Sinopse

Desde criança, Celeste (Mônica Iozzi) traz consigo uma sina, uma dessas lembranças que a mãe e os amigos fazem questão de levantar nos momentos mais inapropriados. Na passagem do papa João Paulo II pelo Brasil, em 1991, Leda (Cecília Homem de Mello), muito religiosa e um tanto exagerada, tratou de vestir a filha como uma coroinha e conseguiu o que queria: um beijo do pontífice na pequena Celeste. Porém, apesar de ganhar o gesto de carinho do Papa, a menina cresceu tão ingênua quanto atrapalhada.

Adulta, Celeste mantém um escritório de advocacia sem clientes, um namoro sem tesão e uma vida em banho-maria. A advogada aceita a investida – a princípio profissional – de um cliente que aparece repentinamente e sem indicações: Abelardo Zebu, ou Abel Zebu (Tony Ramos). Milionário e sedutor, o empresário encontra em Celeste o que precisa: uma moça ingênua – e muito próxima do divino – para assumir o seu processo de separação litigioso. Além de entrar como laranja em seus esquemas de lavagem de dinheiro.

Abel Zebu carrega um ar sombrio no nome, assim como sua família: Lucy Ferguson (Maria Luisa Mendonça), a esposa de quem quer se separar; Damien (Enrico Baruzzi), o filho, e Carrie (Nathalia Falcão), a enteada. Ele presta consultoria e dá palestras disputadíssimas a executivos. Abel tem ainda uma acidez voraz nas palavras e diz, sem pudor, verdades tão cruas quanto seu senso de humor. Com artimanhas que não sabemos se são deste mundo, esse homem inescrupuloso desperta as impressões mais controversas.

A princípio, Celeste se assusta, mas, aos poucos, é seduzida por tudo o que Abel tem para lhe oferecer. Porém, sua mãe, Leda (Cecília Homem de Mello), e o namorado, Davi (Juliano Cazarré), sentem que algo não cheira bem. Ainda assim, desdobrando-se para impressionar seu único cliente, a moça tem de lidar com as intromissões de todos ao seu redor. Davi e Leda tentam provar que Abel é mais que um sujeito sem ética. Para combatê-lo, eles usam os mais variados artifícios como receita contra o Mal.

Globo – 22h30
de 20 de abril a 29 de junho de 2017
12 episódios

série de Alexandre Machado e Fernanda Young
direção de Mauro Mendonça Filho, André Felipe Binder e Rodrigo Meirelles
direção artística de Mauro Mendonça Filho
coprodução O2 Filmes

MÔNICA IOZZI – Celeste
TONY RAMOS – Abel Zebu (Abelardo Zebu)
MARIA LUÍSA MENDONÇA – Lucy Ferguson
JULIANO CAZARRÉ – Davi
MARIA CASADEVALL – Lilith
CECÍLIA HOMEM DE MELLO – Leda
LUCIANA PAES – Kika
PASCHOAL DA CONCEIÇÃO – Padre
NATHALIA FALCÃO – Carrie

e o menino ENRICO BARUZZI – Damien

Dualidade santo-profano

Envolta por uma estética irônica de terror, e com a comicidade nos diálogos, característica do trabalho dos roteiristas Alexandre Machado e Fernanda Young, Vade Retro foi uma coprodução com a O2 Filmes. Cada episódio se iniciava com uma palestra de Abel Zebu (Tony Ramos) e a exposição das questões que exploravam os perfis dos protagonistas – Abel e Celeste (Mônica Iozzi) – e a trama em si.

Uma combinação de nonsense, humor negro, sarcasmo, crítica, deboche, frases de efeito e trocadilhos infames. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra, o programa exibiu um mix bem dosado de humor sofisticado e piadas bobinhas tendo como temática a dualidade santo-profano, Deus-Diabo.

Atmosfera sombria e fantástica

Dos quadrinhos e da sétima arte, o diretor artístico Mauro Mendonça Filho enxergou em Gotham City, onde vive o super-herói Batman, uma referência para a construção de uma cidade que não existe.
“Vamos ver São Paulo como Gotham City, um lugar que a gente acha que é Nova York, mas não é Nova York. Vamos embarcar nessa fantasia. A gente começou a brincar um pouco com essa coisa que vem do Stanley Kubrick, com one-point perspective (colocar um objeto ou personagem no centro da imagem, o que pode até causar certo desconforto em que assiste), e usamos referências como o Conjunto Nacional, o Jockey Club, o auditório Parlatino (Memorial da América Latina) onde o Abel dá as palestras.”

Aliado a isso, o trabalho de computação gráfica criou uma atmosfera sombria e fantástica. O prédio onde Abel trabalhava, por exemplo, ganhou uma cúpula mais alta, para dar imponência ao local, assim como sua mansão e sua casa de campo. A expressão “o tempo fechou” era levada ao pé da letra quando o céu da cidade se transformava de uma hora para a outra.

Gravações

A preparação para o personagem de Tony Ramos incluiu aulas de mandarim, tango e latim.

As gravações ocorreram entre agosto e novembro de 2016, em São Paulo, tendo como locações os bairros de Perdizes e Santa Ifigênia, o Edifício Copan e o Hospital Sírio Libanês, entre outras.

Mauro Mendonça Filho dirigiu do 1º ao 4º episódio. André Felipe Binder encarregou-se do 5º ao 8º. Rodrigo Meirelles, do 9º ao 11º. E, finalmente, Mauro e Rodrigo dividiram o 12º episódio.

Produção de arte, cenografia e figurinos

Contemporânea e com inspiração no cinema e em suas diversas fases, assim foi definido o conceito por trás do figurino, da caracterização, da cenografia e da produção de arte. Ambientada nos dias atuais, a série ganhava ares de fantasia para dar toques de excentricidade e terror à trama. Cássio Amarante, o diretor de arte, usou a cidade de São Paulo como ponto de partida para a construção de um local fictício onde Celeste e Abel conviviam dentro de um mesmo ambiente urbano, mas com diferenças bastante claras.

No trabalho da figurinista Verônica Julian, em parceria com as inspirações dos diretores, os figurinos referenciaram as mais diversas décadas representando vários momentos do cinema.
“Abel representa o cinema italiano, aquele bon vivant, lembrando o Marcello Mastroianni, que é um ícone de estilo e elegância. Tem um terno sempre bem cortado, um lenço, anéis. Já a Celeste traz uma atmosfera mais francesa, lembrando traços delicados de Anna Karina, a musa de Jean-Luc Godard, e nouvelle vague, com destaque para as saias de cintura alta. A Kika [Luciana Paes] tem traços de Almodóvar, é um mulherão, é sensual, usa roupas que evidenciam o corpo, com o sutiã um pouco à mostra. E o Davi [Juliano Cazarré] é uma mistura do herói pateta. O próprio Damien [Enrico Baruzzi] já é um personagem que vem das telas, do filme A Profecia, que conta a história de um menino de mesmo nome e que era o próprio anticristo, então, ele usa aquele uniforme bem tradicional e uma boina.”

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