem, Laura era chamada na novela de Laurita. (“Teletema, a História da Música Popular Através da Teledramaturgia Brasileira”, Guilherme Bryan e Vincent Villari)

Em 2006, a Som Livre relançou a trilha sonora nacional de Supermanoela, em CD, na coleção “Master Trilhas”, 26 trilhas nacionais de novelas e séries da década de 1970 nunca lançadas em CD.

E mais

Lamentavelmente não existem mais imagens dessa novela. A hipótese mais provável é que as fitas tenham-se perdido no incêndio que ocorreu na TV Globo em junho de 1976.

Trilha sonora nacional

01. QUANDO ME SINTO SÓ – Wanderley Cardoso
02. MARCELO, O BELO – Coral Som Livre (tema de Marcelo)
03. MOÇA DO ROSTO BONITO – Wanderley Cardoso (tema de Silvia)
04. TORÓ DE LÁGRIMAS – Djalma Dias
05. SIMPLESMENTE – Maria Creusa
06. SUPERMANOELA – Betinho (tema de abertura)
07. MANOELA – Rildo Hora
08. LAURA – Pery Ribeiro (tema de Laurita)
09. DONA DE CASA – Antônio Carlos e Jocafi
10. OI LÁ – Eustáquio Sena
11. PERNOITE – Waltel Branco
12. PRESUNÇOSA – Djavan

Sonoplastia: Roberto Rosemberg
Músicas: Antônio Carlos & Jocafi
Coordenação geral: João Araújo
Produção musical: Eustáquio Sena
Arranjos: Waltel Branco

Trilha sonora internacional

01. SYLVIA – Stevie Wonder (tema de Silvia)
02. THE LOVE I LOST – Allen Brown
03. HEY HEY – Pop Concerto
04. BETCHA BY GOLLY, WOW! – The Stylistics (tema de Manoela e Marcelo)
05. WITCH DOCTOR BUMP – The Chubukos
06. YOU ARE EVERYTHING – Diana Ross & Marvin Gaye
07. GOODBYE YELLOW BRICK ROAD – Elton John (tema de Chico)
08. I’M FALLING IN LOVE WITH YOU – Little Anthony & The Imperials (tema de Laurita e Solano)
09. HOT ROD – Willy Zango & The Mechanics
10. DEVIL OR ANGEL – Brian Hiland
11. CHÉRIE SHA LA LA – Anarchic System
12. PARLEZ-MOI DE LUI – Nicole Croisille
13. LIKE I DO – Pat McManus
14. SOFTLY – Free Sound Orchestra (tema de Manoela)

Tema de abertura: SUPERMANOELA – Betinho

Supermanoela em ação
Dialogando em termos de amor e paz
Sonhos, trunfos, decepção
Vão se misturando mais e mais
Supermanoela em ação
Se aperfeiçoando sem virar robô
Super, super contradição
Mais um contra-golpe do amor
E quanto mais eu rezo, irmão
Mais aparece assombração…

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