Sinopse

Cansada da vida difícil em uma carvoaria no interior de Minas Gerais, e após a morte trágica de seu irmão, a pequena Conceição (Débora Letícia Nascimento) foge de casa levando uma foto do Pão de Açúcar encontrada em um recorte de revista velha e uma pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida. A menina embarca em um trem com destino à Central do Brasil, no Rio de Janeiro, deixando para trás os pais e sua única amiga, a égua Rapunzel.

Ao chegar na cidade grande, a garotinha acaba se metendo em uma grande confusão. Ela é presa no lugar de um grupo de meninos de rua que assalta um casal de turistas e fogem. A jovem acaba sendo levada para a delegacia e, depois, para uma instituição de menores. Lá, Conceição se defende de uma das internas e encontra uma maneira de fugir do lugar. Na fuga, é quase atropelada por Sylvia (Bruna Miglioranza), que acaba a levando para sua casa.

É em Madureira, no subúrbio carioca, que Conceição se torna Miss Subúrbio (Érika Januza), expoente do funk e rainha de bateria de uma grande escola de samba. Porém, ela não perdeu seus valores, como a crença na honestidade, a fé em Nossa Senhora Aparecida e o desejo de casar virgem. Apaixona-se por Cleyton (Fabrício Boliveira), um rapaz trabalhador, estudioso, que acaba se envolvendo com a criminalidade.

Cleyton cresceu no morro, revoltado por ter sido abandonado pelo pai ainda na barriga da mãe e pela morte prematura do irmão, assassinado por traficantes durante uma troca de tiros. Assim como ele, o irmão era bom e puro, nunca roubara ou traficara, apesar do fim trágico. Na fronteira entre o bem e o mal, Cleyton reprime o desejo de fazer vingança pelas próprias mãos. Apaixona-se por Conceição, mas continua dilacerado pelas dúvidas.

Globo – 23h30
de 1º de novembro a 20 de dezembro de 2012
8 episódios

de Luiz Fernando Carvalho
escrita por Luiz Fernando Carvalho e Paulo Lins
direção geral Luiz Fernando Carvalho

ÉRIKA JANUZA – Conceição
FABRÍCIO BOLIVEIRA – Cleyton
HAROLDO COSTA – Seu Aloysio
DANI ORNELLAS – Vera
CRIDEMAR AQUINO – Moacyr
ANA KARINY – Bete
TATIANA TIBÚRCIO – Amelinha
PAULO VERLINGS – Lila
ALICE COELHO – Maria Rosa
ARTHUR BISPO – Lorival
MARIA SALVADORA – Margarida
ANA PÉROLA – Jéssica
FLÁVIO ROCHA – Tutuca
PAULO TIEFENTHALER – Costa
LECÃO MAGALONA – Lulu
WALLACE ROCHA – Dudu
NIELLY – Tião da Kombi
GUTI FRAGA – Éder
PABLO MORAES – Bacana
BRUNA MIGLIORANZA – Sylvia
ALEX TEIX – Cássio
JULIANA LOUISE – Andreisse
GABRIEL LIMA – Leandro
ALEX BRASIL – Renan
ALICE MORENA – Débora
DARIO CHAGAS – Jarbinha
JENNIFER LOIOLA – Vilma
KENYA COSTA – Dona Doca
RAMON FRANCISCO – Chico

e
ALEX CEZARIO – amigo do Cleyton
ANDRÉ DREAD – amigo do Cleyton
BÁRBARA BATISTA – amiga de Jéssica
BRISA RAMOS – amiga de Jéssica
CÁSSIO ARBUES – amigo do Cleyton
DADÁ COELHO – professora de Cleyton
DÉBORA LETÍCIA NASCIMENTO – Conceição (criança)
JÉSSIOCA GALANTE – amiga de Jéssica
JULIANA CASTRO – amiga de Jéssica
LUIZ MANOEL DE SOUZA – pai de Conceição
RENATA TAVARES – amiga do Cleyton
ROSA MARYA COLIN – mãe de Bia
SERAFINA TEREZINHA – mãe de Conceição
VANESSA CORREA – amiga do Cleyton

Zona Norte do Rio

A série foi escrita por Luiz Fernando Carvalho em parceria com Paulo Lins, autor do filme Cidade de Deus (2002), e narrava uma história de amor e drama social, cuja ação principal se passava no seio de uma família da Zona Norte do Rio de Janeiro, em meados dos anos 1990.

Com Subúrbia, o diretor Luiz Fernando Carvalho retratou a realidade a partir de um olhar documental, mais próximo do real. Seu foco estava na rede de afetos que move a vida e também no retrato da Zona Norte com as diversas facetas que a compõem, sugerindo reflexões sobre a representação dos negros na produção cultural e na dramaturgia, e apontando seu olhar para a importância do espaço das periferias na sociedade brasileira.

Paulo Lins afirmou em entrevista na época do lançamento de Subúrbia:
“O seriado mostra uma busca de melhor condição de vida através do trabalho, da cultura, da religião e de uma rede de solidariedade que existe entre os pobres. Antes de tudo, é uma reflexão social.”

Elenco

Conhecido por seu estilo único de trabalhar, Luiz Fernando Carvalho foi atrás de pessoas cujas trajetórias de vida se aproximassem do universo dos personagens de Subúrbia. Artistas negros e mulatos – não necessariamente atores, e em sua maioria desconhecidos da mídia – foram escalados em testes de seleção realizados em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, envolvendo mais de dois mil candidatos.

Desde a protagonista Conceição – interpretada pela mineira Érika Januza, funcionária administrativa de uma escola que nunca havia trabalhado como atriz – até sua rival Jéssica – vivida pela ex-gari e passista de escolas de samba cariocas, Ana Pérola -, a escolha dos atores foi uma obra à parte na construção da série.

Em uma grande ação com o Museu da Pessoa – que registra histórias de indivíduos para transformá-las em fontes de conhecimento – o elenco gravou depoimentos em vídeos, contando um pouco de suas vidas. Ana Pérola falou do dia a dia como gari e da experiência emocionante de participar de um seriado de televisão:
“Eu estava varrendo rua quando um ‘olheiro’ pediu para tirar uma foto minha. Eu nem acreditei. Quando me chamaram para fazer os testes, junto com um monte de mulher bonita, não acreditei de novo que eu fosse conseguir. Mas aí bateram o martelo e me escolheram (…)”.

Wallace Rocha, então percussionista da banda AfroReggae, que e em Subúrbia interpretou Dudu, um cantor de funk, narrou para o museu:
“Relembrei muitas coisas da minha infância em Vigário Geral. (…) A experiência de participar da série é inédita na minha vida. Não sou ator, mas encarei o desafio, porque Deus capacita. Subúrbia mostra os bailes funk dos anos 90, quando eu ainda era criança, e foi muito legal ‘viver’ aquela época”, ressaltou.

O elenco trouxe, ainda, artistas de grupos que atuavam como agentes de inclusão e transformação social. Atores já com uma consolidada trajetória nos palcos, ou jovens estreantes na dramaturgia, eles trabalhavam em projetos e grupos teatrais focados na disseminação da cultura em geral e afro-brasileira, entre outros projetos. Grupos como Nós do Morro, AfroReggae, companhias teatrais como Companhia dos Comuns, Tá na Rua, Teatro Independente, Mulher de Palavra e projetos como Negro Olhar (Ciclo de Leitura Dramatizada com Autores e Artistas Negros), marcaram presença.

Apesar de o elenco ser constituído por um número significativo de novatos ou desconhecidos na TV, Subúrbia também contou com atores veteranos, de marcada contribuição cultural no cenário artístico brasileiro. Como o produtor, escritor e comentarista de carnaval Haroldo Costa, cuja trajetória começou no Teatro Experimental do Negro, e a atriz e cantora Rosa Marya Colin, conhecida no mundo da música, e que também já fez trabalhos na televisão. A preparação de elenco de Antônio Karnewale, e corporal de Lúcia Cordeiro, além das aulas de dança com o coreógrafo Fly, fizeram parte da maratona de três meses de ensaios.

Alguns atores foram escolhidos por meio das redes sociais, em uma seleção organizada pelo produtor de elenco Nelson Fonseca e por Luiz Fernando Carvalho, em parceria com a Central Globo de Comunicação. Dos 1.500 e-mails enviados para a página da Globo no Facebook, com fotos, vídeos e currículos dos candidatos, cinco pessoas foram escolhidas. Alex Cezário, Renata Tavares, Vanessa Correa, André Dread e Cássio Arbues viveram os amigos do protagonista Cleyton (Fabrício Boliveira). (Site Memória Globo)

Locações

Minas Gerais e vários bairros do subúrbio do Rio de Janeiro serviram de cenário para a história, cujas cenas foram todas realizadas em locações externas, evitando radicalmente os estúdios e as representações cenográficas da realidade.

Repetecos

A série foi adaptada para história em quadrinhos, pelo quadrinista Pedro Franz, publicada no formato 25,5 x 35cm, com 64 páginas. A revista foi publicada pela LFC Produções, Globo Marcas e estúdio Retina 78.

Uma segunda temporada de Subúrbia chegou a ser cogitada para 2013, mas o diretor Luiz Fernando Carvalho anunciou a descontinuação do projeto.

Subúrbia foi reexibida em 19 e 21/05/2015 (em duas partes), em formato de telefilme, na faixa Luz, Câmera, 50 Anos, em homenagem ao cinquentenário da TV Globo.

Músicas tocadas na série

As canções que você fez pra mim – Roberto Carlos
O tempo vai apagar – Roberto Carlos
Eu estou apaixonado por você – Roberto Carlos
Eu te amo, eu te amo, eu te amo – Roberto Carlos
Eu não vou mais deixar você tão só – Roberto Carlos
Negro gato – Roberto Carlos
O divã – Roberto Carlos
Como vai você – Roberto Carlos
A janela – Roberto Carlos
Negra – Roberto Carlos
O sol nascerá – Cartola
Ela disse-me assim – Lupicínio Rodrigues
Juízo final – Clara Nunes
Imunização racional (que beleza) – Tim Maia
Casa de bamba – Martinho da Vila
Bagaço da laranja – Jovelina Pérola Negra
O bingo – Dicró
Pagode na casa do gago – Almir Guineto
Pra swingar – Som Nosso de Cada Dia
Beijinho na boca – Beto Barbosa
Faz um milagre em mim – Régis Danese
Rap da Morena – William e Duda
A distância – Márcio e Goró
Garota nota 100 – Mc Marcinho
Quero – Mc D’Eddy
Rap da felicidade – Mc Cidinho e Doca
Feira de Acarí – Dj Marlboro
Just like the wind – Tony Garcia
It’s automatic – Freestyle
Supersonic – JJ Fad
Spring love – Stevie B
Fantasy girl – Johnny O
How much can you take – Mc A.D.E
Sending all my love – Linear
Silent morning – Noel

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