Sinopse

A sirene da ambulância anuncia mais um dia de desafios para a equipe médica de um hospital público do Rio de Janeiro. Entre um paciente e outro, eles tentam superar os obstáculos constantes do ambiente caótico de uma emergência do subúrbio carioca e ultrapassam todos os limites para manter os pacientes vivos em um hospital onde tudo falta. À flor da pele estão as próprias angústias e os dramas pessoais daqueles que chegam em busca de ajuda. O desejo de salvar vidas é o que move os profissionais de saúde. Em meio à batalha diária, duas vidas atormentadas por fantasmas do passado encontram, uma na outra, a cura para suas almas doentes.

De um lado, o cético Dr. Evandro (Julio Andrade), cirurgião-chefe da equipe médica, um profissional de talento incomparável, viciado no trabalho e em remédios. Deprimido, ele ainda não superou a perda da esposa que morreu no seu turno, em uma cirurgia de emergência. Do outro lado, a religiosa e eficiente Drª Carolina (Marjorie Estiano), cirurgiã vascular que busca na fé o antídoto contra toda miséria que enfrenta no dia a dia. Ela, que acredita na bondade e na solidariedade humana, carrega feridas que nunca cicatrizam. São marcas que ela mesma faz no corpo e que a lembram diariamente dos traumas que a acompanham desde a infância.

Ao lado da dupla de médicos, outros profissionais se juntam no desafio pesado do cotidiano da equipe. Décio (Bruno Garcia), o clínico-geral, é comprometido com seu trabalho, mas revela pouco sobre si. Diferente dele, o anestesista Amir (Orã Figueiredo) não consegue esconder o romance duplo em que se meteu. Charles (Pablo Sanábio) é o médico residente da equipe, Rafael (Tatsu Carvalho), o neurocirurgião, Jaqueline (Heloisa Jorge), a enfermeira, e Kelly (Talita Castro), a técnica de enfermagem. Juntos, são responsáveis pela ordem do lugar e a segurança de todos.

A administração do local e a coordenação desses profissionais que vivem sob pressão não são fáceis. Samuel (Stepan Necerssian), o diretor do hospital, precisa “dançar conforme a música”. Há quem diga que ele é conivente com a corrupção, mas seu principal desafio é garantir o material e a infraestrutura necessária para manter o funcionamento da unidade, custe o que custar. Apesar de sua desenvoltura nas negociações e das limitações que ele precisa superar, nem sempre consegue fornecer o suficiente para a sobrevivência dos doentes e a sanidade da sua equipe.

Globo – 22h30
1ª temporada: de 25 de julho a 19 de setembro de 2017, 9 episódios
2ª temporada: de 8 de outubro a 18 de dezembro de 2018, 11 episódios
3ª temporada: de 2 de maio a 25 de julho de 2019, 14 episódios

criação de Luiz Noronha, Cláudio Torres e Renato Fagundes a partir da ideia original de Mini Kerti
inspirada no livro “Sob Pressão – A rotina de guerra de um médico brasileiro”, de Márcio Maranhão
redação final de Jorge Furtado
escrita com Lucas Paraizo, Antônio Prata, Marcio Alemão e André Sirangelo
consultoria médica de Márcio Maranhão
direção de Mini Kerti e Andrucha Waddington
direção geral de Andrucha Waddington
coprodução Conspiração Filmes

JÚLIO ANDRADE – Evandro
MARJORIE ESTIANO – Carolina
BRUNO GARCIA – Décio
PABLO SANÁBIO – Charles
JOSIE ANTELO – Rosa
TALITA CASTRO – Kelly (1ª temporada)
STEPAN NERCESSIAN – Samuel (1ª e 2ª temporadas)
ORÃ FIGUEIREDO – Amir (1ª e 2ª temporadas)
TATSU CARVALHO – Rafael (1ª e 2ª temporadas)
HELOÍSA JORGE – Jaqueline (1ª e 2ª temporadas)
ALEXANDRE DAVID – Cabo Santos (1ª e 2ª temporadas)
FERNANDA TORRES – Renata (2ª temporada)
MARCELO SERRADO – Roberto (2ª temporada)
HUMBERTO CARRÃO – Henrique (2ª temporada)
JÚLIA SHIMURA – Keiko (2ª temporada)
DRICA MORAES – Vera (3ª temporada)
MARCELO BATISTA – Gustavo (3ª temporada)
JANA GUINOND – Simone (3ª temporada)
DAVID JÚNIOR – Mauro (edição Plantão Covid)
ROBERTA RODRIGUES – Marisa (edição Plantão Covid)

e
ALEXANDRE LINO – pastor
ALÉXIA GARCIA – mãe de Ednaldo
AMIR HADDAD – Seu Benedito
ANA CLÁUDIA CAVALCANTI – Diana (toxicômana, sua irmã morreu no hospital, Evandro a leva para o Narcóticos Anônimos)
ANALU PRESTES – Valéria (mãe de Décio)
ANA PAULA BOUZAS – Lídia Gonçalves
ÂNGELA LEAL – Dona Noêmia
ÂNGELA RABELO – Dona Dercília (paciente)
ANNA COTRIN – Iara
ANTÔNIO CARLOS – Wesley
ANTÔNIO GONZALEZ – Oswaldo
ANTÔNIO PITANGA – Fernão Dutra (noivo de Dona Leda)
BERNARDO MARINHO – parceiro de drogas de Geise
BETINA DRUCK – Laís
BINTU BAH – Keicha
BRENDA LÍGIA – Anita Maiabá
BRENO DI FELIPPO – Ramiro
BRUNA GRIPHÃO – Michele
BRUNO MELLO – Dr. Murilo
CABELO – Elton (paciente, filho de pais evangélicos que precisa de uma transfusão)
CADU FÁVERO – genro de Olívio
CAIO DE MENDONÇA – Nico
CAMILA AMADO – Dona Lúcia
CAMILLE DI PAULA – Maria Inês (paciente que descobriu no hospital que estava em gravidez avançada)
CARLA RIBAS – Dona Eugênia
CARLOS VEREZA – Coronel Botelho (pai do Capitão Botelho)
CAROLINA PISMEL – mãe de Laís
CÁSSIO PANDOLFI – Olívio
CAUÃ ANTUNES – Jonathan (paciente, menino que Carolina pensa que o pai o agredia)
CÉSAR FERRARIO – Aristeu (miliciano que comanda uma favela)
CHARLES FRICKS – Jorge
CHICO MELO – bandido, agressor do José Luiz, o pai de Carolina
CHICO PELÚCIO – Alexandre (pai de Anderson/Jamile))
CINDY DUARTE – agente Lúcia
CÍNTIA ROSA – Marta (mãe de Maria Inês)
CLARISSA PINHEIRO – Talita
CRIDEMAR AQUINO – Paulo (paramédico)
CRISTIANA BRASIL – do Doutores da Alegria
CRISTIANE AMORIM – Faustina
CRISTINA LAGO – Priscila de Jesus
DANI BARROS – Janete (do Doutores da Alegria)
DANIEL BOUZAS – Miltinho
DANIEL CARNEIRO – Danilo
DANILO MAIA – Diego
DANI ORNELLAS – Daisy (mulher de Gelson, que estava com a amante quando o prédio desabou)
DHONATA AUGUSTO – Bredi Pite
DIGÃO RIBEIRO – Vilson (comparsa do miliciano Aristeu)
DRICA MORAES – Vera
EDI RAFFA – perito
EDUARDO SPERONI – Edu
ELEN CUNHA – Ivana
ELISA PINHEIRO – Mara
ELTON PINHEIRO – Joel
ELY MIRANDA – socorrista
EMILIANO QUEIROZ – Seu Rivaldo (paciente que “mora” no hospital, sobre uma maca, no corredor)
FABIANO PERSI – assaltante do ônibus que capota
FÁBIO AUDI – Cadu Gerchman
FÁBIO DE LUCA – Nilson
FELIPE DE CAROLIS – Dadi
FELIPE MENDES – Jorginho
FERNANDA BOTELHO – Rita
FERNANDO EIRAS – Nelson Sedotti
FLORA DIEGUES – Ana
FRANCISCO ROCHA (edição Plantão Covid)
FRANCISCO TORRES – Ubiratan
GABRIELLE JOIE – Jamile / Anderson dos Santos (paciente transexual)
GABRIEL STAUFFER – Gustavo (acompanhante de uma paciente, drogado)
GERSON LOBO
GIULIA GATTI – Kelly
GUGA SABATIÊ – Niko
HENRIQUE MANOEL PINHO – paciente
HERVAL DUTRA – Seu Ademir
HESLAINE VIEIRA (edição Plantão Covid)
HUGO GERMANDO – Evanildo
INÊS PEIXOTO – Cilene (mãe de Anderson/Jamile)
ISAAC PIRES – Ian
ISABEL VILAÇA – Júlia
ISABEL ZUAA – Brenda
ÍSIO GHELMAN – Pedro
IVONE HOFFMANN – Verônica Souza
JACK BERRAQUERO – Pimba
JACKSON ANTUNES – Tigre de Cascadura
JANA GUINON – Simone
JITMAN VIBRANOVSKI – Custódio
JOANA FOMM – Madre Superiora Graça (reitora do hospital)
JOÃO GABRIEL D´ALELUIA – Francisco
JONATHAS MAIMONE – Sérgio
JORGE LUCAS – Nelson
JOSÉ DUMONT – Valdo Cruz
JOSIANNI ALCIATI – Dona Vilma
JÚLIA GORMAN – Marisa
JÚLIO FREIRE – Gelson (morador do prédio que desabou)
JÚLIO LEVY – Braga (representante comercial de materiais)
KADU GARCIA – Robson (do Doutores da Alegria)
KAREN JÚLIA – Leila (amante de Gelson, estava com ele quando o prédio desabou)
KARINA MELLO – Marta
KELZY ECARD (edição Plantão Covid)
KIKA FARIAS – Sandra Cruz
KIKO MASCARENHAS – Dr. Armando
LAILA GARIN – Beth
LÉA GARCIA – Dona Leda (paciente que estava indo se casar)
LEONARDO FRANCO – Sérgio Menezes (político mancomunado com Roberto)
LETÍCIA ISNARD – Violeta (uma das duas noivas de Amir)
LORENZO LOURENÇO – Éverton
LOURINELSON VLADMIR – comanda as reuniões de Narcóticos Anônimos que Evandro passa a frequentar
LUCAS FELIPE – Ronaldo
LUCIANO VIDIGAL – Barão (vendedor do carrinho de lanches)
LUELLEM DE CASTRO (edição Plantão Covid)
LUÍS MELLO – José Luiz (pai de Carolina)
LUIZ BERTAZZO – pai do Jonathan, acusado injustamente por Carolina de agressão contra o filho
MARCELLO MELO JR. (edição Plantão Covid)
MARCELO BATISTA – Gustavo
MARCELO GONÇALVES – Chico (Francisco de Assis)
MARCELO MENEZES – Jorjão
MÁRCIO MARANHÃO – Dr. Manfredini
MARCOS CARUSO (edição Plantão Covid)
MARIA GAL – Léa
MARLON QUEIROZ – Ednaldo
MARY SHEILA – Rita
MATHEUS NACHTERGAELE – Romero
MONARCO – Antenor
NATÁLIA LAGE – Madalena (falecida mulher de Evandro)
NICA BONFIM – Dona Mirtes (passageira do ônibus que capota)
NINA MORENA – Ana (filha de Samuel)
OLÍVIA TORRES – Roberta
PAULA ALEXANDER – Luana
PAULO MIKLOS – Valter
PEDRO FARAH – Seu Valdir (paciente tuberculoso)
PEDRO GRACINDO – Mariano
PEDRO LAMIN – Téo
PEDRO WAGNER – Hamilton (pai evangélico que quer proibir a transfusão de sangue no filho)
PERFEITO FORTUNA – Seu João (interno com câncer terminal, prontifica-se a fazer pequenos reparos no hospital)
PRISCILA STEINMAN – Luiza (filha de Virgílio, o paciente obeso)
PRICILLA PATROCÍNIO – Elaine
RAFAEL LOSSO – Maicon
RAGI ABIB – delegado
RAPHAEL TEIXEIRA – José
RAQUEL ROCHA – Jade (namorada de Clemente, o paciente cego)
REGINA SAMPAIO – Celina Rinaldi (irmã de Letícia)
RENATA GASPAR – Liliana (uma das duas noivas de Amir)
REYNALDO MACHADO – paciente
RICARDO KOSOVSKI – Pedro Paulo Gerchman
ROBERTA GUALDA – Vanessa (mãe evangélica que quer proibir a transfusão de sangue no filho)
ROBERTA SANTIAGO – Geise (drogada, mãe do bebê que nasce no hospital)
ROBERTO FROTA – Arruda (político que quer levar melhorias ao hospital em época de eleições)
RODRIGO DOS SANTOS – Sargento Marcos
RODRIGO FERRARINI – paciente
RÔMULO MEDEIROS – juiz de paz
RONEY VILELA – Clemente (paciente cego)
SABRINA ROSA – namorada de Barão
SAMUEL TOLEDO – Marcos de Souza Silva
SANDRO BARROS – traficante
SELMA LOPES – Dona Teresinha (paciente que chama pelo seu filho e ele é um cachorro)
SÉRGIO MALHEIROS – atendente da pizzaria
SORAYA RAVENLE – Sílvia Sedotti
SUZANA FAINI – Letícia Rinaldi (paciente com Alzheimer)
TATIANA JUNOT
THAINÁ GALLO – Leila Matos Ferreira
THALES COUTINHO – Nivaldo
THELMO FERNANDES – Capitão Botelho
THERLA DUARTE – Cabo Cindy
VINÍCIUS DE OLIVEIRA – namorado de Elaine
XANDE VALOIS – filho do Tigre de Cascadura
XANDO GRAÇA – Virgílio (paciente obeso)
YAN FONSECA – irmão de Bredi Pite
ZEZEH BARBOSA – Dona Ivone (mãe de Barão)
ZEZÉ MOTTA – Dona Apolônia (paciente com uma bala no coração)

MacGyver médico

A princípio, Sob Pressão foi apelidada de “MacGyver médico”, por causa dos médicos que se valiam dos recursos mais esdrúxulos para garantir a vida de seus pacientes. MacGyver era o protagonista da série americana Profissão Perigo (exibida no Brasil entre os anos 1980 e início dos 1990), um agente secreto que escapava de ciladas usando materiais simples (como clipes, cotonete, tampa de caneta) e conhecimentos de química e física.

Sob Pressão teve o apelo das grandes séries estrangeiras somado à algo que o público brasileiro conseguia identificar. Não se tratava de uma produção feita para agradar os gringos ou que copiava um modelo de fora. Foi um produto que dialogou com uma realidade que conhecemos, com a qual temos maior ou menor familiaridade.

Sob Pressão foi eleita pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) a melhor série de TV em 2017. Júlio Andrade levou o prêmio de melhor ator, por sua atuação como o Dr. Evandro.
Na edição 2018 do prêmio, foi a vez de Marjorie Estiano levar o troféu de melhor atriz, pela segunda temporada da série.
A terceira temporada, em 2019, rendeu a Andrucha Waddington e sua equipe o prêmio de melhor direção.

Antecedentes

Sob Pressão nasceu na produtora Conspiração. Inicialmente, foi um projeto de série, que nunca saiu da gaveta. Em 2016, virou um filme, dirigido por Andrucha Waddington com roteiro de Leandro Assis, Renato Fagundes, Cláudio Torres e Luiz Noronha.

Guel Arraes, diretor responsável pelas séries da TV Globo, enxergou no longa-metragem potencial para virar uma série e convocou Jorge Furtado para desenvolver o projeto. A direção ficou a cargo do próprio Andrucha e de Mini Kerti, também da Conspiração. O roteiro de Furtado, que não tem relação com o projeto original da produtora, foi escrito em parceria com Antônio Prata, Lucas Paraizo, Márcio Alemão e André Sirangelo.

Dos personagens originais do filme, permaneceram na série apenas os médicos interpretados por Júlio Andrade, Marjorie Estiano e Stepan Nercessian. A Globo exibiu o filme em 25/07/2017, na Tela Quente, duas semanas antes da estreia da primeira temporada.

Laboratório

Além da consultoria de Márcio Maranhão (autor do livro que originou o projeto inicial) e de outros seis médicos, todos os roteiristas fizeram “laboratório” em hospitais públicos no Rio de Janeiro e em Niterói, onde testemunharam situações de emergência, atos de heroísmo e constataram a precariedade do sistema. Esses casos inspiraram os episódios.

A participação de Márcio e sua equipe nas gravações garantiu que a parte técnica da Medicina caminhasse ao lado da dramaturgia. O médico auxiliou elenco, direção e produção no manuseio dos instrumentos e na supervisão dos procedimentos, trabalhando em parceria com a direção. Márcio fez ainda uma participação especial em Sob Pressão.

Casos reais

“Uma característica muito forte da série é o drama dos pacientes. No hospital, todos os dias chegam ambulâncias de onde saem histórias de vida. A vida pessoal desses pacientes, misturada às questões particulares dos médicos e o envolvimento deles com os doentes é o que constrói o drama da série”, afirmou Jorge Furtado.

Sobre o trabalho de pesquisa, Furtado completou:
“Todas as histórias dos pacientes que estão na série vieram de casos reais. Surgiram de conversas com Márcio Maranhão, de muita leitura e de visitas a hospitais para fazer laboratório e levantar informações. A história mais incrível que descobrimos foi a de uma mulher com uma bala de fuzil no coração. O mais interessante foi quando perguntamos para os médicos como essa mulher sobreviveu. A resposta: ‘Não fazemos a menor ideia.’ Para criar essas histórias, visitamos muitos hospitais e esse laboratório nos inspirou bastante. Havia dias em que saíamos com mais de dez histórias para a série. O que mais visitamos foi o Hospital da Posse, em Nova Iguaçu. Fomos também ao Alberto Torres, em São Gonçalo, que é uma referência.”

Na segunda temporada, o roteiro escancarou a corrupção presente na saúde pública, por meio de negociatas e interesses pessoais e financeiros que passam por cima de vidas humanas sem a menor cerimônia. Neste cenário, destacou-se Renata (Fernanda Torres como nunca vista na televisão), que substituiu o bom e velho Dr. Samuel (Stepan Nercessian) na diretoria do hospital.

Utilidade pública

Na opinião dos realizadores, os casos inspirados em fatos reais abordados na trama também desempenharam papel de utilidade pública.
“Fizemos uma coletânea de histórias que se passam na rotina dos hospitais públicos e cujo debate pela sociedade é de extrema importância. Falamos de abuso, suicídio, Aids, destrato, descaso, negligência, entre outros temas. (…) Tivemos o cuidado de não fazer uma série panfletária nem de denúncia. É uma constatação de realidade.”, disse Andrucha Waddington.

“Ser médico é um grande privilégio. No Brasil, este privilégio é ainda maior. O médico é um agente transformador da sociedade. Ele tem a capacidade e a responsabilidade de interferir positivamente na vida das pessoas. Educa, previne, cuida, trata, orienta e acolhe. São ações comuns à profissão médica e ao exercício da cidadania”, exaltou Márcio Maranhão.

Plantão Covid

Antes da quarta temporada, a Globo levou ao ar uma edição especial de Sob Pressão, chamada Plantão Covid, em dois episódios exibidos nos dias 6 e 13/10/2020, com abordagem exclusiva à pandemia de Covid-19. Tendo a visão da equipe médica sobre a doença, a edição foi idealizada como uma homenagem a todos que atuam na linha de frente.

“A gente tinha pensado em colocar a pandemia nos três primeiros episódios da quarta temporada”, revelou o diretor Andrucha Waddington. “Nesse meio tempo, pensando em como voltar a trabalhar, surgiu a ideia de fazer algo rápido em cima do que está acontecendo no momento. Foi daí que surgiu a edição especial, dois episódios de 40 minutos. Uma história com início, meio e fim”, explicou.

Para o programa, foi feito um recorte dos meses de abril e maio de 2020, o segundo e terceiro mês da pandemia no Brasil. As gravações foram realizadas durante o mês de agosto e mais de 90% das cenas aconteceram em um hospital de campanha cenográfico, especialmente montado nos Estúdios Globo. Como a história se passava quase que integralmente dentro desse hospital, para cuidar de infectados, o elenco gravou muitas cenas usando os equipamentos de seguranças necessários aos profissionais de saúde como figurino.

O elenco fixo teve o reforço dos atores David Júnior e Roberta Rodrigues. Ruy Guerra e Gilberto Gil compuseram uma canção especialmente para a edição, gravada por Gil e Chico Buarque.

Locações e cenografia

Um cenário real foi a locação escolhida para retratar o sistema de saúde público do Rio de Janeiro em Sob Pressão. Uma parte desativada do Hospital Nossa Senhora das Dores, em Cascadura, no Rio de Janeiro, foi usada para a gravação das cenas tanto do filme quanto da série. Diferentemente do longa, que teve todas as cenas rodadas no local, 75% das cenas da série foram realizadas lá. O restante se dividiu em outras locações externas, onde se passavam as situações da vida pessoal da equipe médica.

“Estávamos procurando locações para o longa e, quando chegamos lá, decidimos em 10 minutos. O lugar era incrível para o que precisávamos”, revelou o diretor de arte Rafael Targat.
Para ele, uma das facilidades do set principal era poder manter a organização cenográfica, além de alguns detalhes de arquitetura e a conexão natural entre os ambientes, que têm certa proximidade.
“Como o Andrucha gosta de gravar em plano sequência, era importante ter essa conexão fácil entre os ambientes”, explicou.

A produção de arte foi o maior desafio da equipe liderada por Targat e merece destaque, já que o material hospitalar é muito específico.
“Contratamos dois instrumentadores para conseguir levantar esse material todo. Além disso, ainda precisamos produzir adereços de alguns equipamentos que não conseguimos alugar, como o aparelho de encefalograma, que faz uma radiografia do crânio, por exemplo”, destacou.

Figurinos e caracterizações

Em paralelo ao trabalho de arte, para traduzir a personalidade dos profissionais que integraram o ambiente caótico da emergência de Sob Pressão, a equipe de figurinistas criou um guarda-roupa simples, de segunda mão, com cores esmaecidas, lavadas e discretas.
“Quando não foi possível ter as roupas usadas, mandei envelhecer, tingindo e lixando. Não queria que nada parecesse novo”, revelou o figurinista Marcelo Pies.

A simplicidade se manteve ainda na caracterização dos personagens. “Todos têm uma aparência bem natural, alguns bem cansados, principalmente os médicos. As mulheres nunca aparecem com maquiagem”, contou Mariah Freitas, caracterizadora.

Dentre os desafios da caracterização estavam as feridas dos pacientes e as marcas pelo corpo da médica Carolina, (Marjorie Estiano). “Levávamos em média 50 minutos para fazer, pois a personagem tem mais ou menos 35 pequenos queloides”, enumerou Mariah.

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