Sinopse

São Paulo, 1939. As mansões das famílias tradicionais representam a transição de uma sociedade que evoluiu do ciclo do café para a industrialização. Os viúvos Dr. Arnaldo Lemos e Dona Carolina Bastos são vizinhos em um elegante bairro. Nancy e Lúcia são as filhas de Lemos. Nancy é uma moça que preza a liberdade. Avançada para a sociedade da época, viaja a Paris para desfrutar dos bons anos que precedem a Segunda Guerra Mundial. Lúcia é uma filha dedicada ao pai e ao lar e desligada das questões do coração. Banqueiro, Dr. Lemos é sócio da casa Lemos & Bastos. Seu antigo sócio é o falecido marido de Carolina. Por sua vez, Carolina é mãe de Rodolfo e Helena. Ela está no curso colegial, enquanto Rodolfo é um homem ambicioso, apaixonado por Lúcia, que o despreza.

A principal meta de Rodolfo é destituir o Dr. Lemos e tomar liderança do banco. Carolina, uma criatura adorável, não percebe as más intenções do filho. Na mansão do Dr. Lemos trabalham o distinto mordomo Sebastião, o motorista João, casado com cozinheira Alzira, e Carlinhos, filho do casal. João e sua família vieram do campo levados ao Dr. Lemos pelo padre Inácio. Na casa de Dona Carolina trabalham Cida, que sonha em se casar com Demóstenes, um jornaleiro que quer ser jornalista; Matias, um antigo lutador de boxe, de índole violenta, motorista de Rodolfo; e a governanta Mariana, mulher discreta e educada que repudia o assédio de Matias. Mariana vive para o trabalho tendo com Sebastião uma relação cordial, onde ambos trocam impressões sobre as duas famílias.

A Condessa Acqua Santiera é uma figura ilustre na sociedade. Ex-vedete, depois que ficou viúva de um conde italiano, casou-se com José Maria Bicudo, seu empresário, que se tornou, então, o Conde Acqua Santiera. Diogo é um moço simples que procura garantir seu emprego no banco, a qualquer custo. Por isso submete-se aos desmandos de Rodolfo. Há também o judeu Salomão, um hábil negociante, dono de uma casa de penhor. O padre Inácio recupera mendigos e vagabundos em seu albergue. Dentre tantos, os amigos Aldo, Raffles e Nariz. Aldo, sujeito misterioso, desperta a curiosidade de todos, pois, apesar de sua condição, se porta como um cavalheiro. Ele guarda um segredo: na verdade, Aldo era um burguês, estudante em Paris, quando conheceu Nancy, por quem se apaixonou perdidamente.

Depois que Nancy o abandonou, Aldo caiu na sarjeta e resolveu descobrir os valores da vida vivendo como mendigo. No Brasil, conheceu Lúcia, arrebatando seu amor, sem saber que ela era irmã de Nancy. Já civilizado, Aldo vai trabalhar no banco da família da noiva. Na reta final, Rodolfo dá um desfalque no banco armando para que a culpa recaia sobre Aldo. Ele é preso e em seu julgamento, seu pai, Leonardo Xavier, aparece para inocentá-lo e desvendar o seu mistério. Para a surpresa de todos, Aldo é herdeiro de uma grande fortuna, portanto não tinha porque roubar o banco. Enquanto isso, Nancy, pela primeira vez renunciando ao luxo e à riqueza, deixa-se levar pelo amor do mordomo Sebastião. E Rodolfo, renegado por todos, termina seus dias como louco em um manicômio.

Tupi – 20h
de 29 de março a 2 de outubro de 1976
161 capítulos

novela de Walther Negrão e Chico de Assis
direção de David Grimberg

Novela anterior no horário
A Viagem

Novela posterior
O Julgamento

ÊNIO GONÇALVES – Aldo Xavier
MARIA ISABEL DE LIZANDRA – Lúcia Lemos
EDNEY GIOVENAZZI – Rodolfo Bastos
LÍLIAN LEMMERTZ – Nancy Lemos
RAUL CORTEZ – Sebastião
RODOLFO MAYER – Dr. Arnaldo Lemos
LIA DE AGUIAR – Dona Carolina Bastos
LAERTE MORRONE – Conde Aqua Santiera (José Maria Bicudo)
SILVANA LOPES – Mimi (Condessa Acqua Santiera)
MARIA LUIZA CASTELLI – Mariana
ELIAS GLEIZER – Padre Inácio
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Raffles
EDUARDO ABBAS – Nariz
EWERTON DE CASTRO – Carlinhos
SILVIA LEBLON – Helena
CARLOS KOPPA – Matias
OSWALDO CAMPOZANA – Diogo
ABRAHÃO FARC – Salomão
RIVA NIMITZ – Raquel
DANTE RUI – João
WILMA DE AGUIAR – Alzira
PAULO PADILHA – Dr. Brito
ADONIRAN BARBOSA – Firmino
MARCOS WAIMBERG – Rui
ÂNGELA MARIA BERNA – Dirce
EUNICE MENDES – Dora
MARIA DO CARMO – Cida
RICARDO DIAS – Demóstenes
EDUARDO VIEIRA – Mário
OLÍVIO ZUANAZZI – Batista
JOSÉ RÚBENS CHACHÁ – Edson
ELISABETH DUDA – Marília
PAULO R. NEGREIROS FARIA – Geraldo
INDIANARA GOMES – Judith
JOSÉ LUÍS DI SANTO – Eduardo
CINIRA CAMARGO – Vera
ANDRÉ LOUREIRO – Cláudio
MARLENE MARQUES – Clara
MÁRCIO FERREIRA – Alberto
ROGACIANO DE FREITAS – Rabino
JACK MILITELLO – Gonzaga
LINO BRAGA – bancário
MEIRE DE CARVALHO – copeira
FELIPE LEVY
FELIPE DONOVAN
RÚBENS PIGNATARI
SEBASTIÃO CAMPOS

e
WÁLTER FORSTER – Leonardo Xavier (pai de Aldo que aparece no final para inocentá-lo em seu julgamento)
LIBA FRYDMAN – viúva arruinada pela maldade de Rodolfo, no início

Melodrama sofisticado

O maior sucesso na TV Tupi da dupla de autores Walther Negrão e Chico de Assis – que também escreveu Ovelha Negra (1975) e Cinderela 77 (1977). Um melodrama sofisticado, repleto de romantismo e paixões dilaceradas.

Chamada da novela: Xeque-Mate… emoções maiores a cada capítulo…”

Elenco

Raul Cortez obteve seu maior sucesso na TV até então, um veículo pouco frequentado pelo ator na época.

Lia de Aguiar apareceu ao mesmo tempo em duas novelas da Tupi. Enquanto participava dos últimos capítulos de Um Dia o Amor, a trama das sete da noite, a atriz era também vista às oito, nos primeiros capítulos de Xeque-Mate.

O romance entre os personagens de Ênio Gonçalves e Maria Isabel de Lizandra saltou da ficção para a realidade, com a união do casal de atores. (*)

Primeira novela na Tupi dos atores Marcos Waimberg, José Rubens Chachá e Cinira Camargo.

Abertura

Com “intermináveis” 3 minutos e 54 segundos, a abertura de Xeque-Mate é a mais longa abertura de novela que se tem conhecimento.

A música-tema não consta nos LPs com a trilha da novela lançados comercialmente: a instrumental “Love Theme”, composta e conduzida por Michel Legrand para o filme Os Ídolos Também Amam (Gable and Lombard), de Sidney J. Furie, lançado naquele ano de 1976.

Casamento judaico

Pela primeira vez, uma telenovela apresentou um casamento no ritual judaico. A união se deu entre os personagens judeus de Abrahão Farc (Salomão) e Riva Nimitz (Raquel). A cena contou com a participação do rabino Henri Isaac Sobel, da Congragação Israelita de São Paulo, que recebeu das mãos do ator Rodolfo Mayer uma placa de prata em nome da equipe da novela. (*)

E mais

Em 1993, a trama de Xeque-Mate foi adaptada para a Televisão Nacional do Chile (TVN) com o título de Jeque Mate. (“Autores, Histórias da Teledramaturgia”, Projeto Memória Globo)

(*) “De Noite Tem… Um Show de Teledramaturgia na TV Pioneira”, Mauro Gianfrancesco e Eurico Neiva.

Trilha sonora nacional

01. NANCY (OLHOS AZUIS) – Tom Zé (tema de Nancy)
02. ROMANCE – Radamés Gnattali e Sua Orquestra
03. EU SONHEI QUE TU ESTAVAS TÃO LINDA – Os Violinos Românticos
04. NOSTALGIA – Paulo Moura
05. SÚPLICA – Dorival
06. QUEM SABE? – Avena de Castro
07. A DAMA DE VERMELHO – Tom Zé
08. PRIMAVERA – Os Violinos Românticos
09. ROSA – Dorival
10. FLOR DO MAL – Radamés Gnattali e Sua Orquestra
11. VOCÊ – Francisco Petrônio (tema de Aldo e Lúcia)
12. NANCY (OLHOS AZUIS) – Orquestra Continental (tema de Nancy)

Trilha sonora internacional

01. AUTUMN LEAVES – Roger Williams
02. STELLA BY STARLIGHT – Victor Silvester
03. TEMA DI MARGHERITA – Bruno Nicolai
04. GEORGIA ON MY MIND – Les 4 Cadillacs
05. MANO A MANO – Greg Segura
06. SEPTEMBER SONG – Roger Williams
07. FASCINATION – Os Violinos Românticos
08. CLAIR DE LUNE – Roger Williams
09. VINCENI – The Amazing Grace
10. TO LOVE AGAIN – Carmen Cavallaro
11. CUATRO VIDAS – Elvira Rios
12. TWILIGHT NOCTURNE – Victor Young

Seleção musical e sonoplastia da novela: Octávio da Silva Jr.
Coordenação de produção: Alberto Ferreira
Supervisão musical: Cayon Gadia

Ainda
LOVE THEME (FROM GABLE AND LOMBARD) – Michel Legrand (tema de abertura)

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