Sinopse

As confusões e aventuras vividas por Dona Santa, uma mulher de meia-idade, descendente de italianos e moradora do bairro do Bixiga, em São Paulo. Ela perde o marido e é forçada – literalmente – a dirigir um táxi – seu fusca vermelho – pelas ruas da capital paulista para sobreviver.

Contando com a ajuda do Padre Ferdenuto, um amigo e conselheiro, Dona Santa tem de aturar em casa a indolência do genro boa-vida, Silvio, que não faz nada, mas diz que quer ser político e está à espera das eleições. A filha, Dileta, é apaixonada pelo marido malandro e está sempre o defendendo.

Bandeirantes
de 6 de outubro de 1981 a 1982
32 episódios

roteiros de Geraldo Vietri e Marcos Caruso
direção de Geraldo Vietri

NAIR BELLO – Dona Santa
ELIAS GLEIZER – Padre Ferdenuto
CLÁUDIA ALENCAR – Dileta
AMILTON MONTEIRO – Silvio
ZÉ CARLOS DE ANDRADE – Silvio
SELTON MELLO – Sidney
RENATA NOGUEIRA – Margareth

nasce uma motorista
o recorde mundial
e o cinema nacional
o roubo das jóias
a venda de um passado
procure seus direitos
padre, não me caso mais
a muamba que chegou do japão
a amiga de infância
as feministas
tempo para ser feliz
domingo é dia de pescaria
a imagem dos milagres
o perfume de todas as flores da terra
sentimento de dona santa
senta que o leão é manso
adivinhe quem chegou de nápoles ?
os diabólicos herdeiros
confusão em dobro
hotel primor, um primor de hotel
casamento à portuguesa, com certeza
precisa-se de menores
o assalto do século
a contração espasmódica do diafragma
não balança que a casa cai
espiões em desfile
precisa-se: mais cultura para nossas avós
na semana que vem, vovó vai fugir
a semana da boa vizinhança
e os mineiros chegaram!
emagrecendo em alto estilo
quanto vale uma pessoa?

Criação

Seriado semanal da TV Bandeirantes. Com boa repercussão, foi reprisado várias vezes. Cada episódio – que tinha 50 minutos de duração – abordava um tema diferente.

O autor Geraldo Vietri voltava a criar uma personagem italiana cômica especialmente para Nair Bello interpretar, como fizera na novela João Brasileiro, o Bom Baiano (Tupi, 1978).

Vietri passou oito meses criando Dona Santa, que já existia em sua imaginação desde 1970, quando escreveu Nino, o Italianinho. Nesta novela, havia uma personagem homônima, interpretada por Myrian Muniz, uma mamma italiana para quem o autor escreveu alguns de seus melhores diálogos. (*)

Em matéria do jornalista Gabriel Priolli Neto, na Folha de São Paulo, em setembro de 1981, Vietri lembrou:
“Aquela personagem era muito forte para mim. Eu a usava como veículo, para dizer o que achava importante. Dona Santa é uma personagem popular que coloca as reivindicações de sua classe e tem contato com todas as outras. Em um táxi, entra desde um senador até um favelado. E Dona Santa não apenas ouve seus problemas, mas procura ajudar de alguma forma, às vezes com um conselho, às vezes com uma ação direta.” (*)

Gabriel Priolli assim definiu o seriado:
“Vietri se preocupou em situar os personagens no ambiente mais italiano da cidade, produzindo imagens externas que poderiam constar em qualquer filme neorrealista de Rossellini com a silhueta de São Paulo ao fundo, fazendo as vezes de Milão, Roma ou Turim.” (*)

Seguro de vida para atriz

Dona Santa marcou a carreira de Nair Bello. O primeiro desafio foi aprender a dirigir, aos 50 anos, fundamental para o papel, e ela não hesitou em frequentar uma autoescola.

“Vietri me obrigou a aprender a dirigir. Na gravação de uma cena, eu tinha de entrar na garagem da igreja de Nossa Senhora da Achiropita, o espaço do tamanho de um quarteirão. Quando ele disse o gravando e eu dei a partida no carro, bati na parede. A partir daí ele entendeu o meu drama e um dublê fazia essas cenas. No dia seguinte, apareceu um rapaz com um papel dizendo que era mandado pelo João Sayad [executivo da Bandeirantes na época]. Era para eu assinar dois papeis, um de seguro de vida e outro de seguro do carro!”, contou Nair. (*)

E mais

O sucesso de Dona Santa originou outro seriado de humor na Bandeirantes, Casa de Irene, em 1983, também de Geraldo Vietri para Nair Bello, que voltava a interpretar uma italiana, parecida com Dona Santa.

Primeiro trabalho do ator Selton Mello, então com 11 anos de idade. Antes de estrear na Globo – na novela Corpo a Corpo (1984) -, ele ainda atuou na Bandeirantes na novela infantil Braço de Ferro.

(*) “Geraldo Vietri, Disciplina é Liberdade”, Vilmar Ledesma.

01. DONA SANTA – Uccio Gaeta e Coro
02. TARANTELA SICILIANA / TARANTELA NAPOLITANA – Uccio Gaeta
03. BELLA RAGAZZA DALLE TRECCIE BIONDE – Uccio Gaeta e Coro
04. INVOCAZIONE À MARIA SANTISSIMA DI MONTEVERGINE – Uccio Gaeta e Coro
05. MAMMA – Uccio Gaeta
06. FERDENUTO – Uccio Gaeta e Coro
07. ETERNA VITA – Uccio Gaeta
08. UEI… PAESANO – Uccio Gaeta e Coro
09. TU SI ‘NA COSA GRANDE – Uccio Gaeta
10. MANGIA, MANGIA CHE TE FA BENE – Uccio Gaeta e Coro
11. NON TI SCORDAR DI ME – Uccio Gaeta

Sonoplastia: Salathiel Coelho

Tema de abertura: DONA SANTA – Uccio Gaeta e Coro

Que bela matina pra se trabalhar
Fregueses, vizinhos eu vou encontrar
Por minha família sou chefe do lar
Aqui no Bexiga, com minha alegria
A todos eu digo “Buon giorno, bom dia”
A todos eu digo “Buon giorno, bom dia”
Oh Santa, Dona Santa
Como alegre é seu jeito
Na rua, em casa, na igreja
Que mulher sem defeito
Um segredo em confissão
O que eu posso dizer
Essa senhora é tão boa
Tem vontade de viver
No domingo após a missa
Aquilo que mais me encanta
É vinho com spaghetti
Na casa da Dona Santa
Oh Santa, Dona Santa
Como alegre é seu jeito
Na rua, em casa, na igreja
Que mulher sem defeito…

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