Sinopse

Telmo Marinicov já foi membro da luta armada durante a ditadura, já foi um exilado político e já foi um diretor de teatro de moderado sucesso. Agora, não é nada disso. Telmo trabalha como supervisor dos teatros na prefeitura de São Paulo e vive uma existência pacata ao lado de sua jovem namorada, uma bela atriz chamada Mônica, que ele acha não possuir muito talento.

Essa existência pacata é interrompida quando Telmo é convidado para dar uma entrevista para um documentário sobre luta armada, mais especificamente sobre os guerrilheiros que passaram algum tempo clandestinos em “aparelhos” em São Paulo. Telmo se senta na frente da câmera e, de repente, lembra-se que esqueceu: não tem memória alguma dos seis meses que passou clandestino. A pedido do diretor, ele se esforça para trazer alguma nesga de lembrança, algum fato isolado, mas a única coisa que lhe vem à cabeça é uma voz feminina, que repete baixinho: “Trago comigo toda a luta e toda a traição”. A entrevista acaba sem que Telmo consiga lembrar nada além desta frase.

Ele fica obcecado com este grande lapso de memória e Mônica tenta ajudá-lo a se lembrar. De noite, na cama, Mônica começa a repetir esta enigmática frase e Telmo se lembra também de um nome: Lia. No dia seguinte, em companhia do secretário de Cultura, Lopes, Telmo visita um teatro que está sendo reformado. Lopes, seu amigo pessoal, desafia-o a preparar a peça que marcará a estréia deste teatro, uma chance dele retomar a sua carreira de diretor. Telmo tem então um estalo: irá preencher o grande buraco que existe em sua mente com seu único talento, o teatro.

Ele decide aceitar a provocação de Lopes e utiliza a peça como laboratório para atiçar suas lembranças. Com a ajuda de Mônica, que faz o papel de Lia, e de um jovem ator de novela chamado Miguel Jarra, que compartilha muito pouco em comum com ele além da impressionante semelhança física, Telmo irá criar gatilhos para a sua memória, situações que o façam lembrar do que aconteceu com ele e Lia naquele apartamento vazio e responder a uma pergunta fundamental: por que ele tem a sensação inquietante de ter contribuído para a morte desta sua companheira?

Cultura – 23h
de 1 a 4 de setembro de 2009
4 capítulos

minissérie de Thiago Dottori
direção de Tatá Amaral
coprodução SESC

CARLOS ALBERTO RICCELLI – Telmo Marinicov
FELIPE ROCHA – Miguel Jarra
GEORGINA CASTRO – Mônica
EMÍLIO DI BIASI – Lopes
SELMA EGREI – Madalena
MARIA HELENA CHIRA
JÚLIO MACHADO
PEDRO LEMOS
PAULA PRETTA
GUSTAVO BRANDÃO

Coprodução entre a TV Cultura e o SESCTV, o projeto Direções, por um novo rumo na teledramaturgia teve como objetivo o debate, a pesquisa e a experimentação de novas linguagens em teledramaturgia. A seleção ficou a cargo de uma comissão indicada pelo SESCTV e o Núcleo de Dramaturgia da TV Cultura.

Em suas duas primeiras edições (2007 e 2008), foram apresentados programas no formato de teleteatros. Na terceira edição (2009) o formato mudou para as minisséries.

Os capítulos foram reprisados nas quatro noites de domingo seguintes à primeira apresentação (6, 13, 20 e 27 de setembro de 2009), às 22h.

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