Sinopse

Cuba, início do século 20. A jovem Maria Helena, filha de um dos homens mais poderosos de Havana, Dom Rafael Zomora de Juncal, está apaixonada por Alfredo Martins, filho do inimigo de seu pai. Os namorados se encontram às escondidas e a única pessoa que sabe disso é Dolores, confidente de Maria Helena e empregada dos Juncal há anos. Maria Helena revela o que Dolores já desconfiava: engravidou de Alfredo.

Alfredo não aceita o filho e sugere aborto, mas Maria Helena quer ter seu bebê. Dom Rafael, revoltado ao saber da gravidez, obriga o rapaz a casar com sua filha, mas ela não o aceita. Maria Helena é então mandada, juntamente com Dolores, para uma fazenda onde ninguém poderá descobri-las. Nasce um menino, mas Dom Rafael ordena que um empregado mate o bebê. Dolores resgata a criança e foge.

Maria Helena volta para casa inconformada com o ato de Dolores. O tempo passa e ela é cortejada por Dom Jorge Luís Belmonte, uma das maiores fortunas de Havana. Porém, Jorge Luís rompe com Maria Helena quando ela lhe revela que é mãe solteira. Irado, Dom Rafael abandona a filha na porta de um convento. Já freira, Maria Helena nunca esqueceu o filho que lhe fora tomado dos braços no nascimento.

Dez anos se passam. Por uma coincidência, Jorge Luís se encontra com Albertinho, que lhe presta um favor. Nasce uma amizade e o rapaz o convida para sua casa. Convivendo com ele e Mamãe Dolores, Jorge Luís começa a desconfiar que ele é filho de Maria Helena. Sem revelar nada, Jorge Luís acompanha o crescimento e banca os estudos de Albertinho.

Anos depois, Dom Rafael sofre um acidente grave precisando de transfusão de sangue. Albertinho, já médico formado, ouve a notícia no rádio, se oferece como doador e salva a vida do homem, sem saber que ele é seu avô. Grato, Dom Rafael permite que Albertinho namore sua neta Isabel Cristina, sem desconfiar que ele é, na verdade, o neto que um dia renegou.

Tupi-SP / TV Rio – 21h30
de 7 de dezembro de 1964
a 13 de agosto de 1965
160 capítulos

novela de Talma de Oliveira e Teixeira Filho
baseada no original de Félix Caignet
direção de Lima Duarte, José Parisi e Henrique Martins

Novela posterior no horário
O Preço de uma Vida

NATHÁLIA TIMBERG – Maria Helena
AMILTON FERNANDES – Albertinho Limonta
ISAURA BRUNO – Mamãe Dolores
GUY LOUP – Isabel Cristina
JOSÉ PARISI – Dom Jorge Luís Belmonte
ELIZIO DE ALBUQUERQUE – Dom Rafael Zamora de Juncal
MARIA LUIZA CASTELLI – Conceição
ROLANDO BOLDRIN – Dom Ricardo de Monteverde
VININHA DE MORAES – Dorinha
HENRIQUE MARTINS – Dom Alfredo Vila Real Martins
LUIS GUSTAVO – Osvaldo
ADRIANA MARQUES – Rosário
CLENIRA MICHEL – Condessa Victória de Monteverde
MÍRIAM KEER – Graziela
VERA CAMPOS – Julinha Monteiro
MARCOS PLONKA – Dom Mariano
LÉO ROMANO – Ramon
JANE BATISTA – Dona Assunção
GENÉSIO CARVALHO – Fabiano
XISTO GUZZI – Dr. Ferrara
AÍDA MAR – madre
DALILA TOMAZ – criada
OSWALDO LOUREIRO
MEIRE NOGUEIRA

– núcleo de MARIA HELENA (Nathalia Timberg), jovem abandonada grávida pelo namorado. Irado, o pai a manda, juntamente com uma criada, para uma fazenda, onde terá a criança. Após o parto, ele ordena que matem o bebê, mas a criada resgata a criança e foge. Maria Helena tenta refazer sua vida e é abandonada pelos pretendentes que ficam sabendo que é mãe solteira. Ela então decide entrar para um convento e torna-se freira:
o pai DOM RAFAEL ZAMORA DE JUNCAL (Elízio de Albuquerque), austero defensor da moral e da família. Manda matar o neto bastardo sem piedade. Anos depois sofre um acidente de trem e é atendido às pressas por um jovem médico que salva sua vida. Agradecido, faz do jovem seu médico particular. O médico se interessa por sua neta e ele resolve investigar sua linhagem, descobrindo que a mãe adotiva do rapaz era sua antiga empregada. Tem um choque e um derrame depois de ouvir a história da mulher. Fica paralítico, sem falar e sem se mover
a mãe CONCEIÇÃO (Maria Luiza Castelli), esposa e mãe abnegada, sofre com as filhas e seus destinos, com o marido e sua prepotência
a irmã DORINHA (Vininha de Moraes), casou-se por imposição da família e tentou amar seu marido
o cunhado RICARDO DE MONTEVERDE (Rolando Boldrin), casou-se com Dorinha pensando em sua fortuna. Perdeu tudo que tinha e vive de favor na casa do sogro
a sobrinha ISABEL CRISTINA (Guy Loup), filha de Dorinha e Ricardo, jovem arrogante e feminista. Não sabe que o rapaz que ama -o médico do avô- é seu primo. Os pais proíbem o namoro por ele ser bastardo.

– núcleo de DOLORES LIMONTA (Isaura Bruno), antiga ama de Maria Helena, empregada na casa de Dom Rafael. Foge com o filho recém nascido de Maria Helena lhe dando seu sobrenome, e o cria com a ajuda de um benfeitor. Ao reencontrar Dom Rafael lhe diz tudo que ficou entalado há anos:
o filho de criação ALBERTINHO LIMONTA (Amilton Fernandes), que formou-se médico. Quando Dom Rafael sofre um acidente, ele o salva doando-lhe seu sangue, um tipo raro que só ele possui, sem desconfiar que ele é seu avô. Envolve-se com Isabel Cristina, por quem se apaixona. Ela, a princípio, o esnoba.

– núcleo de DOM JORGE LUÍS BELMONTE (José Parisi) rico herdeiro que apaixona-se por Maria Helena. Quando sabe de seu passado a abandona, mas se arrepende. Ao conhecer Albertinho e Dolores, torna-se o protetor do rapaz, pagando-lhe os estudos. Reencontra Maria Helena e volta a se apaixonar. Ela fica balançada e coloca em dúvida a sua vocação:
a tutora CONDESSA VICTÓRIA DE MONTEVERDE (Clenira Michel), nobre falida e esnobe que almeja o casamento da filha com ele. Tia de Ricardo, alia-se a ele para separar Maria Helena de Jorge Luís
a prima GRAZIELA (Míriam Keer), filha da Condessa, apaixonada por ele.

– núcleo de DOM ALFREDO VILA REAL MARTINS (Henrique Martins), foi um inconsequente na juventude, tendo engravidado Maria Helena e fugido da responsabilidade. No presente está doente, viúvo e com um filho problemático. Ao rever Maria Helena quer saber do paradeiro do filho:
o filho OSVALDO (Luis Gustavo), tão inconsequente quanto o pai fora um dia. Vive para bebidas e mulheres
a dançarina de cabaré ROSÁRIO (Adriana Marques), apaixonada por Osvaldo. Engravida e ele quer que tire a criança. Procura Albertinho para o aborto, ele lhe conta sua história convencendo-a ter o filho. Abandona Osvaldo que começa a modificar-se, principalmente ao descobrir que Albertinho é seu irmão.

Primeiro marco da teledramaturgia brasileira

Um grande sucesso popular, versão brasileira de um texto cubano que tornou-se o primeiro marco da teledramaturgia nacional. O original foi escrito por Félix Caignet, em 1946, para o rádio – tendo inclusive já sido adaptado para rádios brasileiras.

O Direito de Nascer é sempre lembrada por ter os ingredientes necessários para chegar às emoções do ser humano. Sua história, por incrível que pareça, não apresenta nenhum mistério que o telespectador só saberá ao final. Ao contrário, o público é quem sabe de tudo. Os personagens em cena se entrelaçam sem se conhecer suficientemente para admitir seus laços familiares. A expectativa se restringe em ver a reação de cada um ante novas revelações. Somada à boa história, veio a questão da maternidade fora do casamento e do aborto, temas considerados tabu na época.

Antes da apresentação na TV, O Direito de Nascer já havia sido sucesso no rádio. Em São Paulo, por meio da Rádio Tupi, em 1952, com Wálter Forster (Albertinho Limonta), Guiomar Gonçalves (Mamãe Dolores), Yara Lins (Maria Helena), Heitor de Andrade (Dom Rafael) e Norma Lopes (Isabel Cristina). (*)
No Rio de Janeiro, também na década de 1950, na Rádio Nacional, tendo a voz do protagonista Albertinho Limonta sido interpretada por Paulo Gracindo.

Rixa entre emissoras

Nos anos 1960, as transmissões não eram em rede nacional simultânea e a TV Tupi ainda não era uma cadeia de televisão. A Tupi de São Paulo era independente da Tupi do Rio de Janeiro e havia uma rixa entre as duas estações. Essa divergência gerou um fato curioso: O Direito de Nascer era produzida pela Tupi paulista e, como o diretor da Tupi do Rio não queria prestigiar programas realizados em São Paulo, a Tupi carioca se negou transmitir a novela. A atração foi então apresentada pela TV Rio, pela qual conquistou o maior sucesso e levou os índices de audiência da emissora às alturas.

Daniel Filho narrou em seu livro “O Circo Eletrônico”:
“Grande sucesso no rádio, a Tupi do Rio de Janeiro não aceitou colocar O Direito de Nascer no ar. Mas o Boni, pessoalmente, junto com o Wálter Clark, comprou os direitos da novela. Félix Caignet, o autor cubano, que vivia no México, quis receber o pagamento em dinheiro vivo. Dercy Gonçalves e David Raw foram os portadores dos dólares, que viajaram costurados no casaco de pele da Dercy, e trouxeram os textos originais. A TV Record de São Paulo não se interessou pelo Direito de Nascer, mas Cassiano Gabus Mendes, diretor da TV Tupi, aceitou produzir a novela para exibição em todo o Brasil, deixando a praça carioca para a TV Rio.”

Encerramento

Para comemorar o encerramento da novela, as emissoras promoveram festas de encontro do elenco com o público. Em São Paulo, a celebração foi um acontecimento marcante na noite de 13/08/1965 – dia do último capítulo (de acordo com os livros “Memória da Telenovela Brasileira” e “De Noite Tem… um Show de Teledramaturgia na TV Pioneira”).
O “Almanaque da TV” informa que a data foi 14/08/1965: “um dia depois dos paulistas assistirem ao capítulo final, o elenco desfilou, em um carro do Corpo de Bombeiros, do saguão dos Diários Associados (na Rua Sete de Abril), ruas centrais da cidade até o Ginásio do Ibirapuera, ovacionado pela multidão no percurso. No ginásio, houve um grande show ao vivo. Cera de 10 mil pessoas viram de perto seus ídolos. Foi encenado um capítulo adicional, mostrando como estariam os personagens dez anos depois. Houve animação de bandinhas colegiais, distribuição de fotografias dos atores e sorteios, com o apresentador Aírton Rodrigues. Alguns dos prêmios do público foram o xale de Mamãe Dolores e um beijo de Albertinho Limonta.”

No dia seguinte, a façanha foi repetida com maior repercussão no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O estádio superlotado dava uma mostra do poder das novelas sobre as massas. Em uma espécie de neurose coletiva, o povo gritava os nomes dos personagens e chorava por Mamãe Dolores, Maria Helena e Albertinho Limonta. Nesse tumulto, a atriz Guy Loup chegou a desmaiar ante a emoção. Na verdade, nenhum ator brasileiro, em qualquer época, tivera as honras de tanta ovação. (“Memória da Telenovela Brasileira”, Ismael Fernandes)
Também houve festa de encerramento da novela no Mineirão, em Belo Horizonte, onde uma tropa do exército teve que proteger o elenco do ataque de fãs histéricos. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

Elenco

Após a novela, a atriz Guy Loup, durante um tempo, assinou o nome de sua personagem em O Direito de Nascer: Isabel Cristina.

Cassiano Gabus Mendes lembrou do amigo e cunhado Luis Gustavo para viver o protagonista Albertinho Limonta. Porém, apesar de todos os indícios de que este seria um projeto de sucesso, o ator não quis atuar na produção e pediu para trocar de papel em outra novela, Teresa. Luis Gustavo narrou a Flávio Ricco e José Armando Vannucci para o livro “Biografia da Televisão Brasileira”:
“Eu achei que era mais uma novela mexicana, aquela ‘cucaracha’ da vida com mais de 200 capítulos, longa demais, e pedi para inverter com o Amilton Fernandes [de Teresa]. Um erro de minha parte, porque foi um grande sucesso.”
Amilton consagrou-se como Albertinho Limonta e Luis Gustavo, assim que terminou Teresa, entrou para O Direito de Nascer em outro papel, menor: Osvaldo, filho de Dom Alfredo (Henrique Martins).

O novelista Teixeira Filho só participou da feitura dos quinze primeiros capítulos da novela. Diante da insegurança política do Brasil na época, teve de se exilar na Argentina, onde passou um período de seis meses. (*)

Censura

O juiz Alberto Cavalcante de Gusmão, do Rio de Janeiro, determinou que a novela, então exibida às 21h30, deveria ir ao ar uma hora e meia mais tarde. O motivo: ainda que tivesse buscado o perdão em um convento, a irmã Helena (Nathalia Timberg) era solteira. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

Explosão de consumo

Foi nessa época que houve a primeira explosão de consumo motivada por um personagem de novela. Os vestidos de chita usados por Mamãe Dolores (Isaura Bruno) viraram uma febre entre as donas de casa, que procuravam o tecido nas lojas para confeccionarem seus próprios modelos.

Marchinha de carnaval

Embalado com a popularidade da novela, o cantor Blecaute gravou a marchinha “O Direito de Nascer”, sucesso no carnaval de 1965:

“Ai, Dom Rafael / eu vi ali na esquina / o Albertinho Limonta / beijando a Isabel Cristina / A Mamãe Dolores falou / Albertinho, não me faça sofrer / Dom Rafael vai dar a bronca / e vai ser contra O Direito de Nascer!” (*)

Outras versões

O Direito de Nascer teve dois remakes no Brasil: o primeiro foi produzido pela própria TV Tupi, em 1978, com Eva Wilma e Carlos Augusto Strazzer vivendo Maria Helena e Albertinho Limonta.

O segundo foi gravado em 1997 e exibido em 2001, pelo SBT, com Guilhermina Guinle e Jorge Pontual como protagonistas.

Em 1983, o SBT já havia apresentado uma versão latina da história, produzida pela mexicana Televisa, com a estrela Verónica Castro no papel de Maria Helena.

(*) “De Noite Tem… Um Show de Teledramaturgia na TV Pioneira”, Mauro Gianfrancesco e Eurico Neiva.

Salathiel Coelho apresenta temas de novelas

01. PEQUENO CONCERTO QUE FICOU CANÇÃO – Geraldo Vandré (O Sorriso de Helena)
02. TEMA DE HELENA (A SONÂMBULA) – Bellini (O Sorriso de Helena)
03. TEMA DE TEREZA (MARCHA NUPCIAL) – Geraldo Vandré (Teresa)
04. TEMA DO PROFESSOR (SUMMER LOVE) (Teresa)
05. TEMA DE AURORA E MÁRIO (THE END OF THE WORLD) (Teresa)
06. TEMA DE ALBERTINHO (AMOR ETERNO) (O Direito de Nascer)
07. TEMA D AMOR (ETERNA SAUDADE) – Dilermando Reis (Se o Mar Contasse)
08. SE PIANGI, SE RIDI (O Cara Suja)
09. TEMA DE AMOR (O Cara Suja)
10. TEMA DE AMOR (THE WAR LOVER) (Quando o Amor é Mais Forte)
11. TEMA DE AMOR (ROMANCE DE AMOR) (Alma Cigana)

Em 1965, o sonoplasta da Tupi gravou o disco Salathiel Coelho apresenta temas de novelas com músicas de Alma Cigana, Se o Mar Contasse, Quando o Amor é Mais Forte, O Sorriso de Helena, O Direito de Nascer, Teresa e O Cara Suja.

Temas de novelas volumes I e II
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AMOR ETERNO
MAMÃE DOLORES

Os compactos reúnem também temas das novelas O Cara Suja, A Outra e A Cor da Sua Pele.

Trilha sonora: Mamãe Dolores, por Léo Romano
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01. MAMÃE DOLORES (declamação de Amilton Fernandes)
02. VEM

Em 1967, a gravadora Arlequim lançou o LP com a coletânea Os mais famosos temas de telenovelas, com temas de novelas das TVs Tupi e Excelsior.

01. AMOR ETERNO (A. Borges-E. Borges), de O Direito de Nascer
02. BIONDINA (Uccio Gaeta), de O Cara Suja
03. FANNY (Harold Rome), de A Moça que Veio de Longe
04. ROMANCE DE AMOR (Antônio Rovira-João Portaro), de O Jardineiro
Espanhol

05. TEMA DE THULA (Erlon Chaves-Geraldo Vandré), de O Preço de uma
Vida

06. SI PIANGI, SE RIDI (Satti, Marchetti, Mogol), de O Cara Suja
07. O PREÇO DE UMA VIDA (Erlon Chaves), de O Preço de uma Vida
08. MAMÃE DOLORES (Leo Romano-Jeny do Espírito Santo), de O Direito
de Nascer

09. ADDIO AMORE (Devilli-Nascimbene), de A Outra Face de Anita
10. MOSCOU CONTRA 007 (Lionel Bart), de O Céu é de Todos
11. MELODIA FATAL (Edson Borges-Robledo), de Melodia Fatal
12. SUMMER LOVE (Berle-Arnold-Victor Young), de Teresa

Tema de abertura: AMOR ETERNO – Morgana

Amor eterno amor
É o direito de viver
Amor eterno amor
Direito de nascer
De amor meus sonhos fiz
Pra ser feliz, quanto sofri
É sempre o amor mais forte
Mais forte do que a morte
Viver, crescer, vencer
Direito de nascer

Amor eterno amor
Cheio de paz
Todo de Deus
Amor eterno amor
Razão dos dias meus
Se a fé que trago em mim
Me faz assim
Não vou mudar
É sempre o amor mais forte
Mais forte do que a morte
Viver, crescer, vencer
Direito de nascer…

Veja também

  • carasuja

O Cara Suja

  • acordasuapele_foto

A Cor da Sua Pele