Sinopse

Isabel D´Ávila de Alencar (Patricia Pillar) e Augusto de Valmont (Selton Mello) são libertinos convictos e amantes ocasionais. Ricos, descompromissados e amorais, ocupam o tempo com festas, viagens e novas conquistas. A reputação do bon vivant é conhecida na cidade. Isabel é mais discreta. Viúva, é admirada por estar “à frente do seu tempo”, sem desrespeitar as regras sociais de boa conduta. Entre quatro paredes, a dupla arquiteta planos e envolve outras pessoas em seus jogos de prazer. Querem mostrar que não são manipuláveis nem descartáveis como os outros. Até que um elemento inesperado desestabiliza essa parceria. Isabel e Augusto menosprezam os sentimentos alheios e se julgam imunes a eles. Do alto de sua arrogância, a dupla nem imagina que o amor os afetará de maneira irreversível.

Isabel é amante de Heitor Damasceno (Leopoldo Pacheco), rico comerciante que nunca se casou. Ela se diverte com a convicção de que logo será pedida em casamento. Porém, a empáfia desmorona quando Heitor pede a mão da jovem – e virgem – Cecília (Alice Wegmann), sua sobrinha. Ingênua, a menina vira um joguete nas mãos da tia, que a usa para se vingar. Isabel conta com Augusto para a missão de tirar a virgindade de Cecília. Ele passará por cima dos sentimentos do amigo Felipe (Jesuíta Barbosa), um romântico professor de música que se apaixonou pela moça. Porém, a “tarefa” pouco entretem o conquistador, que impõe a si outro desafio: seduzir Mariana (Marjorie Estiano), uma mulher casada e devota que passa uma temporada na quinta de sua tia, Consuelo (Aracy Balabanian).

Distante do marido, que viaja a trabalho, e à mercê dos galanteios, Mariana passa a viver entre o dilema de resistir ou se entregar. O tormento aguça o interesse de Augusto, que se empenha cada vez mais na conquista. Tanta dedicação acaba tendo efeito inesperado. Augusto se apaixona profundamente por Mariana e acaba conhecendo o amor verdadeiro. Enquanto Isabel e Augusto estavam setorizados entre a luxúria e a devoção, todos estavam em segurança. O amor é a força desestabilizadora que corrompe e enfraquece Augusto, Mariana, Cecília, Felipe e até a própria Isabel, incapaz de senti-lo de forma plena. As relações entre os personagens despertam sentimentos reprimidos, subvertem valores e desconstroem a imagem burguesa de uma vida guiada pela “moral” e pelos “bons costumes”.

Globo – 23h
de 4 a 15 de janeiro de 2016
10 capítulos

minissérie de Manuela Dias
baseada no romance “As Ligações Perigosas”, de Choderlos de Laclos
escrita por Manuela Dias, Maria Helena Nascimento e Walter Daguerre
supervisão de texto de Duca Rachid
direção de Vinícius Coimbra, Denise Saraceni e João Paulo Jabur
direção geral de Vinícius Coimbra
direção artística de Denise Saraceni e Vinícius Coimbra

PATRÍCIA PILLAR – Isabel D´Ávila de Alencar
SELTON MELLO – Augusto de Valmont
MARJORIE ESTIANO – Mariana de Santanna
ALICE WEGMANN – Cecília
JESUÍTA BARBOSA – Felipe Labarte
LEOPOLDO PACHECO – Heitor Damasceno
ARACY BALABANIAN – Consuelo
LAVÍNIA PANNUNZIO – Iolanda Mata Medeiros
RENATO GÓES – Vicente
YANNA LAVIGNE – Júlia
ALICE ASSEF – Vitória
DANILO GRANGHEIA – Otávio Lemos
DARWIN DEL FABRO – Collete D’Or
KELI FREITAS – Emília
MÁRIO BORGES – Padre Anselmo
ARY COSLOV – José Alves
HANNA HOMANAZZI – Sofia
CAMILA AMADO – Madre
EUNICE BRÁULIO – Dos Anjos (criada de Iolanda)
VERA MARIA MONTEIRO – Adelaide (criada de Consuelo)
CLÁUDIO MENDES – padre para quem Isabel se confessa na adolescência, no internato
WILSON RABELO – mendigo que tem os pés lavados por Mariana
JITMAN VIBRANOVSKY – médico que atende Mariana no convento
NIKOLAS ANTUNES – homem que vai para o quarto com Isabel durante uma festa
MABEL CÉSAR – uma das mulheres que falam mal de Isabel no teatro pouco antes de ela ser humilhada publicamente

e
ISABELLA SANTONI – Isabel (jovem)
GUILHERME LOBO – Augusto (jovem)
MÁRIO JOSÉ PAZ – Marquês D’Ávila de Alencar

Adaptação

Adaptação do clássico francês Les Liaisons Dangereuses (1782), de Choderlos de Laclos, marco do início do romance moderno na literatura mundial, popularmente conhecido por meio de Hollywood, pelos filmes Ligações Perigosas (1988), de Stephen Frears, com Glenn Close, John Malkovich e Michelle Pfeifer, e Segundas Intenções (1999), de Roger Kumble, com Sarah Michelle Gellar, Ryan Phillippe e Reese Witherspoon.

Depois das versões para o cinema e o teatro, a história foi levada à TV em dez capítulos.
“É a adaptação mais longa já feita até agora. Todas as outras tiveram que condensar um livro de mais de quinhentas páginas em cerca de duas horas. A minissérie vai conseguir mostrar, por conta do formato, mais do que filmes e peças conseguiram até hoje”, afirmou o diretor Vinícius Coimbra na época do lançamento.

A autora Manuela Dias escolheu trazer a história para o Brasil de 1928.
“A década de 1920, com seus ‘anos loucos’, é um grito de liberdade. Pudemos dar aos protagonistas uma personalidade arrojada usando bases históricas – eles são personagens avant garde numa cidade pequena no sudeste do Brasil”.

O diretor acrescentou: “É uma cidade portuária próspera, com um grande teatro, que recebe influência da cultura europeia. A gente escolheu um lugar fictício para abarcar esses conceitos de luxo e de vanguarda que a gente tinha pensado”.
“Ao mesmo tempo, por ser uma época de ruptura de costumes, o eco dos antigos valores tem espaço para ressoar. Essa espécie de ‘pororoca histórica’ fortalece o conflito entre os personagens mais avançados e os mais retrógrados”, completou Manuela.

A disputa de poder entre os sexos também esteve presente em Ligações Perigosas. Os protagonistas competiam entre si para provar quem era mais hábil na arte da sedução.
“O duelo entre feminino e masculino, matriarcado e patriarcado, é uma das forças motrizes da sociedade desde sempre”, explicou Manuela.
“Isabel não sente remorso nem culpa, e tem um desejo de vingança sobre o sexo masculino que é fundamental pra personagem – o objetivo da vida dela é se sobrepor aos homens, é exercitar esse domínio sobre eles”, analisou Vinícius Coimbra.

Slogan de lançamento da minissérie: “De todas as ligações entre um homem e uma mulher, a mais perigosa é o amor!”

4k

Inteiramente gravada e pós-produzida com tecnologia 4K, a minissérie ficou disponível em ultra alta definição (UHD) no Globoplay (plataforma on demand da Globo) antes da estreia na TV aberta.

Ligações Perigosas foi a segunda produção da Globo em 4k. Em 2014, a emissora captou a série Dupla Identidade nesse formato. A tecnologia tem quatro vezes mais resolução que o HD, proporcionando maior definição e qualidade de imagem. Além de contribuir com a experiência do público, o UHD permite que as produções tenham grandes avanços artísticos, se aproximando muito do que se vê no cinema.

Locações, cenografia e fotografia

As gravações começaram no fim de julho de 2015, no Rio de Janeiro, e terminaram em dezembro, na Argentina. Quase trinta integrantes da equipe, dez atores e mais de 600 quilos de malas e equipamentos desembarcaram em 03/12/2015 em Puerto Madryn, na Patagônia. Como cenário, paisagens deslumbrantes, praias habitadas por pinguins e leões marinhos, e enormes falésias, de onde é possível avistar as baleias que visitam a região nessa época do ano.

De lá, a equipe seguiu para Buenos Aires e Concepción del Uruguay, onde fica o Palácio Santa Candida, outra locação da minissérie. Fundada em 1847, a construção do arquiteto italiano Pedro Fossati é considerada monumento histórico nacional. Na trama, o palacete pertencia a Consuelo, personagem de Aracy Balabanian, e ficava localizado no litoral do sudeste brasileiro.

A casa de Isabel (Patricia Pillar) foi um dos cenários mais marcantes da minissérie. Na sala, com 310 metros quadrados e 5,6 metros de pé-direito, destacaram-se o piso com desenho art déco, feito com três tipos diferentes de madeira, os janelões, a lareira e o jardim de inverno com fonte. A equipe de cenografia seguiu as proporções de um palacete de verdade para manter o equilíbrio entre os cenários de estúdio e as locações. A decoração reuniu o que havia de mais contemporâneo na década de 1920: sofás, biombos, e mesas art déco, objetos art nouveau e obras de arte.

Outro cenário que se destacou pela ousadia foi a garçonniére de Augusto (Selton Mello), montada no Palacete Modesto Leal, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro.
Outras construções históricas do Rio de Janeiro e de Niterói, na região metropolitana, serviram de locação para a minissérie. Entre elas, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o Teatro Municipal de Niterói, o Palácio São Clemente e a Fortaleza de Santa Cruz da Barra.

O diretor de fotografia, o francês Jean Benoît Crépon, contou que buscou referências na luminosidade dos palácios franceses e em pinturas clássicas. Refletores potentes e máquinas de fumaça foram utilizados em todas as gravações.
“Usei refletores mais pesados e misturei com fumaça para dar mais profundidade, sem mostrar muito o cenário. O desafio, na verdade, não era iluminar o cenário, era iluminar os atores, como nas pinturas de Caravaggio. E acho que conseguimos ter esse resultado”, analisou ele.

Trilha sonora

Apesar das composições inspiradas no charleston, “coqueluche” da década de 1920, e de um toque de brasilidade, o produtor musical Sacha Amback afirmou que a trilha de Ligações Perigosas “poderia se passar em qualquer lugar e em qualquer época, como a própria história da minissérie.

Sacha tentou fugir da trilha sonora óbvia daquela época.
“Tem uma música que eu toquei em cena que parece uma marchinha de Carnaval, mas não é, é uma música alemã da época. Buscamos esse caminho não trilhado, não conhecido, para não passar a sensação de que aquilo já foi ouvido antes”, explicou.

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