Os Tigres

Modernismo

A trama narrava as aventuras de três detetives amadores e seus contatos com policiais.

A ideia era contar uma história por mês. Todavia, as modernidades que a série apresentava – estilo cinematográfico, mais externa que estúdio, e uma maneira dinâmica de apresentar a ação – não contou com o agrado do público.

A TV Excelsior, na época vivendo o maior laboratório de novelas da televisão brasileira, dava mais um passo à frente. Porém, assim como a novela Ninguém Crê em Mim (de 1966), era cedo demais para o modernismo em televisão.

Apenas a primeira história foi ao ar: “O Rapto da Boneca“.

Dificuldades

À época do lançamento, o diretor Carlos Zara declarou à revista Intervalo (em sua edição de nº 272): “A diferença entre eles e a telenovela é a linguagem. Os diálogos são rápidos e sem repetição de situações dramáticas. Outro fator importante: cada história tem 22 capítulos – um mês de programação. A temática é sempre policial, sem violência, com bastante sofisticação, porém o objetivo é o constante suspense.”

Ante as dificuldades enfrentadas pelo formato, ao final da experiência o mesmo Zara disse, conforme matéria da mesma Intervalo (nº 280): “Para conseguir que me deixassem tentar, já tive que lutar contra várias dificuldades. Nossos homens de mando na TV estão acostumados com o tradicional, seja em novela, musical ou humorismo. Não queriam aceitar a ideia de um seriado com um mês fixo de duração por história. Consegui convencê-los. Mas a alegria durou pouco. Logo na primeira história quiseram que estourasse em audiência. Como isto não aconteceu, tiraram o programa do ar. Mas ninguém lembrou que antes o horário era ocupado por uma novela adaptada de Érico Veríssimo, O Tempo e o Vento, sem jamais alcançar índices melhores do que os de Os Tigres.”